Volunt�rio de vacina na Bahia, m�dico diz estar mais tranquilo para sair na rua

Diretor-m�dico de um hospital refer�ncia para covid-19 na Bahia, Risvaldo Varj�o resolveu contribuir mais no combate � pandemia do novo coronav�rus. Aceitou ser volunt�rio de estudos feitos no Brasil com a vacina produzida pelas farmac�uticas Pfizer e BioNTech. A participa��o dele ajudou as empresas a chegarem a um resultado promissor. Nesta segunda-feira, 9, as fabricantes anunciaram que o imunizante teve 90% de efic�cia na fase 3, a �ltima de testes.

Se a vacina ainda necessita de passar pelo aval da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) antes de ser registrada e aplicada em larga escala na popula��o, Risvaldo afirma que p�de atestar sua efic�cia. Ap�s tomar duas doses da subst�ncia durante os testes, o m�dico fez exame sorol�gico por conta pr�pria. Segundo relata, ele descobriu ter desenvolvido o IgG, anticorpo contra o Sars-Cov-2, v�rus que provoca a covid-19. O resultado das sorologias feitas pelo Centro de Pesquisa Cl�nica das Obras Sociais Irm� Dulce (Osid), onde os testes foram feitos em Salvador, ainda n�o foram divulgados para os 1.549 volunt�rios.

"Como trabalho em um hospital que trata pacientes com covid, j� tinha feito seis testes (para a doen�a) anteriormente, todos com resultados negativos. Quinze dias depois de ter tomado a segunda dose da vacina, fiz um teste de sorologia e deu IgG positivo, indicando que desenvolvi imunidade", relatou Risvaldo ao Estad�o.

O m�dico recebeu as duas doses do imunizante em setembro, com intervalo de tr�s semanas entre uma e outra. Na primeira vez, n�o teve efeitos colaterais. Na �ltima, entretanto, apresentou dores musculares, que apareceram logo ap�s tomar a vacina. "Mas n�o foram dores intensas. Passaram no mesmo dia", disse. Ele n�o sabe se tomou o imunizante ou o placebo, j� que a informa��o n�o � passada para o volunt�rio. Mas acredita ter recebido a vacina - o placebo, composto apenas de soro fisiol�gico, n�o provoca rea��es adversas.

O fato de estar acima do peso e integrar o grupo de risco para covid-19 levou Risvaldo a participar de testes de vacinas na Bahia. "J� tinha me voluntariado para outra (pesquisa com testes de outra vacina), mas n�o fui chamado. Sou obeso e fiquei com muito medo de pegar covid porque � um fator de risco. Tenho contato com todos os m�dicos que est�o em linha de frente, tive contato com pessoas que positivaram. Queria poder exercer minhas atividades com seguran�a, sem preocupa��o. Quando me chamaram, falei: 'vou na hora'", afirmou.

Ap�s ter descoberto que desenvolveu anticorpos, o m�dico aparenta tranquilidade de causar inveja. N�o abandonou o uso da m�scara e mant�m a higieniza��o nas m�os. Fora isso, diz levar vida "praticamente normal" ao que tinha antes da pandemia. Sua sa�de mental foi quem mais sentiu os efeitos positivos da BNT162b1.

"Voc� sai psicologicamente de casa muito mais tranquilo. Antes, voc� sa�a meio paranoico, com medo. Isso tranquilizou muito mais a minha vida. � um lugar que sonhei muito estar. Fa�o caminhada na orla, vou a bar, vou � praia me sentindo muito mais seguro. E poder voltar �s atividades presenciais no meu trabalho, ficar mais pr�ximo dos colegas, ajudar nesse momento delicado � muito importante", disse, entusiasmado.

Ap�s receber as duas doses, o m�dico continuar� sendo acompanhado pela equipe respons�vel pelos testes por dois anos. O objetivo � medir se o volunt�rio desenvolveu algum problema de sa�de e medir se a quantidade de anticorpos gerada pela vacina se mant�m est�vel ou tem queda brusca com o tempo. Ele voltar� ao centro de pesquisa da Osid em mais quatro ocasi�es neste per�odo, para consultas m�dicas.

Cuidados

Apesar de considerar os resultados promissores, Risvaldo alerta a popula��o de que ainda n�o � hora de relaxar nos cuidados com a pandemia. "� importante que as pessoas continuem evitando aglomera��es, se higienizando, respeitando protocolos porque a pandemia ainda n�o acabou. � importante pensar principalmente nos profissionais de sa�de. Todos os hospitais mudaram a forma de trabalho. Isso causa estresse profissional e psicol�gico muito grande aos profissionais de sa�de e aos pacientes", ressaltou.