
A primeira conquista foi divulgada na manh� desta segunda-feira (9) pelas gigantes farmac�uticas: a droga experimental demonstrou prote��o superior a 90% contra o SARS-CoV-2 (v�rus da pandemia). Zerbini classifica o �ndice de efic�cia como praticamente in�dito.
"Para se ter uma ideia, a FDA (Food and Drug Administration, �rg�o que equivale � Anvisa nos Estados Unidos) considera 50% de prote��o como um bom �ndice para uma vacina. Uma droga com esse n�vel de efic�cia j� teria potencial para aprova��o junto � ag�ncia. N�s esper�vamos dessa pesquisa algo em torno de 70% de prote��o. Ent�o, 90% � uma surpresa muito agrad�vel", comemora o pesquisador."
Segundo o cientista, o percentual indica que aqueles que receberam o imunizante produziram quatro vezes mais anticorpos que aqueles que j� contra�ram o novo coronav�rus. “Via de regra, quem � contaminado pela doen�a produz anticorpos e fica imunizado por um tempo. Os estudos da Pfizer e da BioNTech, por�m, mostram que quem tomou a dose experimental desenvolveu muito mais anticorpos que os infectados que se curaram”, explica Zerbini

Outra boa not�cia � que, conforme as investiga��es, mesmo quando n�o foi capaz de evitar o cont�gio pelo v�rus, o produto da Pfizer-BioNTech contribuiu para a ameniza��o dos sintomas da virose. “Os pacientes desenvolveram a doen�a de forma mais branda, o risco de �bito foi significativamente reduzido”, diz o reumatologista.
Uma vez aprovada pela FDA, a droga deve chegar ao mercado em meados de janeiro. Zerbini conta que a ag�ncia deve come�ar a certifica��o da efic�cia e da seguran�a do produto na terceira semana deste m�s. O processo dura, em m�dia, 60 dias. O pesquisador, contudo, n�o soube informar em que est�gio est�o as negocia��es entre as empresas farmac�uticas e o governo brasileiro.
Como a vacina age

O p�s-doutor em gen�tica e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Andr� Murad, esclarece que o SARS-CoV-2 se liga aos receptores das c�lulas humanas justamente por meio da prote�na S.
O que os cientistas da pesquisa em quest�o fizeram foi sequenciar o c�digo gen�tico desse elemento para, posteriormente, inseri-lo dentro de uma esp�cie de microc�psula de gordura chamada lipossoma. As c�lulas englobam essa estrutura e, ent�o, come�am a produzir a prote�na S.
“Assim, a nossa pr�pria c�lula passa a fabricar a prote�na Spike, que vai ser identificada pelo nosso sistema imunol�gico e provocar uma resposta: uma grande quantidade de anticorpos, que v�o imunizar e proteger o organismo humano”, observa Andr� Murad.
O especialista destaca, por�m, que os resultados apresentados pelos ensaio cl�nico, apesar de promissores e positivos, ainda n�o permitem vislumbrar um par�metro de imunidade permanente. Ou seja: � poss�vel que sejam necess�rios refor�os peri�dicos da vacina, uma vez que o v�rus tende a sofrer muta��es.
“Ele vai buscar se adaptar e, por isso, podem ser necess�rios constantes estudos. N�o sabemos o que vai acontecer ainda. Mas a perspectiva � boa, a prote��o deve durar ao menos um ano, possibilitando que as pessoas realizem suas atividades normalmente”, pondera o m�dico.
“Ele vai buscar se adaptar e, por isso, podem ser necess�rios constantes estudos. N�o sabemos o que vai acontecer ainda. Mas a perspectiva � boa, a prote��o deve durar ao menos um ano, possibilitando que as pessoas realizem suas atividades normalmente”, pondera o m�dico.
Bilh�es de doses e d�lares
A Pfizer e a BioNTech mant�m contrato de US$ 1,95 bilh�o com o governo dos EUA para entregar 100 milh�es de doses de vacinas ainda este ano. Os laborat�rios tamb�m fecharam acordos com a Uni�o Europeia, Reino Unido, Canad� e Jap�o.As doses come�aram a ser fabricadas antes antes da comprova��o oficial de efic�cia. At� o fim de 2020, as empresas esperam produzir 50 milh�es de frascos, suficientes para proteger 25 milh�es de pessoas. A expectativa da Pfizer � liberar 1,3 bilh�o de doses ao longo de 2021.
Se for mesmo disponibilizada ainda este ano ou mesmo no ano que vem, vacina contra a COVID-19 ter� sido o imunizante produzido em menor tempo em toda hist�ria da humanidade. O recorde, at� ent�o, pertencia � vacina contra a caxumba. Desenvolvida pelo m�dico americano Maurice Hilleman, a droga foi lan�ada em 1967, ap�s quatro anos de pesquisas.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram