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Estado de Minas GERAL

Dia Mundial da Prematuridade: saiba como lidar com beb�s que nasceram mais cedo


17/11/2020 11:30

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) considera parto prematuro aquele que ocorre antes de 37 semanas de gravidez. A idade gestacional, fatores de risco, mortalidade infantil e desenvolvimento do beb� s�o preocupa��es constantes na rotina daqueles que est�o a espera da chegada do filho.

Neste Novembro Roxo, contamos a hist�ria da pequena Elis, que nasceu com 26 semanas de gesta��o, o que corresponde a seis meses e meio, pesando 780g. Antes do parto, Renata Lopes Francisco de Andrade e o marido, Braulio Vanalli de Andrade, j� sabiam que havia chance de a pequena chegar antes da hora. Com 21 semanas de gravidez, foi detectada uma altera��o no colo do �tero, na ultrassonografia de rotina.

"Tentamos medidas para atrasar o parto e tamb�m o repouso, por�m no final da 25� semana acabei entrando em trabalho de parto. Inicialmente tentamos inibir, mas sem sucesso, e ent�o ela nasceu em um parto ces�reo. Est�vamos muito nervosos pois sab�amos de muitos dos riscos, j� que al�m de m�e sou tamb�m pediatra", relembrou Renata.

Elis nasceu bem e foi encaminhada � UTI Neonatal. "Isso foi no dia 23 de setembro de 2020. Desde ent�o estamos na rotina da UTI, com visitas duas vezes ao dia e ordenhas de leite nos intervalos. Ela sempre foi muito bem cuidada e est� evoluindo cada dia melhor, atualmente j� com 1.630g", afirma.

Renata ressalta a import�ncia da informa��o para a gestante que corre o risco de ter um beb� prematuro. "Percebemos hoje que o pr�-natal adequado permitiu que atras�ssemos o parto em, pelo menos, cinco semanas, o que foi fundamental para seu bom nascimento e boa evolu��o. E tamb�m, claro, seu atendimento em uma boa unidade de UTI Neonatal � fundamental para que ela esteja cada dia mais esperta e forte", concluiu.

Neste 17 de novembro, o planeta chama aten��o para o Dia Mundial da Prematuridade. Em 2020, o Minist�rio da Sa�de promove uma semana de conscientiza��o, alertando sobre o problema que afeta 340 mil beb�s todos os anos no Pa�s.

Para responder as principais d�vidas de pais e gestantes sobre parto prematuro, como evitar ou como lidar com beb�s que nascem antes do esperado, a reportagem do Estad�o conversou com Silvana Darcie Maccagnano, pediatra e neonatologia do Hospital e Maternidade Santa Joana.

1. O que � prematuridade e qual sua classifica��o?

A prematuridade � o nome que se d� a condi��o do beb� que nasce com menos de 37 semanas de gesta��o. A classifica��o pode ser com rela��o � idade gestacional e ao peso ao nascer. Um beb� � considerado prematuro extremo quando nasce antes de 28 semanas e 0 dias de gesta��o. J� os que nascem entre 28 semanas e 0 dias a 31 semanas mais 6 dias s�o considerados pr�-termo, enquanto os prematuros moderados s�o os beb�s nascidos entre 32 semanas e 0 dias a 36 semanas mais 6 dias. Existem, ainda, os prematuros tardios que s�o os beb�s nascidos entre 34 semanas e 0 dias a 36 semanas mais 6 dias, sendo esta uma subcategoriza��o do moderado. Quanto ao peso de nascimento, s�o classificados como rec�m-nascido de baixo peso quando menores de 2.500g ao nascer, de muito baixo peso quando est�o abaixo de 1.500g ao nascer e de extremo baixo peso inferiores a 1.000g ao nascer.

2. O que causa a prematuridade?

Existem v�rios motivos que podem levar � prematuridade, como as patologias maternas: doen�as uterinas (miomas, colo do �tero curto), infec��o urin�ria na gesta��o, doen�as sexualmente transmiss�veis (aids e s�filis, por exemplo), infec��es adquiridas na gesta��o e que podem causar infec��es cong�nitas (citomegalovirose e toxoplasmose), gesta��o m�ltipla e idade materna (m�es adolescentes ou gestantes com mais de 35 anos). Diabetes gestacional, malforma��es fetais, ruptura prematura das membranas ovulares, hipertens�o arterial cr�nica e doen�a hipertensiva da gravidez (DHEG - tipo de hipertens�o que ocorre ap�s a 20� semana de gesta��o) tamb�m s�o motivos que podem levar ao parto prematuro.

3. Quando um beb� � considerado prematuro?

Um beb� � considerado de termo quando nasce no tempo certo, entre 37 semanas e 40 semanas mais 6 dias de gesta��o. Portanto, considera-se rec�m-nascido prematuro ou pr�-termo aquele que nasce com idade gestacional inferior a 37 semanas de gesta��o, ou seja, at� 36 semanas mais 6 dias. Ainda, quanto ao grau de prematuridade, chamamos de rec�m-nascido extremamente prematuro os que nascem com menos de 32 semanas ou 28 semanas de gesta��o, segundo algumas classifica��es.

