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Estado de Minas GERAL

Sem luz, vacinas foram refrigeradas em a�ougue no Amap�


12/11/2020 12:30

A interrup��o no fornecimento de energia el�trica colocou em xeque as vacinas � disposi��o dos 17 mil moradores de Tartarugalzinho, cidade de fr�gil infraestrutura na floresta do Amap�. Com o apag�o que atingiu o Estado, a luz parou de chegar � unidade b�sica de sa�de (UBS) onde ficam as duas geladeiras com os materiais, que demandam refrigera��o permanente.

A sa�da emergencial para que n�o se estragassem os lotes de vacinas - como a tr�plice viral, a de hepatite B e a antirr�bica - foi transferir as geladeiras para um a�ougue, um dos poucos locais com energia na cidade, 230 km ao Norte de Macap�.

As geladeiras com as vacinas ficaram no local improvisado por seis dias, de quarta-feira da semana passada at� a �ltima segunda-feira, quando voltaram para o posto de sa�de. Al�m de carne, o estabelecimento trabalha com produtos variados de material de constru��o.

"Todas as vacinas utilizadas pela popula��o tiveram de sair daqui por causa do apag�o. N�o temos gerador. Armazenamos tudo em caixas t�rmicas. Mas depois tivemos que levar para o a�ougue que tem gerador", afirmou Bete Correia, diretora da UBS Jos� Meireles.

O atendimento nas duas �nicas unidades de sa�de do munic�pio chegou a ser suspenso. "Era uma urg�ncia. As vacinas poderiam estragar e deixar de atender muitas crian�as", contou o a�ougueiro Alessandro Juan, de 43 anos. Morungaba, como ele � conhecido, fez um investimento providencial no in�cio do ano. O gerador que custou R$ 14 mil ajudou a socorrer tamb�m outros comerciantes e vizinhos.

Na �ltima segunda-feira, o presidente Bolsonaro disse que a situa��o de fornecimento de energia estava 70% resolvido. Se em Macap� o rod�zio de luz � falho, no interior as consequ�ncias do apag�o s�o ainda mais severas. O Estad�o registrou nos munic�pios de Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Porto Grande o drama das fam�lias com quedas de energia. Nas ruas centrais sem asfalto, os comunicados oficiais de Bras�lia n�o fazem eco. S� tr�s cidades, abastecidas com sistemas diferentes daquele que pegou fogo no �ltimo dia 3, n�o est�o �s escuras: Oiapoque, Laranjal do Jari e Vit�ria do Jari. Em munic�pios como Cal�oene e Amap�, o desconforto � ainda maior.

No bairro do Trem, em Macap�, onde mora o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM), o rod�zio � regular. A luz tem hora para chegar e para ir embora. As casas do entorno de hospitais da regi�o metropolitana est�o beneficiadas por alimenta��o permanente. Mas nos rinc�es a vida est� longe de voltar ao normal.

Sem gelo

Lenilton Barbosa dos Santos, de 39 anos, n�o pesca desde a ter�a-feira passada. Morador da comunidade de Andiroba, entre Tartarugalzinho e Ferreira Gomes, ele precisa de gelo para armazenar os tucunar�s que tira do Rio Tartarugalzinho. "Sem gelo n�o d� para pescar. Arrumei um trocado porque consegui uma mandioca que um rapaz me deu, fiz farinha e vendi. Comprei a��car, caf�, coisas para manter as crian�as. Mas j� acabou", disse.

Lenilton conseguiu acesso a n�o mais do que tr�s parcelas do aux�lio emergencial de R$ 600 pagos pelo governo. Com dois ter�os do dinheiro presenteou a si pr�prio com uma geladeira, em agosto - ela est� fora da tomada desde a semana passada. "A gente tem de colocar sal na carne e no peixe para n�o estragar. A �gua tamb�m n�o t� boa. Quando a luz vem, a gente enche a caixa e vamos distribuindo", disse Ziane Souza Santos, de 28 anos, enquanto o ca�ula de seis filhos, Diogo, de 11 meses, dormia em seu colo.

O casal reservou o dia para viajar ao centro de Tartarugalzinho para, entre outras coisas, atualizar os cadastros de pescadores e conseguir um cart�o do SUS. No hospital, foram informados de que n�o havia internet para atend�-los. A viagem foi perdida. Custou cerca de R$ 50.

No breu das noites de Tartarugalzinho, bem longe de Bras�lia, n�o resta muito a n�o ser esperar e resistir. Em uma roda de cantoria no centro, um grupo de jovens matava o tempo iluminados pelas estrelas e por celulares. Cantavam � preciso saber viver, de Roberto e Erasmo Carlos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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