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Estado de Minas Investiga��o

Ex-seminaristas detalham abusos pelo arcebispo de Bel�m

Dom Alberto Taveira � acusado de ass�dio por quatro jovens e alvo de investiga��es da Pol�cia Civil e do MP; religioso nega que tenha cometidos os crimes


04/01/2021 16:38 - atualizado 04/01/2021 17:10

 
Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, é acusado de abusar de ex-seminaristas(foto: Acácio Pinheiro/CB/D.A Press)
Arcebispo de Bel�m, Dom Alberto Taveira, � acusado de abusar de ex-seminaristas (foto: Ac�cio Pinheiro/CB/D.A Press)
Alvo de investiga��es da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico, o  arcebispo de Bel�m, Dom Alberto Taveira, teria cometido abusos sexuais e ass�dio moral contra ex-seminaristas, que denunciaram os crimes do padre, cometidos entre os anos de 2010 e 2014. Sem citar os casos diretamente, o religioso negou que tenha cometido os crimes.

Em entrevista ao El Pa�s, um deles, que n�o se identificou e que hoje tem 26 anos, contou que come�ou a ser assediado pelo arcebispo com 15 anos de idade, ainda antes de entrar para o semin�rio. J� com 18 anos, ele diz ter sido abusado sexualmente, em meio a um processo de expuls�o do grupo de estudantes e � suposta amea�a da autoridade m�xima da Igreja no local de “contar tudo” para a fam�lia dele.

Outro jovem que tamb�m se diz v�tima hoje tem 28 anos e relatou que come�ou a ser assediado pelo padre com 20 anos, mas conseguiu afastar-se dele antes de sofrer abusos f�sicos. A reportagem tamb�m diz que teve acesso ao teor do que foi contado na den�ncia pelos outros dois jovens. Um deles, com 16 anos na �poca dos fatos narrados, foi quem dos quatro teria sofrido as piores viol�ncias, ficou traumatizado e chegou a tentar tirar a pr�pria vida ap�s deixar o semin�rio.

Os quatros jovens foram ouvidos de forma an�nima pelo Fant�stico, da TV Globo. Os ex-seminaristas disseram que era comum os jovens se encontrarem com o religioso na casa dele. “Teve s�bado pela manh� que eu cheguei l� na casa dele, tinha fila de meninos para passar pelo atendimento”, diz um deles.

Segundo os denunciantes, os encontros na casa do arcebispo aconteciam na capela, onde a conversa era sobre voca��o religiosa; na sala, onde a conversa era focada na fam�lia e nos estudos; e, geralmente no fim da noite, no quarto. L�, eles falavam sobre intimidades e, segundo os jovens, era onde ocorriam os abusos.

O caso j� est� sendo averiguado, tamb�m, pelo Vaticano. O caso come�ou a ser formalmente apresentado � Santa F� em 2019 e, em dezembro, segundo a TV Globo, um representante j� esteve no Brasil para conduzir a apura��o dos fatos.

Confira os relatos dos quatro denunciantes (conte�do forte):

“Era colocado como uma coisa normal. A� acho que ele ia sentindo a abertura, vendo at� onde conseguia chegar, testando a gente…”

“Eu j� tinha passado pela orienta��o particular com ele antes, mas tinha sido tudo muito superficial, eu n�o dava abertura. Quando fui expulso, procurei Dom Alberto e perguntei se ainda havia esperan�a para mim. Ele disse que tinha um caminho, mas que eu tinha que me abrir ao m�todo de cura espiritual dele”

“Voltei para a primeira sess�o e come�ou: queria saber se eu me masturbava, se eu era ativo ou passivo, se eu gostava de troca-troca, se eu assistia pornografia, quando eu me masturbava o que eu pensava… achei estranho mas achei que era o m�todo dele”.

“Outra coisa comum era a reza junto ao corpo. Ele chegava junto de voc�, se ro�ando, e fazia uma reza em algum lugar do seu corpo nu… teve vez que era no rosto e achei que ele ia me beijar”.

“Tive que pegar nele e masturb�-lo, ele pegava no meu p�nis e tentava fazer com que eu tivesse uma ere��o… Outra coisa � que ele ficava nervoso quando voc� n�o conseguia, brigava, dava bronca, mas sempre com esse papo do tratamento, do estamos tentando te salvar… A cada sess�o, ele ficava mais agressivo e violento, dizia coisas horr�veis, lembrava de fatos passados para te humilhar, dizia que voc� n�o estava progredindo, dizia coisas horrorosas para voc�, que voc� era uma pessoa horr�vel, era aterrorizante”.

“Quando ele me tocou, na minha parte �ntima, disse que aquilo ali era normal, coisa do homem. Mas, assim, eu n�o via maldade, porque confiei muito, por ele ser uma autoridade, tamb�m n�o tinha experi�ncia. Mas aquilo foi se tornando j� permanente e j� mais agressivo. Ele j� me recebia na porta e j� ia logo pegando”

"Perguntava muito sobre masturba��o. Primeiro, mostrava no dedo dele. Como a gente fica muito constrangido, ent�o sempre se muda de assunto. Em outro momento, retorna, at� que ele pede para que voc� mostre. No meu caso, houve um momento em que ele, ele mesmo abaixou as minhas cal�as, porque eu estava perplexo, e tocou (no p�nis) e tamb�m rezou”.

“Ele pediu para que eu mostrasse como eu me masturbava no dedo dele. Isso na hora me chocou bastante, porque voc� n�o espera uma coisa dessa, n�?”.

“Ele pediu para que eu ficasse de p� na frente dele, no meio das pernas dele. E pediu que eu fechasse meus olhos. Eu fechei os olhos, a� ele come�ou a rezar e foi quando ele pegou em meus �rg�os genitais, acho que esperando alguma rea��o, sei l�, mas n�o houve nada. Ele me abra�ou, deu um beijo pr�ximo da minha boca e disse que � assim, que tinha que rezar”.

“Quando eu comecei a falar para ele que eu queria sair do semin�rio por isso, isso e isso, comecei a chorar. Ele mudou o humor, repentinamente. Bateu na mesa, me xingou de viado, disse que chorar era coisa de viado, que eu tinha que ser homem, que eu tinha que ser forte. E isso tudo gritando, assim, de maneiro que at� chegou a me assustar. E a� nesse dia que ele levantou da mesa dele e me abra�ou. Ficou pegando nos meus �rg�os genitais, apalpando. Me abra�ou, me deu outro beijo perto da boca, disse que gostava muito de mim, que queria me ver ordenado padre”

Outro lado

O caso ganhou destaque ap�s o pr�prio arcebispo fazer um pronunciamento, no in�cio de dezembro, para se defender do que chamou de "acusa��es de imoralidade".
 
"Digo que recebi com tristeza h� poucos dias a informa��o de exist�ncia de procedimentos investigativos com graves acusa��es contra mim sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretextos fatos postos nas acusa��es", relatou o arcebispo no v�deo.

Na grava��o, Taveira diz que confia na Justi�a brasileira para o esclarecimento das "falsas imputa��es" e afirma estar "totalmente dispon�vel �s autoridades, tanto eclesi�sticas como civis para que a realidade seja restabelecida".
 
 
 


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