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Estado de Minas GERAL

Caso Mariana Ferrer: protesto em SP pede justi�a e fim da 'cultura do estupro'


08/11/2020 19:05

Centenas de manifestantes participaram de um protesto na tarde deste domingo, 8, na cidade de S�o Paulo por justi�a no caso Mariana Ferrer e contra a "cultura do estupro" e a viol�ncia de g�nero. Atos semelhantes tamb�m ocorreram em outras capitais, como Fortaleza e Porto Alegre, dentre outras.

A influenciadora digital Mariana Ferrer, de 23 anos, foi humilhada durante audi�ncia judicial que analisava den�ncia de estupro registrada por ela. Cl�udio Gast�o Filho, advogado do acusado, insultou a jovem, a chamou de mentirosa e exibiu fotos sensuais feitas por ela, sem qualquer rela��o com o suposto crime, falando em poses "ginecol�gicas".

O defensor foi notificado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina, onde ocorreu o julgamento, para prestar esclarecimentos. Ele diz ter atuado dentro dos "limites profissionais e legais" e afirmou ser comum a din�mica "acalorada" entre acusa��o e defesa em audi�ncias.

A manifesta��o teve concentra��o a partir das 13 horas, em frente ao Masp, antes de descer a Rua da Consola��o, na regi�o central paulistana, com encerramento na Pra�a Roosevelt por volta das 16 horas, no centro expandido da capital paulista. As duas vias foram parcialmente interditadas para o tr�nsito de ve�culos.

Uma das organizadoras do ato, a empres�ria Gabriela Saraiva, de 21 anos, diz que a maioria das participantes n�o era ligada a coletivos, organiza��es e partidos pol�ticos, embora eles tamb�m estivessem presentes (com cartazes e faixas, especialmente de candidatas � C�mara de Vereadores). "O ato demonstra o nosso apoio � Mariana e por Justi�a", descreve.

Entre as manifestantes, algumas utilizavam instrumentos musicais para dar apoio aos c�nticos de protesto. � o caso da empres�ria Daiane Cristina de Souza, de 27 anos, que levou um tamborim que costuma tocar no bloco que carnaval que participa. Ela veio de Itapecerica da Serra, na Grande S�o Paulo, para participar do ato. "Acho que, quando temos um pa�s em que acontece um estupro a cada 8 minutos (segundo o Anu�rio de Seguran�a P�blica), temos de nos prontificar, vir e dar a cara a tapa", defende.

Tamb�m da regi�o metropolitana, de Mogi das Cruzes, a estudante Nina Ribeiro, de 16 anos, estava acompanhada da m�e, a professora Fl�via Ribeiro, de 54. A ideia de participar foi da adolescente, que confeccionou tr�s cartazes - um deles com o rosto dos quatro homens que participaram da audi�ncia em que Mariana Ferrer foi atacada pelo advogado.

"� o que a gente pode fazer a respeito, � o justo a se fazer", comenta Nina. Ela diz ter ficado revoltada com o epis�dio. "Acho que todas as mulheres sentiram como se fosse uma trai��o contra n�s. Viemos para mostrar que n�o aceitamos mais." A m�e da adolescente concorda. "Acho que ela est� se engajando em uma causa que vale a pena a gente se posicionar. De uma forma ou outra, mesmo que demore um tempo, tem que mudar."

A esteticista Francielle Santos Ventura, de 24 anos, tamb�m produziu um cartaz, que dizia "Quando um estuprador � inocentado, muitos outros s�o formados". "Quando uma mulher � estuprada, todas s�o violentadas. Acho que, a partir do que aconteceu com a Mariana Ferrer, deu um impacto em todas as mulhere, n�o s� em quem j� luta pela causa feminista, como todos as outras", disse. Ela veio de Ferraz de Vasconcelos, na Grande S�o Paulo, com duas amigas. "Espero que a Justi�a seja feita de verdade", acrescenta.

Entre os c�nticos e gritos de protesto, as manifestantes diziam "Se cuida, seu machista, a Am�rica Latina vai ser toda feminista", "Feminismo � revolu��o" e "Vem pra rua, vem, por Mari Ferrer". Cr�ticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice-presidente Hamilton Mour�o tamb�m se repetiram.

Nos cartazes, a maioria fazia refer�ncia ao caso Mari Ferrer, com frases como "Justi�a por Mariana Ferrer" e "Excelent�ssimo, n�s imploramos por Justi�a" (em refer�ncia a uma frase semelhante que a influenciadora disse em uma audi�ncia). Outros diziam: "Eu n�o sou livre enquanto alguma mulher n�o for"; "Estupro culposo n�o existe"; "Contra a cultura do estupro"; "Mexeu com uma, mexeu com todas"; e "O estupro veio antes da minissaia"; dentre outros.

Enquanto passavam, as manifestantes ganharam algumas buzinadas e gritos de apoio de motoristas, ciclistas e pessoas que passeavam pela regi�o. Dezenas pararam para tirar fotos e filmar. A maioria das participantes eram mulheres jovens, mas tamb�m havia pessoas de outras faixas et�rias e homens. Um grupo que estava em frente ao protesto realizou a performance "Un violador en tu camino" (Um violador em seu caminho), criada por um coletivo feminista chileno e que se espalhou por manifestantes em diversos pa�ses.

O protesto foi acompanhado pela Pol�cia Militar. N�o foram registrados incidentes, ao menos at� por volta das 16 horas, quando o tr�nsito na Rua da Consola��o come�ou a ser liberado para o tr�fego de ve�culos.


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