Ser humano j� consome pl�stico at� na cerveja

N�o h� como escapar. Est� no ar, no a��car, no sal, na �gua de torneira, na cerveja gelada. A presen�a de micropart�culas de pl�sticos j� faz parte do cotidiano de qualquer cidad�o do mundo. Estima-se que, ao longo de um ano, cada pessoa tenha ingerido algo entre 74 e 121 mil part�culas desse material.

Em agosto do ano passado, a Organiza��o Mundial da Sa�de divulgou o relat�rio Microplastics in drinking-water (Micropl�sticos na �gua pot�vel), no qual analisa mais de 50 estudos sobre a presen�a de part�culas e fibras pl�sticas em �guas naturais, pot�veis e de esgoto. O objetivo do relat�rio era avaliar os riscos � sa�de.

Por enquanto, n�o h� consenso sobre como esse material tem afetado a vida humana. Part�culas acima de 150 micr�metros s�o facilmente excretadas pelo organismo e, assim, n�o representariam grande risco � sa�de. O que se sabe � que temos ingerido essas micropart�culas por meio de ingest�o e inala��o. E comer pl�stico n�o parece a melhor das ideias.

Entre os dados consolidados pela organiza��o Oceana est�o resultados de uma pesquisa feita no ano passado por cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canad�, que analisou as quantidades dessas part�culas e diversos produtos e subst�ncias. A �gua engarrafada aparece no topo da lista daqueles que apresentaram maior presen�a de micropl�stico, seguida por cerveja, ar, �gua de torneira, frutos do mar, a��car e sal.

Um estudo da Divis�o de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na �ustria, encontrou part�culas de micropl�sticos em fezes humanas em indiv�duos em oito pa�ses diferentes: Finl�ndia, It�lia, Jap�o, Holanda, Pol�nia, R�ssia, Reino Unido e �ustria.

"Todos eles tinham tido contato com comida embalada por pl�stico e seis haviam comido peixes e frutos do mar durante o per�odo de observa��o do experimento. Cerca de 95% das fezes continham 20 part�culas de micropl�stico a cada 10 gramas", afirma o relat�rio.

Animais

Os dados sobre os preju�zos � vida marinha s�o bem mais vis�veis. Entre 2015 e 2019, foram feitas 29.010 necropsias de aves, r�pteis e mam�feros marinhos encontrados nas praias das regi�es Sul e Sudeste do Brasil.

Desse total, 3.725 animais, entre golfinhos, baleias, aves e r�pteis, tinham ingerido detritos pl�sticos. Treze por cento deles tiveram a morte diretamente associada ao consumo desses materiais.

A proje��o � de que existam, pelo menos, 5 trilh�es de peda�os de pl�sticos nos mares. A maior parte desse material est� dispersa e � formada por peda�os pequenos demais (at� um mil�metro) para serem coletados por limpezas de praia ou em alto-mar. O material leva centenas de anos para se decompor.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.