(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Vacina contra COVID-19 da Pfizer: 'Prote��o de 90% � quase in�dita', diz m�dico

Coordenador dos testes no no Brasil, Cristiano Zerbini diz que droga n�o s� evitou a contamina��o pelo v�rus, como tamb�m amenizou os sintomas dos infectados


09/11/2020 12:29 - atualizado 09/11/2020 21:37

Surpresa agradável: Vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech apresentou eficácia de 90%, superando as expectativas dos pesquisadores(foto: Kena Betancur / AFP)
Surpresa agrad�vel: Vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech apresentou efic�cia de 90%, superando as expectativas dos pesquisadores (foto: Kena Betancur / AFP)
“� uma explos�o de vit�rias”,  diz o reumatologista Cristiano Zerbini sobre os resultados preliminares dos testes de fase 3 da vacina contra a COVID-19 produzida pela Pfizer em parceria com a empresa alem� BioNTech. � frente do Centro Paulista de Investiga��o Cl�nica (Cepic), ele conduz os ensaios cl�nicos realizados em S�o Paulo, que envolvem 2900 participantes. Outros 1500 volunt�rios s�o testados na Bahia, na institui��o filantr�pica Obras Sociais Irm� Dulce (OSID). 


"Para se ter uma ideia, a FDA (Food and Drug Administration, �rg�o que equivale � Anvisa nos Estados Unidos) considera 50% de prote��o como um bom �ndice para uma vacina. Uma droga com esse n�vel de efic�cia j� teria potencial para aprova��o junto � ag�ncia. N�s esper�vamos dessa pesquisa algo em torno de 70% de prote��o. Ent�o, 90% � uma surpresa muito agrad�vel", comemora o pesquisador."



Segundo o cientista, o percentual indica que aqueles que receberam o imunizante produziram quatro vezes mais anticorpos que aqueles que j� contra�ram o novo coronav�rus. “Via de regra, quem � contaminado pela doen�a produz anticorpos e fica imunizado por um tempo. Os estudos da Pfizer e da BioNTech, por�m, mostram que quem tomou a dose experimental desenvolveu muito mais anticorpos que os infectados que se curaram”, explica Zerbini

Se aprovada, vacina contra o coronavírus será a mais rápida da história. O recorde pertencia ao imunizante contra cachumba, desenvolvido em 4 anos, na década de 1960(foto: Pixabay)
Se aprovada, vacina contra o coronav�rus ser� a mais r�pida da hist�ria. O recorde pertencia ao imunizante contra cachumba, desenvolvido em 4 anos, na d�cada de 1960 (foto: Pixabay)
O per�odo de dura��o da imunidade conferida pelo f�rmaco, no entanto, � uma quest�o que permanece em aberto. “A ideia � que cada pessoa receba duas doses. Em quanto tempo ela precisar� ser reaplicada - ou mesmo se isso ser� necess�rio - � um dado que ainda est� sob investiga��o”, afirma o professor 

Outra boa not�cia � que, conforme as investiga��es, mesmo quando n�o foi capaz de evitar o cont�gio pelo v�rus, o produto da Pfizer-BioNTech contribuiu para a ameniza��o dos sintomas da virose. “Os pacientes desenvolveram a doen�a de forma mais branda, o risco de �bito foi significativamente reduzido”, diz o reumatologista. 

Uma vez aprovada pela FDA, a droga deve chegar ao mercado em meados de janeiro. Zerbini conta que a ag�ncia deve come�ar a certifica��o da efic�cia e da seguran�a do produto na terceira semana deste m�s. O processo dura, em m�dia, 60 dias. O pesquisador, contudo, n�o soube informar em que est�gio est�o as negocia��es entre as empresas farmac�uticas e o governo brasileiro. 

Como a vacina age

Vacina inova ao usar RNA da proteína Spike, que o vírus da COVID-19 usa para infectar as células humanas(foto: Wikimedia Commons/)
Vacina inova ao usar RNA da prote�na Spike, que o v�rus da COVID-19 usa para infectar as c�lulas humanas (foto: Wikimedia Commons/)
Diferentemente de algumas vacinas j� em fase avan�ada de testes no mundo, que usam o v�rus inativo ou modificado para induzir a produ��o de anticorpos contra a COVID-19, o imunizante da Pfizer e da BioNtech utiliza-se do RNA do v�rus. Especificamente, do RNA de uma prote�na chamada “S”, encontrada nos spikes (ou esp�culas) do micr�bio. 

O p�s-doutor em gen�tica e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Andr� Murad, esclarece que o SARS-CoV-2 se liga aos receptores das c�lulas humanas justamente por meio da prote�na S. 

O que os cientistas da pesquisa em quest�o fizeram foi sequenciar o c�digo gen�tico desse elemento para, posteriormente, inseri-lo dentro de uma esp�cie de microc�psula de gordura chamada lipossoma. As c�lulas englobam essa estrutura e, ent�o, come�am a produzir a prote�na S. 

“Assim, a nossa pr�pria c�lula passa a fabricar a prote�na Spike, que vai ser identificada pelo nosso sistema imunol�gico e provocar uma resposta: uma grande quantidade de anticorpos, que v�o imunizar e proteger o organismo humano”, observa Andr� Murad. 

O especialista destaca, por�m, que os resultados apresentados pelos ensaio cl�nico, apesar de promissores e positivos, ainda n�o permitem vislumbrar um par�metro de imunidade permanente. Ou seja: � poss�vel que sejam necess�rios refor�os peri�dicos da vacina, uma vez que o v�rus tende a sofrer muta��es.

“Ele vai buscar se adaptar e, por isso, podem ser necess�rios constantes estudos. N�o sabemos o que vai acontecer ainda. Mas a perspectiva � boa, a prote��o deve durar ao menos um ano, possibilitando que as pessoas realizem suas atividades normalmente”, pondera o m�dico. 

Bilh�es de doses e d�lares 

A Pfizer e a BioNTech mant�m contrato de US$ 1,95 bilh�o com o governo dos EUA para entregar 100 milh�es de doses de vacinas ainda este ano. Os laborat�rios tamb�m fecharam acordos com a Uni�o Europeia, Reino Unido, Canad� e Jap�o.

As doses come�aram a ser fabricadas antes antes da comprova��o oficial de efic�cia. At� o fim de 2020, as empresas esperam produzir 50 milh�es de frascos, suficientes para proteger 25 milh�es de pessoas. A expectativa da Pfizer � liberar 1,3 bilh�o de doses ao longo de 2021.

Se for mesmo disponibilizada ainda este ano ou mesmo no ano que vem, vacina contra a COVID-19 ter� sido o imunizante produzido em menor tempo em toda hist�ria da humanidade. O recorde, at� ent�o, pertencia � vacina contra a caxumba. Desenvolvida pelo m�dico americano Maurice Hilleman, a droga foi lan�ada em 1967, ap�s quatro anos de pesquisas.

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram 








receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)