O Brasil possui dois acordos bilaterais em andamento para acessar futuras vacinas contra o novo coronav�rus. O compromisso de compra e transfer�ncia da Coronavac, vacina chinesa, foi firmado pelo Governo de S�o Paulo, com o Instituto Butantan. O Governo Federal firmou contrato com vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, Reino Unido, em parceria com A Fiocruz e Biomanguinhos. Al�m disso, o Pa�s integra a Covax Facility, iniciativa da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para a distribui��o de imunizantes licenciados.
A parceria entre o Governo de S�o Paulo, o Instituto Butantan e a farmac�utica Sinovac Life Science foi anunciada pela primeira vez em 11 de junho. Tr�s meses depois, o governador Jo�o Doria (PSDB) assinou acordo para produ��o e distribui��o de 46 milh�es de doses da Coronavac no valor de US$ 90 milh�es. Outros R$ 160 milh�es ser�o investidos na reforma da f�brica do Butantan, que ser� respons�vel pela produ��o da Coronavac.
O contrato tamb�m formaliza a transfer�ncia de tecnologia para produ��o da vacina pelo Butantan. At� dezembro, a farmac�utica vai enviar 6 milh�es de doses da vacina j� prontas, enquanto outras 40 milh�es ser�o produzidas em S�o Paulo.
O Butantan recebeu autoriza��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) para importar os produtos e insumos em outubro. A previs�o � de que as primeiras 120 mil doses da Coronavac cheguem em 20 de novembro. H� expectativa de mais 14 milh�es de doses em fevereiro. Em fase final de estudos cl�nicos no Brasil, a Coronavac � considerada uma das vacinas mais promissoras pela OMS. No Brasil, os testes s�o conduzidos em sete Estados brasileiros e no Distrito Federal.
O segundo acordo bilateral foi firmado entre o Governo Federal, por meio da Fiocruz, e a farmac�utica brit�nica AstraZeneca para produ��o da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca � de US$ 250 milh�es e est� limitado inicialmente a 100,4 milh�es de doses, totalmente destinadas a entregas ao Minist�rio da Sa�de e ao SUS. Ao fim do acordo, a Fiocruz ter� a capacidade de produzir mais 110 milh�es de doses ao longo do segundo semestre de 2021.
O contrato prev� a transfer�ncia de tecnologia da vacina de Oxford, com in�cio da produ��o em janeiro do ano que vem. Ou seja, o Brasil ter� acesso � tecnologia e autonomia para continuar produzindo o imunizante. O acordo prev� que n�o haver� margem de lucro na aquisi��o dos produtos necess�rios para a produ��o da vacina at� 1� de julho de 2021, quando expira o contrato.
A estimativa � que a vacina��o comece em mar�o. "N�o vai haver uma aplica��o em massa da vacina", explicou N�sia Trindade Lima, presidente da Fiocruz. "Ter� de haver algum crit�rio de prioriza��o, mas isso ainda n�o foi definido. Ao pre�o de US$ 3,16 a dose, ela � considerada uma das mais baratas quando comparada �s demais negocia��es que seguem em curso no mundo". Segundo ela, "no 2� semestre, j� com a produ��o inteiramente nacional, ser�o mais 110 milh�es de doses. Um total de 210 milh�es de doses em duas etapas". Assim como a Coronavac, a vacina da Oxford encontra-se na fase 3 de testes cl�nicos.
O Minist�rio da Sa�de tamb�m mant�m negocia��es com a farmac�utica Pfizer, mas sem nenhum acordo firmado at� o momento. O imunizante da empresa apresentou efic�cia de mais de 90%, conforme uma an�lise preliminar divulgada no dia 9 de novembro.
Nesta ter�a-feira, 17, acontecer� a primeira reuni�o entre o Minist�rio e representantes da Pfizer. Na quarta, 18, t�cnicos da pasta se encontram com representantes da Johnson & Johnson. Na quinta-feira, 19, est� prevista agenda com desenvolvedores da vacina Sputnik V. Segundo fontes do minist�rio, a ideia � ouvir os valores e condi��es de acesso � vacina que as empresas oferecem. As vacinas est�o em fase tr�s de testes, em humanos, a mais avan�ada no desenvolvimento desse tipo de produto.
202 vacinas em desenvolvimento
Em seu relat�rio mais recente, divulgado no dia 3 de novembro, a OMS informou que h� 202 vacinas sendo desenvolvidas para combater o novo coronav�rus. Dessas, 47 est�o em avalia��o cl�nica, ou seja, iniciaram os testes em seres humanos, sendo que dez est�o na fase 3, a �ltima antes da conclus�o. S�o cerca de cem mil volunt�rios participando dos testes. As outras 155 vacinas est�o em um momento inicial, de identificar o agente causador e realizar testes em animais, como camundongos, por exemplo.
Quatro vacinas que iniciaram a fase cl�nica est�o sendo testadas aqui no Brasil: a da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e a Fiocruz (inglesa), a da Sinovac em parceria com o Instituto Butantan (chinesa), a da BioNTech/Pfizer (alem�/americana) e, mais recentemente, a desenvolvida pela Janssen Pharmaceuticals (belga/americana), do grupo Johnson & Johnson. Bahia, Minas Gerais, Paran�, Rio de Janeiro, Bras�lia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e S�o Paulo s�o algumas das regi�es que contam com volunt�rios participando dos testes.
O Brasil tamb�m participa da alian�a Covax Facility. Coordenada pela OMS, a coaliz�o de mais de 150 pa�ses foi criada para impulsionar o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.O Pa�s investiu R$ 2,5 bilh�es para entrar no cons�rcio.
GERAL