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Estado de Minas CASO MARI FERRER

Gazeta do Povo mant�m Constantino e emite nota: ''Apontou falhas e pediu desculpas''

Constantino foi demitido da Jovem Pan, Record TV, R�dio Gua�ba e do jornal Correio do Povo, ambos de Porto Alegre, ap�s ter feito coment�rios pol�micos sobre o caso de Mariana Ferrer


06/11/2020 18:30 - atualizado 06/11/2020 18:44

(foto: Reprodução/Redes Sociais)
(foto: Reprodu��o/Redes Sociais)

A Gazeta do Povo decidiu manter o jornalista Rodrigo Constantino em seu quadro de colunistas. O grupo Paraense de Comunica��o emitiu um comunicado nesta sexta-feira sobre diversidade ideol�gica para justificar a decis�o. 

Segundo informa��es do portal UOL, o comunicado da Gazeta do Povo deixou os funcion�rios "frustrados, envergonhados e revoltados". 
Constantino foi demitido da Jovem Pan, Record TV, R�dio Gua�ba e do jornal Correio do Povo, ambos de Porto Alegre depois de afirmar, ao comentar o caso Mari Ferrer, que n�o faria den�ncia caso a filha dissesse que foi estuprada estando b�bada. 

O jornalista ainda defendeu que "d� boa educa��o para que isso n�o aconte�a" com sua filha. “Mas, se ela chegar em casa e disser: ‘Fui estuprada’, vou pedir para ela me dar as circunst�ncias”, comentou.

No v�deo, Constantino fez coment�rios considerados machistas. "Existe mulher decente ou piranha”, afirma em certo momento. 

Em nota publicada no Twitter, a Gazeta do Povo disse que "Rodrigo Constantino explica de forma mais clara e objetiva o que quis e o que n�o quis dizer. Isso n�o nos impede de considerar que suas manifesta��es iniciais foram inoportunas e infelizes, intempestivas e formuladas com imprecis�o, dando margem a d�vidas que precisaram ser esclarecidas. � compreens�vel, portanto, parte do desconforto e constrangimento que despertou em muitas pessoas. Na sua coluna desta quinta, no entanto, disse que jamais teve a inten��o de analisar qualquer situa��o em concreto e refor�ou a necessidade de que o caso de Mariana seja apurado e que, assim, fa�a-se justi�a. Disse, inclusive, que acha brandas as penas do crime de estupro em nosso pa�s."

Confira a nota na �ntegra: 


Em rela��o � recente pol�mica envolvendo Rodrigo Constantino, colunista da Gazeta do Povo, e aos v�rios pedidos acerca da posi��o do jornal sobre o tema, cumpre-nos, de in�cio, reafirmar aqui o nosso compromisso com a liberdade de express�o, mas tamb�m e antes disso, como premissa, o nosso compromisso com a dignidade da pessoa humana, com a dignidade de cada indiv�duo. Todos que nos acompanham conhecem nossos valores e nossas convic��es, dentre os quais destacamos :a defesa do estado democr�tico de direito, a defesa da vida, a valoriza��o da fam�lia, a valoriza��o da mulher, a cren�a no protagonismo dos indiv�duos e na capacidade de desenvolvimento das pessoas e da sociedade.

A liberdade de express�o �, sem d�vida, algo fundamental, mas nem por isso pode ser utilizada de forma irrespons�vel e sem limites. Jamais poder�amos admitir ou dar voz a discursos que, consciente e intencionalmente, agredissem aqueles valores e cren�as acima mencionados.

Jamais poder�amos tolerar, por consequ�ncia, um discurso que defendesse condutas absolutamente inadmiss�veis, tais como o estupro, a discrimina��o ou qualquer outra aberra��o que atentasse contra a dignidade de toda e qualquer pessoa.

Pois bem, nesta quinta-feira, 05 de novembro, em coluna publicada nesta Gazeta do Povo, Rodrigo Constantino explica de forma mais clara e objetiva o que quis e o que n�o quis dizer. Isso n�o nos impede de considerar que suas manifesta��es iniciais foram inoportunas e infelizes, intempestivas e formuladas com imprecis�o, dando margem a d�vidas que precisaram ser esclarecidas. � compreens�vel, portanto, parte do desconforto e constrangimento que despertou em muitas pessoas.

Na sua coluna desta quinta, no entanto, disse que jamais teve a inten��o de analisar qualquer situa��o em concreto e refor�ou a necessidade de que o caso de Mariana seja apurado e que, assim, fa�a-se justi�a. Disse, inclusive, que acha brandas as penas do crime de estupro.

Em seguida, Constantino refor�ou o seu entendimento de que “n�o � n�o”. Nas palavras dele: “Tamb�m refor�o aqui que n�o vejo nenhum espa�o para a relativiza��o do n�o. N�o � n�o, sempre.

Diante de qualquer sinaliza��o para a interrup��o de um determinado comportamento (inclusive um simples flerte), seja ele qual for, a vontade manifestada pela mulher deve ser imediatamente respeitada, sem qualquer margem para a discuss�o. Repito: n�o � n�o, sempre”.

Adiante, explicou que a reflex�o que desejava provocar estaria centrada apenas em se separar casos de estupro daqueles em que houvesse consentimento. Por fim e muito importante, admitiu que talvez n�o tenha explicado da forma mais adequada a sua vis�o sobre o conceito de feministas e, admitindo que possa ter magoado muitas mulheres, pediu desculpas pelas fortes palavras utilizadas.

Como sempre procuramos destacar e lembrar, as opini�es de nossos colunistas n�o necessariamente representam as nossas opini�es, e desde que respeitados os limites anteriormente mencionados, acreditamos na Gazeta do Povo como um espa�o de debate construtivo e sim, tamb�m, de diverg�ncia de ideias. Estimulamos a pluralidade de pensamentos e ainda que nem sempre compartilhemos deles, acreditamos que, em uma sociedade verdadeiramente democr�tica, um espa�o para a conversa civilizada � absolutamente indispens�vel.

Constantino, na coluna publicada ontem, procurou novamente explicar a sua inten��o, apontou suas pr�prias falhas e pediu desculpas.

Apesar de sabermos e de respeitarmos entendimentos diversos, n�o nos parece que, ante as explica��es e os pontos por ele abordados, estejamos, necessariamente, diante de uma afronta aos limites razo�veis da liberdade de express�o.

Ainda que n�o concordemos com a forma de muitos dos seus posicionamentos e com muitas das suas opini�es, continuamos acreditando na import�ncia da diversidade de ideias e na import�ncia do di�logo para a constru��o de uma sociedade melhor e de uma democracia cada vez mais madura, raz�o pela qual, ap�s v�rias pondera��es e an�lises, decidimos pela manuten��o de Rodrigo Constantino em nosso quadro de colunistas.

Ana Am�lia Cunha Pereira Filizola
Diretora da Unidade de Jornais do GRPCOM









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