Al�m da saudade, familiares e amigos relembram com carinho de Jo�o Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, que foi espancado at� a morte em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, na noite da �ltima quinta-feira, 19. Beto era o segundo filho de um casal dedicado � fam�lia. O pai � pastor e estreitou a rela��o com o filho ap�s a morte da m�e dele. Segundo Jo�o Batista Rodrigues Freitas, o filho era uma "pessoa de bem" e muito amorosa. "Eu amava ele. Ele era uma cara muito amoroso", recorda. Beto era pai de quatro filhos, tr�s meninas e um menino.
Inicialmente torcedor do Gr�mio, ele trocou a paix�o futebol�stica pelo S�o Jos�, conhecido como Zequinha, clube de bairro da regi�o Norte. Morador da regi�o, o soldador era membro da torcida Os Farrapos. As lembran�as da arquibancada seguem vivas na mem�ria do amigo Everton da Silva dos Santos.
"A minha rela��o com nosso eterno irm�o Beto era de fam�lia. Todo mundo curtia aquele trabalhador e pai de fam�lia. Ele era tudo. Sempre nos apoiava nos jogos e agora me acontece isso? Ningu�m est� acreditando no que aconteceu", emociona-se Santos.
O aeroportu�rio Robson Leite destaca a refer�ncia de Beto na torcida organizada. "Como o S�o Jos� � um time de bairro, a gente conhece todo mundo. Sempre faz�amos churrasco e ele sempre estava disposto a ajudar. Ele era uma pessoa do bem e nunca teve problemas."
Noivo de Milena Borges Alves, 43 anos, Freitas morava ao lado da cuidadora de idosos em um apartamento no bairro IAPI, zona Norte da cidade. "Ele era muito brincalh�o, estava sempre brincando", relatou a vi�va em entrevista � R�dio Ga�cha.
A morte brutal de Jo�o Alberto causou uma onda de protestos em todo o Pa�s. Conforme laudo inicial da necropsia, a v�tima morreu por asfixia. Em Porto Alegre, o protesto realizado em frente ao hipermercado Carrefour terminou em confronto entre manifestantes e a Brigada Militar.
V�deos das c�meras de seguran�a do Carrefour mostram o cliente negro sendo espancado e imobilizado por dois vigias. Ap�s a deten��o, Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva tiveram a pris�o preventiva decretada pela Justi�a. Os dois v�o responder por homic�dio triplamente qualificado: por motivo f�til, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da v�tima.
Sob aplausos e homenagens, Beto foi sepultado neste s�bado, 21, no cemit�rio municipal S�o Jo�o, no bairro IAPI, tamb�m localizado na zona norte de Porto Alegre. Durante o vel�rio, duas coroas de flores ornamentaram o ambiente. Uma delas exibia homenagem de familiares. A outra ostentava uma faixa com os dizeres "Justi�a por Jo�o Alberto Freitas". Um bandeira do S�o Jos� tamb�m foi estendida sobre o caix�o.
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