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Estado de Minas GERAL

Escolas estaduais do ensino m�dio retomam aulas presenciais na capital paulista


03/11/2020 11:34

Cerca de 9 mil alunos da capital de S�o Paulo realizam atividades nas escolas estaduais do ensino m�dio nesta ter�a-feira, 3, primeiro dia de retorno �s escolas ap�s mais de 220 dias de interrup��o das aulas devido � pandemia. Isso significa 20% do total de 58 mil alunos espalhados pelas 1.086 escolas estaduais da capital. O balan�o � do secret�rio estadual de Educa��o de S�o Paulo, Rossieli Soares, que nesta manh� visitou a Escola Estadual Milton Rodrigues, no bairro Moinho Velho, zona norte de S�o Paulo.

O retorno �s aulas � optativo. Devido � pandemia de covid-19, as aulas regulares presenciais estavam suspensas desde mar�o na capital, quando foi implantada a quarentena para prevenir a propaga��o do coronav�rus.

O secret�rio aposta em uma eleva��o do n�mero de alunos e escolas com atividades ao longo da semana. Na esfera estadual, a expectativa � de conseguir a ades�o de 300 mil a 400 mil. "At� o in�cio da pr�xima semana, n�s devemos chegar a 1.300 escolas com atividades. Temos cerca de 219 munic�pios que j� autorizaram o retorno. Teremos uma nova onda de escolas abertas, seja com atividades extracurriculares ou aulas do 3� ano do Ensino M�dio", afirma o secret�rio.

O governo do Estado � respons�vel pela educa��o de 3,5 milh�es de alunos. No restante de S�o Paulo, em munic�pios que autorizaram, as escolas estaduais foram abertas em 8 de setembro para atividades extracurriculares e permaneceram assim em outubro para estudantes do ensino fundamental. De acordo com o secret�rio, n�o houve contamina��o por covid nas escolas estaduais. "Estamos dando passos vagarosos, mas com seguran�a. Estamos tendo sucesso nesse retorno. N�o tivemos nenhum caso de covid-19 dentro das escolas. Estamos fazendo o monitoramento dos professores e estudantes", afirmou.

Nenhum aluno

Embora a secretaria estime o retorno de 20% dos alunos neste primeiro dia de aulas presenciais regulares, uma escola visitada pela reportagem n�o recebeu nenhum aluno. Na regi�o da Consola��o, na zona central da cidade, a escola estadual Caetano de Campos abriu os port�es, mas os alunos n�o compareceram. Professores e funcion�rios chegaram normalmente para o trabalho.

Na unidade, os gestores discutem o retorno das aulas apenas no dia 9 de novembro. Uma pesquisa interna da escola, que abrange cerca de 1.200 alunos, mostrou que 86% dos pais descartaram o retorno presencial neste momento.

"N�s temos um alto �ndice de absente�smo depois dos feriados. Isso � um dado verificado anteriormente. Vamos aguardar os pr�ximos dias e acompanhar esses �ndices", afirmou Rossieli Soares. "Al�m disso, os alunos, principalmente os jovens, est�o mudando seus h�bitos culturais. Muitos preferem fazer atividades � tarde. Essa � uma realidade nova tamb�m para as escolas", avaliou.

Volta nas particulares

Na semana passada, levantamento feito pelo Estad�o mostrou que a maioria dos 40 col�gios particulares consultados decidiu reabrir para aulas regulares nesta ter�a-feira. Um deles foi o Col�gio Rio Branco, em Higien�polis, �rea central, onde os alunos do ensino m�dio ter�o aulas presenciais tr�s vezes por semana.

As aulas s�o as mesmas para todos, distribu�dos nas duas turmas j� formadas antes da pandemia. Na primeira disciplina do dia, Hist�ria, os estudantes acompanharam a transmiss�o ao vivo da aula, pois o professor � do grupo de risco e n�o pode se deslocar at� a escola. Para auxiliar os alunos presenciais, o docente de outra disciplina ficou na sala e as cadeiras foram redistribu�das para garantir o distanciamento social.

Na entrada e dentro da escola, repetem-se os protocolos e as tecnologias j� conhecidos na pandemia: aferi��o da temperatura, marcas e placas de distanciamento, dispenser de �lcool em gel, dentre outras medidas, seguindo recomenda��o do Hospital S�rio Liban�s, que prestou consultoria ao col�gio. Os professores tamb�m ganharam kits com m�scaras, canet�es para utilizar no quadro e outros itens para uso pessoal.

