Estudantes e profissionais negros organizaram um movimento para promover a diversidade �tnica e racial na Medicina brasileira. Criado em 2015, o Coletivo NegreX tem atua��o pol�tica e profissional nas �reas da sa�de e educa��o. O nome do grupo vem da uni�o do termo "negre", "negro" sem especifica��o de g�nero, com o "x", em homenagem ao l�der americano Malcolm X.
Uma das a��es do grupo � buscar mudan�as no curr�culo m�dico. Desde 2016, a sa�de da popula��o negra foi incorporada �s aulas da Universidade Federal Fluminense (UFF). Por iniciativa pr�pria, professores cedem aulas para membros do NegreX discutirem racismo e a Pol�tica Nacional de Sa�de Integral da Popula��o Negra. O mesmo ocorre na Universidade Federal do Maranh�o (UFMA). Os temas ainda n�o foram incorporados oficialmente.
Outra a��o importante foi a cria��o de uma frente de articula��o com professores e alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O coletivo trabalha, ainda, pela forma��o dos alunos no movimento estudantil e na organiza��o de simp�sios. "A forma��o precisa estar relacionada � sa�de da popula��o negra, estimulando o debate. Tamb�m � importante acolher e fortalecer as pessoas. O ambiente acad�mico e de trabalho pode se tornar hostil", diz a m�dica Monique Fran�a, cofundadora do coletivo de negros e negras na Medicina.
O crescimento do grupo espelha o avan�o dos negros nos cursos. Em 2015, a primeira reuni�o teve 12 pessoas. Dois anos depois, eram 300; hoje s�o 500 m�dicos e estudantes, no Brasil e no exterior. O grupo atua pelas redes sociais, com f�runs no Facebook e grupos no WhatsApp. Os encontros presenciais foram suspensos na pandemia.
O coletivo vem conquistando espa�o. Neste ano, seus representantes participaram pela primeira vez de reuni�es do Conselho Nacional de Sa�de, �rg�o que monitora as pol�ticas p�blicas do setor. Uma das integrantes do NegreX � a m�dica Denize Ornelas, de 39 anos. Filha de fam�lia de baixa renda da Baixada Fluminense, ela iniciou o curso na UFF em 2001, �poca sem cotas raciais ou sociais. Eram tr�s negros entre 80 alunos. "Ser minoria absoluta pode levar ao embranquecimento. Sempre tive consci�ncia racial, mas n�s est�vamos afastados das outras pessoas negras. Meus colegas n�o falavam sobre esse tema. Isso trouxe muita solid�o", diz a diretora de Comunica��o da Associa��o Paulista de Medicina de Fam�lia.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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