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Estado de Minas GERAL

Com investiga��o inconclusa, mortes de jovens em Parais�polis completam um ano


01/12/2020 13:38

A morte de nove jovens pisoteados durante um baile funk em Parais�polis, na zona sul de S�o Paulo, completa um ano nesta ter�a-feira, 1�. O principal inqu�rito do caso, conduzido pela Pol�cia Civil, ainda n�o foi conclu�do, mas o Minist�rio P�blico j� antecipou que enxerga culpa de parte dos policiais militares que atuaram no caso. As fam�lias v�o realizar nesta tarde um ato em mem�ria das v�timas e por responsabiliza��o pelas mortes.

Os nove jovens foram pisoteados ap�s a pol�cia atuar para dispersar o baile da DZ7 na comunidade de Parais�polis. Esse pancad�o, na �poca, costumava reunir entre 3 mil e 5 mil pessoas nos fins de semana. Os agentes dizem que perseguiam um suspeito e foram alvo de disparos. A a��o causou tumulto e levou as v�timas para duas vielas da comunidade, onde as pessoas se aglomeraram. Testemunhas relatam trucul�ncia na a��o policial, o que teria colaborado para aumentar o tumulto e dificultar a dispers�o pelas ruas estreitas do local.

A principal investiga��o do caso � conduzida desde dezembro pelo Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), da Pol�cia Civil. Em nota enviada nesta segunda-feira, 30, a Secretaria da Seguran�a P�blica informou que a apura��o segue em andamento, sob sigilo, "com o cumprimento de solicita��es feitas pela promotoria". A pasta disse tamb�m que os policiais envolvidos seguem afastados do servi�o operacional. Trinta e um deles haviam sido afastados pouco tempo depois da ocorr�ncia.

O inqu�rito poder� esclarecer como atuou cada agente durante a ocorr�ncia e qual foi o papel deles para as mortes dos jovens. Ap�s o encerramento da investiga��o, essa apura��o dever� ser submetida ao Minist�rio P�blico, que avaliar� apresenta��o de den�ncia formal � Justi�a contra os policiais.

O MP j� havia antecipado que enxerga culpa de parte dos policiais envolvidos nas mortes em Parais�polis. Em nota enviada nesta segunda-feira, o �rg�o refor�ou essa posi��o. "Os elementos dos autos apontam o dolo dos policiais militares, na modalidade dolo eventual, para as nove v�timas, pois se trata de uma �nica situa��o f�tica. Todavia, � primeira vista, n�o seriam os 31 policiais militares responsabilizados, sendo necess�ria a an�lise de cada conduta", informou, por nota, a promotora Luciana Andr� Jord�o Dias.

Ela classificou o trabalho da Pol�cia Civil como "bastante criterioso" e lembrou que a apura��o est� "ocorrendo ininterruptamente desde a pr�tica dos fatos". "Acreditamos que o inqu�rito policial est� pr�ximo de seu encerramento. A demora decorre da complexidade do caso, com 31 policiais envolvidos e nove v�timas fatais, al�m de outras que tamb�m sofreram agress�es e les�es, e da pandemia de covid-19, que, assim como nas demais �reas, dificultou a apura��o dos fatos", acrescentou.

Uma outra apura��o foi conduzida pela Corregedoria da Pol�cia Militar e enviada para a Justi�a Militar, que analisa a pr�tica de eventuais crimes militares dos agentes. Esse inqu�rito concluiu que as mortes aconteceu tamb�m em virtude da a��o da PM naquele local. Apesar disso, o capit�o que investigou a atua��o dos agentes disse que eles n�o devem ser punidos porque agiram em leg�tima defesa.

Na tarde desta ter�a-feira, as fam�lias das nove v�timas dever�o se reunir em frente ao Pal�cio do Bandeirantes, sede do governo paulista no Morumbi, em um ato em mem�ria dos jovens e para pedir justi�a no caso.

"A nossa ideia � continuar na luta por justi�a, o que temos feito ao longo deste ano, com uma cobran�a enf�tica. Eram jovens com um futuro muito bonito pela frente e que foram brutalmente arrancados de n�s", disse o estudante Danylo Amilcar, de 20 anos, irm�o de Denys Henrique, de 16 anos, uma das v�timas. Ele cobra responsabiliza��o n�o s� para os agentes, mas tamb�m para os comandantes da tropa que atuou no baile.

"� muito dif�cil expressar todo esse sofrimento. Al�m de perder um irm�o com 16 anos, nas circunst�ncias que nos foram impostas, h� um trabalho �rduo e longo para mostrar para a sociedade que ele tinha um valor, que trabalhava, que se esfor�ava para estudar. Esse trabalho � um desafio. O que a pol�cia tentou fazer foi dizer que eles eram culpados pela pr�pria morte. Quem perdeu ali n�o foi somente a gente, foi toda a sociedade ao ver um jovem que saiu para se divertir e foi morto. Pedimos respostas e repara��es", refor�ou Danylo.


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