Em paralelo, alunos do ensino fundamental est�o em atividades de acolhimento. No caso dos pequenos, a chegada era acompanhada mais de perto, �s vezes filmada por celular, enquanto os adolescentes foram a p� ou na carona de familiares. Eles saudavam os funcion�rios e eventualmente faziam um cumprimento de cotovelo.

Entre os estudantes do ensino m�dio, grande parte vestia um moletom tradicionalmente feito pelas turmas que est�o para se formar. "A gente ganhou na pandemia, todo mundo estava ansioso para usar", diz J�lio Alessandri, de 17 anos.

Na mesma escola h� 13 anos, ele conta que n�o imaginava que a pandemia duraria tanto tempo com a necessidade de restri��es, mas depois parou de pensar no t�o aguardado retorno. "N�o criei muita expectativa (pela volta �s aulas presenciais), j� que tinha se falado v�rias vezes (que poderia ocorrer)."

M�e de Anna Giulia, de 17 anos, a pedagoga Ivana Csapo Felippe, de 51 anos, est� satisfeita com o retorno. "Minha filha precisava voltar. As perdas que teve nesse ano s�o imensur�veis, n�o s� pedag�gicas mas principalmente sociais. Ela esperou muito por esse dia, de grande expectativa. Tinha medo de terminar esse ciclo em casa. Tinha que voltar mesmo."

Para a m�e, o ambiente da escola � at� mais controlado do que outros para evitar o cont�gio. Al�m disso, ela passou orienta��es para a filha. "Est� com �lcool gel, seis sete m�scaras (guardadas na mochila)."

Professora de sociologia, Marina Miorim estava com ensino exclusivamente remoto desde 18 de mar�o. Ela v� o momento atual como uma nova fase de adapta��o. "Venho a p� e n�o tinha feito mais esse trajeto, de 5 km da minha casa. O deslocamento foi de reconhecimento desse terreno, a cidade est� diferente, em ritmo diferente."

Para a professora, essa adapta��o tamb�m passa por pensar aulas que se encaixem tanto para quem est� em casa quanto na sala de aula. "Vai ser um desafio como modular esse processo", explica. "Planejei um tempo curto de exposi��o e um tempo maior de pesquisa, de atividade de resolu��o, de exerc�cio. Se cair a internet na casa, o aluno sabe o que fazer. O pessoal daqui vai manter a mesma atividade. Preciso pensar outros cen�rios que podem acontecer."

Ela tamb�m comenta sobre a preocupa��o em garantir que essa volta adaptada n�o cause novas frustra��es nos alunos, por ocorrer em moldes distintos do pr�-pandemia. "Acho que eles j� est�o acumulando muitas frustra��es, est�o fechando um ciclo muito importante. Eles t�m v�nculos muito fortes com a escola, os colegas, os funcion�rios e os professores."

Rede municipal

As nove escolas municipais com ensino m�dio e magist�rio reabriam nesta ter�a com atividades de acolhimento de pais e alunos. Na Professor Derville Allegretti, por exemplo, ocorreram palestras para explicar os novos protocolos sanit�rios. A expectativa � de ades�o inicial de 10% dos alunos.

Nem todos que compareceram � atividade v�o retornar �s aulas, contudo. Thais Santos, de 17 anos, do terceiro ano do ensino m�dio, por exemplo, foi a pedido da m�e, mas decidiu permanecer no ensino remoto. "N�o quero voltar, n�o vai voltar ningu�m (dos amigos e conhecidos)."

Na escola, foram realizadas adapta��es. Para as refei��es, por exemplo, as mesas e cadeiras foram distribu�das em uma �rea externa, para melhorar a ventila��o, e n�o � permitido levar lanche. Nas salas, fitas foram utilizadas para indicar o distanciamento, entre outras medidas. A ocupa��o m�xima ser� de 15 alunos por sala.

Em visita � escola, o secret�rio municipal da Educa��o, Bruno Caetano, declarou que a expectativa � de aumento na procura dos alunos ao longo das pr�ximas semanas.

A reabertura de outras etapas de ensino deve ser definida at� os dias 18 ou 19 deste m�s para uma retomada na pr�xima janela, em 2 de dezembro. "Essa vai ser a tend�ncia: come�ando pelos que t�m mais velhos, mais compreens�o dos protocolos de sa�de", diz. A expectativa � de que pelo menos uma parte do ensino fundamental volte neste ano, mas n�o h� previs�o de aula presencial obrigat�ria em 2020.

Cerca de 10% dos docentes retornaram entre os que j� tiveram covid-19 e os que decidiram voltar. Os maiores de 60 anos est�o afastados e os demais t�m retorno facultativo.


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