Opera��o investiga rede familiar de lavagem de dinheiro para Marcola do PCC

Nos documentos enviados ao Tribunal de Justi�a de S�o Paulo pedindo autoriza��o judicial para vasculhar endere�os ligados a familiares de Marco Williams Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), o Minist�rio P�blico de S�o Paulo e a Pol�cia Civil do Estado descrevem como o narcotraficante usaria a fam�lia para lavar o lucro do tr�fico de drogas. Os mandados de busca e apreens�o come�aram a ser cumpridos nesta quarta-feira, 16, para aprofundar a investiga��o.

A opera��o � feita por policiais da 6� Delegacia de Investiga��es sobre Fac��es Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investiga��es Criminais (Deic) e tem como um dos alvos Cynthia Giglioli da Silva, mulher de Marcola, os pais dela, Marivaldo da Silva Sobrinho e Maria do Carmo Giglioli da Silva, e Camila Giglioli da Silva, Christiano Giglioli da Silva e Francisca Alves da Silva, cunhados do traficante.

A apura��o que levou �s buscas, iniciada em janeiro do ano passado, mira a evolu��o patrimonial do grupo que, segundo as autoridades, � incompat�vel com a renda. O ponto de partida foi a compra de um im�vel de luxo em um condom�nio em Carapicu�ba, na Grande S�o Paulo. Depois disso, os investigadores rastearam transa��es imobili�rias milion�rias entre os investigados e conseguiram a quebra dos sigilos fiscal e banc�rio. A suspeita � que as movimenta��es sejam simuladas e tenham sido subfaturadas como estrat�gia para ocultar pelo menos R$ 1,9 milh�o.

"� certo que a fac��o criminosa PCC tem proporcionado �s lideran�as e familiares uma vida de luxo", diz a o Grupo de Atua��o Especial de Combate do Crime Organiza��o (Gaeco) do Minist�rio P�blico de S�o Paulo. "De modo geral, verificou-se um grande descompasso entre o acervo patrimonial (im�veis, ve�culos, etc.) e a movimenta��o financeira que justificasse as aquisi��es", completa o MP.

Cynthia, por exemplo, vive hoje em um condom�nio em Alphaville, na Grande S�o Paulo. Entre os anos de 2017 e 2019, ela teria feito viagens para a Europa, Col�mbia, Peru, Paraguai e Panam�. Como fonte de renda, tem um sal�o de beleza no bairro de Casa Verde, na zona norte da capital paulista. A mulher de Marcola j� foi condenada, em janeiro de 2008, a oito anos de pris�o por lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha.

Em outra frente, a Pol�cia Civil de S�o Paulo investiga ainda se postos de combust�veis ligados � fam�lia Kastropil tamb�m est�o sendo usados para a lavagem de dinheiro da fac��o criminosa. Em setembro, a Opera��o Rei do Crime revelou uma rede de 73 empresas suspeitas ligadas, sobretudo, a postos e lojas de conviv�ncias que seriam usadas para movimentar R$ 30 bilh�es do tr�fico.