Pazuello minimiza testes encalhados e d� como certa a prorroga��o da validade

Em audi�ncia no Congresso Nacional nesta quarta-feira, 2, o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, disse que "est� caminhando" a an�lise da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) sobre a prorroga��o da validade de cerca de 7 milh�es de testes RT-PCR que est�o encalhados em armaz�m do governo federal. "Essa validade pequena seria e ser� renovada", disse Pazuello.

Pazuello afirmou que o produto entrou no Brasil com uma validade "emergencial", de oito meses, mas que a "valida��o" do novo tempo de uso est� em discuss�o "h� muito tempo". A Anvisa, por�m, afirma que a validade foi definida pela pr�pria fabricante do teste, o laborat�rio coreano Seegene. A ag�ncia ainda diz que n�o h� decis�o sobre a extens�o da validade.

Na mesma reuni�o, o secret�rio nacional de Vigil�ncia Sanit�ria, Arnaldo Medeiros, disse que uma resposta definitiva da Anvisa deve ser dada em uma semana. J� o secret�rio-executivo da pasta, Elcio Franco, afirmou que aguarda "apenas a formaliza��o" da ag�ncia.

Al�m de aprovar a renova��o da validade do produto, a Anvisa ter� de dar aval para que os testes estocados sejam usados ap�s os oito meses. Em casos similares durante a pandemia, a ag�ncia aceitou a altera��o no registro do produto, mas negou que o estoque fosse esgotado. Ou seja, a validade estendida passou a valer apenas para as pr�ximas importa��es. Segundo apurou o Estad�o, a ag�ncia deve dar um tratamento diferenciado ao caso do Minist�rio da Sa�de, exigindo a an�lise de cada lote do produto encalhado, para ter certeza de que ele segue eficaz e seguro.

No �ltimo dia 22, o Estad�o revelou que 7,1 milh�es de exames do tipo RT-PCR est�o em um armaz�m do minist�rio, ou seja, n�o foram enviados ao SUS em plena pandemia. Do total estocado, 96% (cerca de 6,86 milh�es de unidades) perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. Considerados de "padr�o ouro" para o diagn�stico, os testes comprados pelo minist�rio t�m validade de 8 meses e s�o armazenados a -20�. Com base em estudos da fabricante, o Minist�rio da Sa�de pediu � ag�ncia para prorrogar a vida �til dos exames por mais 4 meses.

O n�mero de testes encalhados � superior aos 6,27 milh�es de exames RT-PCR j� feitos no SUS. Neste exame, o material para an�lise � coletado por meio de um longo cotonete, chamado "swab", e o resultado positivo mostra que o v�rus est� ativo no organismo.

Pazuello tamb�m minimizou a baixa testagem no SUS. O governo prometia realizar mais de 24 milh�es de exames RT-PCR at� o fim do ano, mas alcan�ou cerca de 25% desta meta. "Alteramos o diagn�stico para diagn�stico cl�nico, do m�dico. � o verdadeiro diagn�stico. O verdadeiro diagn�stico n�o � o teste, � o diagn�stico cl�nico. Porque o teste pode ser falho. � o m�dico que diagnostica", disse Pazuello.

"Nunca aqui partimos da premissa de que os testes v�o vencer agora em dezembro", disse Pazuello. Ele voltou a repetir, de forma equivocada, o argumento do minist�rio de que a validade do exame poderia chegar a 2023, pois este seria o prazo de um dos reagentes presentes no teste. A validade, por�m, n�o � definida desta forma, mas a partir da estabilidade de todo o conjunto de reagentes do teste RT-PCR. "Essa validade pequena seria e ser� renovada. Porque os componentes do teste todos t�m validade muito mais estendida. Sempre soubemos disso, n�o � uma novidade."