4. Como evitar e lidar com a prematuridade?

� poss�vel prevenir o parto prematuro. Tudo come�a com um bom pr�-natal desde o in�cio da gesta��o. O acompanhamento com o obstetra deve incluir no m�nimo uma consulta mensal, na qual o m�dico ir� acompanhar o desenvolvimento do feto, bem como o estado de sa�de da gestante, podendo detectar precocemente sinais das patologias mencionadas na resposta anterior e que podem causar o parto prematuro. Alguns exemplos s�o: a medida da press�o arterial que permite o diagn�stico precoce e tratamento adequado da hipertens�o arterial, o acompanhamento das taxas de glicemia que permite o controle do diabetes, junto com a orienta��o de uma dieta equilibrada e h�bitos de vida saud�veis, uma vez que o sobrepeso e obesidade aumentam o risco de diabetes gestacional. Ainda, � necess�rio a realiza��o dos exames de ultrassonografia para seguimento do crescimento e desenvolvimento do feto, possibilitando o diagn�stico precoce de malforma��es fetais que possam predispor ao parto prematuro.

Para lidar com a prematuridade � importante que o beb� prematuro possa contar com o atendimento de uma equipe multiprofissional, composta por neonatologistas, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudi�logas e psic�logos. Todo beb� rec�m-nascido demanda cuidados especiais, uma vez que depende de cuidados de outra pessoa praticamente 100% do tempo, em virtude da sua fragilidade, depend�ncia de nutri��o e higiene.

5. Amamenta��o e alimenta��o de beb� prematuro

Os prematuros, devido � imaturidade de sua suc��o e degluti��o, bem como da coordena��o destas fun��es com a respira��o, devem receber maior aten��o nas mamadas quanto ao risco de engasgos. Os beb�s prematuros tamb�m s�o mais propensos ao refluxo gastresof�gico, portanto � necess�rio um cuidado maior com o posicionamento do beb�. O mais indicado � manter o rec�m-nascido em uma posi��o com o tronco mais elevado ap�s as mamadas.

Estes cuidados se iniciam na maternidade, mas muitas vezes a alta dos beb�s prematuros e seus cuidados p�s demandam servi�os especializados de sa�de, como estimula��o motora, acompanhamento mais frequente com pediatra e at� mesmo de outros especialistas. Al�m disso, os prematuros tendem a ser mais sonolentos, dormem por per�odos maiores e, por isso, necessitam de mais aten��o para serem despertos e estimulados nos hor�rios de mamada. Tamb�m devido a sua imaturidade imunol�gica, s�o mais vulner�veis a processos infecciosos e, com isso, a higiene de seus utens�lios e de seus cuidadores no manuseio desses materiais requer aten��o redobrada. � importante, ainda, evitar situa��es de risco, como sa�das ou ambientes com muitas pessoas.

6. Qual a import�ncia da conversa com os pais sobre maturidade?

O nascimento de um beb� prematuro e sua interna��o em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal muitas vezes geram diferentes sentimentos nos pais, especialmente nas m�es, como frustra��o, dificuldade de aceitar a situa��o da gesta��o ter terminado antes da hora e de ter tido um beb� bem menor, fr�gil, gerando sentimento de culpa, incompet�ncia, medo do desconhecido, medo de perda e muitos outros. Al�m disso, a UTI Neonatal � um ambiente muito tecnol�gico e diferente para os pais, por conta da produ��o de ru�dos e alarmes, por exemplo. Dessa forma, o local � certamente um ambiente para o cuidado intensivo da sa�de do prematuro, mas deve tamb�m ser acolhedor para os pais.

A equipe multidisciplinar deve explicar o m�ximo poss�vel os cuidados dispensados ao prematuro para que os pais possam entender melhor o tratamento e acompanhar sua evolu��o. Por�m, � muito importante que haja um suporte psicol�gico aos pais, por meio de uma escuta emp�tica frente �s suas necessidades e demandas emocionais espec�ficas. Esse atendimento pode ser individualizado, mas tamb�m associado � realiza��o de reuni�es peri�dicas de pais de UTI com psic�logos, uma vez que os pais de diferentes beb�s est�o vivenciando experi�ncias semelhantes e em diferentes est�gios de evolu��o e podendo, assim, compartilhar seus sentimentos e contribuir para o encorajamento de outros por meio de uma rede de apoio nessa jornada.

Esse apoio � muito importante desde o in�cio da interna��o do prematuro na UTI Neonatal, pois a seguir dos sentimentos iniciais de estranhamento daquele beb� fr�gil, confrontado com o beb� grande idealizado e do medo do desconhecido e de perda, vem a desilus�o de deixar de viver os momentos com aquele beb� no quarto da maternidade com a m�e, a amamenta��o nos primeiros dias ou mesmo o momento da alta materna sem poder levar seu filho consigo para a casa. Assim, o suporte psicol�gico ocorre para que as viv�ncias dos pais na UTI Neonatal sejam mais suaves, favorecendo a forma��o do v�nculo com o beb� e preparando-os para o momento em que futuramente assumir�o os cuidados desse beb� em casa.


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