
Em Minas, agentes compareceram na manh� de quinta-feira em endere�os localizados em Belo Horizonte, Nova Lima e em Machado, no Sul do estado. As opera��es Sil�cio e Macchiato s�o desdobramentos da opera��o Descarte. � na Macchiato que dois funcion�rios do banco s�o investigados por opera��es fraudulentas.
A opera��o foi coordenada pela Pol�cia Federal de S�o Paulo. Uma entrevista coletiva foi realizada horas depois de o in�cio das dilig�ncias. Na conversa com jornalistas, representantes da PF e da Receita Federal explicaram que, apesar de serem investiga��es distintas, as opera��es Sil�cio e Macchiato t�m alvos em comum, como um escrit�rio de advocacia de S�o Paulo e um s�cio de uma empresa, tamb�m na capital paulista, que � fornecedora de uma estatal federal de tecnologia, sediada no Rio Grande do Sul.
De acordo com os delegados e auditores, o escrit�rio de advocacia � especializado em reduzir impostos por meio da base de c�lculos. O s�cio em quest�o procurou o escrit�rio para diminuir a carga tribut�ria e receber a diferen�a em dinheiro em esp�cie. Ele, de acordo com as autoridades, ficou “parceiro” dos advogados, e passou a indicar clientes novos. Foi por meio dele que os funcion�rios do banco chegaram ao escrit�rio.
Golpistas queriam “sangrar” banco
Com informa��es da Receita Federal, os investigadores descobriram que o esquema envolvia a emiss�o de notas fiscais frias. Ou seja, os servi�os n�o eram realizados, mas os valores em esp�cie eram repassados �s empresas emissoras. “O esquema consistia em fazer contratos fict�cios com diversos prestadores, e com isso fazer o dinheiro sangrar, tirar o dinheiro da institui��o financeira e remeter esses recursos a outras finalidades que a gente ainda n�o conseguiu identificar”, afirmou Fabr�cio de Souza Costa, delegado da Pol�cia Federal.
Um dos funcion�rios envolvidos conseguiu ordenar o gasto de R$ 1,3 milh�o por um sistema sucateado, de acordo com a Receita Federal. Ap�s receber o pagamento dos equipamentos, uma organiza��o criminosa descontava sua comiss�o e entregava o restante do valor aos funcion�rios do banco. O �rg�o diz que o empres�rio, s�cio da empresa que � fornecedora de uma estatal federal, participou da opera��o.
Empresas sem capacidade operacional
Foi da opera��o citada que a Receita descobriu a participa��o de outras empresas, que tamb�m n�o prestaram servi�os efetivos, para receber valores em esp�cie. Segundo o auditor-fiscal Paulo Cesar Martinasso, uma empresa de consultoria celebrou contratos com os funcion�rios, que ocupavam cargos de dire��o no banco, e recebeu R$ 65 milh�es.
“Um detalhe importante � que as empresas n�o tinham capacidade operacional. Foram abertas fiscaliza��es em todas essas empresas e os fiscais comprovaram que n�o foram feitos os servi�os”, pontuou Martinasso.
No caso da empresa de consultoria, a Receita identificou 101 saques na boca do caixa acima de R$ 100 mil, totalizando R$ 38 milh�es apenas em opera��es assemelhadas. “J� conseguimos apurar saques abaixo de R$ 100 mil. S�o dezenas de saques. Uma amostragem que a Receita fez conseguiu identificar que 79% dos valores recebidos do grupo financeiro eram sacados da boca do caixa. Uma opera��o suspeita”, alertou o auditor.
Os investigados s�o suspeitos da pr�tica de diversos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, entre eles gest�o fraudulenta e desvio de valores de institui��o financeira, al�m de crimes contra a ordem tribut�ria e lavagem de ativos. O nome da opera��o faz refer�ncia � mancha no sistema financeiro criada pela atua��o do conglomerado. Macchiato significa “manchado” em italiano.
A Justi�a Federal j� determinou o sequestro de aproximadamente R$ 100 milh�es e tamb�m acolheu o pedido da Pol�cia Federal para afastar os dois funcion�rios do BMG. De acordo com os rumos da investiga��o, a institui��o financeira foi v�tima do esquema.
Opera��o Sil�cio
J� na Opera��o Sil�cio, s�o investigadas vendas supostamente superfaturadas realizadas pelo mesmo empres�rio do setor de componentes eletr�nicos a uma empresa estatal. Para realizar essas vendas, esse empres�rio teria se utilizado de empresas fantasmas controladas pela organiza��o criminosa objeto da primeira fase da Opera��o Descarte.
Os auditores-fiscais da Receita Federal detectaram R$ 8,2 milh�es em notas fiscais fraudulentas, valor que teria sido pago ao escrit�rio de lavagem. O nome dessa fase remete aos produtos envolvidos nessa opera��o.
Banco se posiciona
Em nota, o Banco BMG informou que "foi surpreendido" com a opera��o de busca e apreens�o realizada pela Pol�cia Federal.