Laborat�rios privados t�m alta de testes positivos da covid em novembro

Grandes redes de laborat�rios particulares detectaram nesta semana um aumento na procura por exames RT-PCR para diagn�stico do novo coronav�rus. A porcentagem de resultados positivos para a doen�a tamb�m tem crescido, o que pode refor�ar o cen�rio de novo recrudescimento da covid-19 ap�s meses de estabiliza��o e queda nos dados.

Dados divulgados ontem pela Dasa, empresa que tem 40 redes de laborat�rios, com cerca de 800 unidades no Pa�s, confirmam esse crescimento nos casos. Laborat�rios como Delboni Auriemo, Salom�o Zoppi e Lavoisier, em S�o Paulo, S�rgio Franco e CDPI, no Rio, e Exame, no Distrito Federal, s�o algumas das marcas da Dasa. O grupo disse ter notado aumento dos 8 mil exames RT-PCR di�rios do fim de outubro para 12 mil ao longo desta semana, alta de 50%.

No fim de outubro, a m�dia de exames que retornavam positivos era de 20%. Em novembro, do dia 1� ao dia 12, a porcentagem passou para 26%, e foi de 29% se forem considerados somente os dados do �ltimo dia 12. "Notamos um aumento significativo na procura. Acompanhamos isso dia a dia e o crescimento tem sido bastante relevante", disse o diretor m�dico da Dasa, Gustavo Campana.

Campana relata que a maior taxa de positividade notada na rede foi de 40% nos meses de abril e maio, no auge da pandemia. Na ocasi�o, no entanto, havia uma limita��o de insumos e a recomenda��o era de priorizar os pacientes que estavam em ambiente hospitalar. Os casos come�aram a cair depois de junho e ele disse que os n�meros de agosto, setembro e outubro formaram um "vale" na compara��o da curva com os meses anteriores. O cen�rio mudou no in�cio de novembro.

A rede tem como caracter�stica atendimento aos planos de sa�de e aos hospitais privados, al�m da demanda de outros laborat�rios. Nas unidades do Grupo Fleury, o n�mero de exames RT-PCR realizados nesta semana aumentou 30% em compara��o com o volume de 15 dias atr�s e o �ndice de testes com resultado positivo para covid-19 dobrou no mesmo per�odo, passando de 8% para 15%.

A empresa faz cerca de 4 mil exames do tipo por dia, 80% deles em unidades da capital paulista, e � respons�vel pela an�lise das amostras de pacientes de v�rios hospitais privados da capital, como S�rio-Liban�s, Oswaldo Cruz e as unidades da Rede D�Or S�o Luiz.

"No auge da pandemia na cidade, em junho, o �ndice de positividade dos exames feitos chegou a 30% e depois come�ou a cair, chegando ao seu n�vel mais baixo no final de outubro, quando estava em 8%. Depois, come�ou a subir novamente", conta o infectologista Celso Granato, diretor m�dico do Fleury.

"Isso s� mostra que a gente n�o pode baixar a guarda porque o n�mero de infec��es parece estar subindo novamente. Veja o exemplo da It�lia e de outros pa�ses europeus, que os casos estavam muito mais baixos e mesmo assim est�o tendo segunda onda. No nosso caso, que sempre estivemos com patamares altos de casos, esse risco � maior ainda", destacou. Pa�ses europeus, como a Fran�a, tiveram de adotar novamente restri��o de circula��o para frear o novo avan�o do v�rus.

Marcelo Gomes, pesquisador em Sa�de P�blica da Fiocruz e Coordenador do Sistema InfoGripe, fala que ainda n�o � poss�vel afirmar que o Pa�s est� em uma segunda onda de covid-19, mas j� se observa uma retomada do crescimento de casos em algumas capitais. "Olhamos para casos graves, em particular, o que permite fazer um acompanhamento ao longo do tempo mais preciso.

Observamos que diversos locais est�o j� com uma retomada no crescimento de novos casos semanais. Se isso j� � uma segunda onda ou n�o, � at� secund�rio. Porque estar com uma retomada do crescimento por si s� j� � preocupante e necessita avalia��o das atua��es locais", disse.

Ele disse que at� a �ltima semana de outubro o boletim Infogripe mostrava sinais moderados ou fortes de retomada de crescimento de casos em nove capitais: Florian�polis (SC), Jo�o Pessoa (PB), Macei� (AL), Bel�m (PA), Fortaleza (CE), Macap� (AP), Natal (RN), Salvador (BA) e S�o Lu�s (MA). Em outros locais, como S�o Paulo e Porto Alegre, foi observada interrup��o da queda de casos.

Nos hospitais

O Estad�o mostrou nessa semana que hospitais particulares da capital viram o n�mero de interna��es por covid-19 crescer neste m�s. Ontem, o Hospital Israelita Albert Einstein informou que teve, nos �ltimos dias, alta de 36% no n�mero de pacientes internados com covid-19. Entre a �ltima semana de setembro e anteontem, a m�dia de doentes hospitalizados manteve-se est�vel entre 50 a 55 casos. Em apenas dois dias, anteontem e ontem, foram 18 novas interna��es, elevando para 68 o total de pessoas hospitalizadas com infec��o confirmada pelo coronav�rus.

O n�mero m�dio de testes di�rios realizados tamb�m aumentou, passando de 869 na semana de 27 de outubro a 2 de novembro para 1.017 entre os dias 3 e 9 de novembro. O �ndice de positividade saltou de 9,4% para 15,2%.

O hospital afirmou que "osn�meros alertam para a necessidade da manuten��o das medidas de preven��o: uso de m�scaras em qualquer ambiente, fechado ou ao ar livre, respeitar o distanciamento social sempre, n�o participar de aglomera��es e realizar a higieniza��o das m�os com frequ�ncia".


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.