Deputados bolsonaristas se articulam para colocar aliado no comando da Fiocruz

Deputados bolsonaristas se mobilizam para que o analista de gest�o da Fiocruz Florio Polonini tenha votos suficientes para integrar a lista tr�plice que ser� encaminhada ao Pal�cio do Planalto para a escolha do novo presidente da institui��o de pesquisa. Os parlamentares acusam a entidade de aparelhamento pol�tico. Pedem uma Fiocruz "neutra", comandada com o apoio de aliados de Jair Bolsonaro. Ser� ele que nomear� o novo presidente da funda��o.

Os servidores da Fiocruz votam virtualmente entre os dias 17 e 19 de novembro e devem escolher tr�s nomes. S�o quatro os candidatos. Al�m da atual presidente, N�sia Trindade, concorrem a uma vaga na lista tr�plice o vice-presidente, Mario Moreira, e o coordenador de Vigil�ncia em Sa�de, Rivaldo Ven�ncio. Polonini registrou o seu nome no �ltimo momento, tornando-se o quarto concorrente.

"A Fiocruz sempre foi respeitada por sua produ��o cient�fica, mas nos �ltimos 30 anos se desviou de seu prop�sito original em virtude de grupos de extrema esquerda e vi�s revolucion�rio", afirmou o deputado federal Marcos Labre (PSL-RJ), em v�deo de apoio a Polonini. A pe�a foi divulgada no mesmo dia em que a Fiocruz anunciou a produ��o de 210 milh�es de doses da vacina de Oxford contra a covid-19 em 2021. "Estamos oferecendo um nome alternativo."

A elei��o acontece em um momento crucial da hist�ria da institui��o centen�ria, em meio a uma pandemia sem precedentes e �s v�speras do in�cio da produ��o em massa da vacina contra a covid-19. N�sia Trindade diz que a disputa � democr�tica, e a candidatura de Polonini � leg�tima. Mas ressalta o car�ter de Estado da funda��o.

"A elei��o da Fiocruz n�o pode ser colocada em termos de posicionamento pol�tico, ideol�gico, governo versus oposi��o. A Fiocruz � uma institui��o de estado, � ruim colocar um clima de polariza��o que n�o existe dentro da institui��o. N�o � que haja uma uniformidade de pensamento, claro que n�o, mas n�o existe polariza��o", afirmou a presidente.

N�sia destacou que tem contato permanente com parlamentares de todos os partidos. Tamb�m lembrou que, durante a pandemia, houve esfor�o nacional da Fiocruz com o Minist�rio da Sa�de para produzir testes de diagn�stico moleculares para atender aos mais vulner�veis. "Nada disso aconteceria se houvesse uma ideologia, um partido pol�tico", disse. "N�o � dessa forma que trabalhamos. E temos uma grande responsabilidade para o pr�ximo per�odo, n�o � qualquer institui��o que pode estar � frente da produ��o de uma vacina neste momento."

Polonini, por sua vez, garantiu ser apartid�rio. Disse que seu principal objetivo � valorizar os servidores. "Est�o tentando me vincular a um partido pol�tico, mas sou apartid�rio", disse. "Meu questionamento quanto aos demais candidatos se d� porque eles representam um s� projeto. Hoje, temos dois projetos, o meu, criado com os servidores, e o da atual presidente, representado pela chapa tr�plice."