Apesar de r�veillon cancelado, quiosques de Copacabana vendem ingressos

A um m�s da chegada de 2021, quiosques da orla de Copacabana, na zona sul carioca, vendem ingressos para o r�veillon na praia, j� cancelado pela prefeitura do Rio para evitar aglomera��es que levem � contamina��o pela covid-19. Pelo menos oito estabelecimentos ofereciam, nessa segunda-feira, 30, o acesso � festa por pre�os a partir de menos de R$ 400 por cabe�a. A decis�o do munic�pio de cancelar os fogos e os espet�culos musicais em palcos na areia era ignorada por empregados dos estabelecimentos.

"Parece que vai ser normal, sim", disse um deles, sem saber que falava com a reportagem. "Um tempo atr�s, disseram que n�o ia acontecer (o r�veillon na praia), mas tamb�m disseram que os bares n�o iriam abrir. Olha a�, est� tudo aberto..."

Em meio ao recrudescimento da pandemia no Rio, an�ncios oferecem os ingressos usando termos como "localiza��o privilegiada" e "um verdadeiro camarote ao ar livre" para vender ingressos para o r�veillon. N�o se fala na decis�o da prefeitura do Rio que descartou a festa com presen�a de p�blico. At� essa segunda-feira, 30, foram registradas 22.590 mortes pela covid-19 no Estado, onde a doen�a j� atingiu 354.354 pacientes.

Um dos quiosques visitados pelo Estad�o tem ingressos com pre�os diferentes. As entradas para o "espa�o lounge" s�o mais baratas e, para as "cadeiras", um pouco mais caras. Para quem pagar, a promessa, segundo um cartaz de divulga��o, � acesso a "open bar" e "buffet liberado". Um mapa de lugares est� afixado na parede do estabelecimento. Nele, se v� que ser� bem dif�cil manter o m�nimo distanciamento social para evitar contrair a doen�a.

Em outro quiosque, que cobra ingressos a partir de pouco menos de R$ 600, o an�ncio ressalta que os organizadores n�o se responsabilizam "pelo posicionamento do palco". � uma prov�vel alus�o � estrutura para shows tradicionalmente montada na praia, em frente ao Hotel Copacabana Palace, que, segundo a prefeitura, n�o estar� l� em 2020. A atendente desse quiosque tamb�m disse que, "at� onde sabe", a festa ser� exatamente como acontece todos os anos.

O Estad�o questionou a Prefeitura do Rio sobre os eventos anunciados pelos quiosques. Por nota, o munic�pio reiterou as mudan�as no r�veillon e afirmou que as festas precisam de autoriza��o. "Conforme j� amplamente divulgado a toda a imprensa, o r�veillon carioca ter� este ano um novo modelo, diferente do que normalmente � feito. Nesse novo modelo, n�o consta qualquer evento presencial na orla", informou o texto enviado pela Secretaria Municipal da Casa Civil.

Segundo a pasta, "efeitos de luzes em v�rios pontos da cidade substituir�o os fogos de Copacabana". A Casa Civil ainda � enf�tica ao afirmar que "os locais onde acontecer�o os shows de luzes e de artistas ainda s�o assunto em negocia��o". Ser�o em seis diferentes lugares, explicou a secretaria.

"Reiteramos que todos os shows acontecer�o dentro de lugares privados, sem presen�a de p�blico, e que a transmiss�o dos mesmos acontecer� pela televis�o, em canal ainda a ser divulgado, e no canal oficial da Riotur no Youtube", prossegue a Casa Civil.

Sobre as festas anunciadas pelos quiosques, a secretaria informou que eventos privados precisam de autoriza��o dada pela secretaria da Fazenda e pela Vigil�ncia Sanit�ria. "Ressaltando que todos os eventos privados precisar�o cumprir as regras de ouro da Prefeitura e todos os protocolos para evitar aglomera��o e reduzir o risco de cont�gio do novo coronav�rus", informou o �rg�o no texto.

O �ltimo r�veillon carioca bateu o recorde de 1,7 milh�o de turistas nacionais e estrangeiros, de acordo com a Riotur, estatal carioca do setor. Desse total, 80% eram brasileiros de outros Estados e 20%, estrangeiros. Com a pandemia, a expectativa � de grande preju�zo nesse setor com a redu��o de visitantes.