
O Minist�rio da Sa�de acertou a compra de 30 milh�es de seringas com agulhas at� o fim de janeiro. Com isso, o governo pretende suprir as necessidades mais prementes e iniciar o Plano Nacional de Operacionaliza��o da Vacina��o contra a COVID-19, que est� previsto para o pr�ximo m�s. O acordo, selado em reuni�o na ter�a-feira, � resultado de requisi��es administrativas e envolve todos os tr�s fabricantes de materiais para vacina��o instalados no pa�s. Mas, ontem, no dia seguinte ao acordo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Brasil n�o comprar� os insumos at� que o pre�o se ajuste. “Como houve interesse do Minist�rio da Sa�de em adquirir seringas para seu estoque regulador, os pre�os dispararam e o MS (Minist�rio da Sa�de) suspendeu a compra at� que os pre�os voltem � normalidade”, publicou Bolsonaro, nas redes sociais.
Embora o presidente tenha dito que estados e munic�pios t�m estoques de seringas para o in�cio da vacina��o, o Estado de Minas apurou que a decis�o do Planalto, avalizada pelo Minist�rio da Sa�de, n�o impacta a entrega ajustada na ter�a-feira, mas diz respeito a um leil�o que o governo pretendia fazer para a aquisi��o de um volume maior do produto para as fases posteriores do plano de imuniza��o.
Segundo o superintendente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Artigos e Equipamentos M�dicos e Odontol�gicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, os pedidos para as empresas realizados por meio de requisi��o administrativa, que obriga o fabricante a vender sua produ��o ao governo, n�o foram cancelados. “As empresas est�o imbu�das em fazer essas entregas at� o fim de janeiro”, confirmou. Segundo ele, o pre�o que o governo vai pagar pelos insumos n�o foi definido.
O Minist�rio da Sa�de resolveu fazer uso das requisi��es administrativas de estoques depois do fracasso no preg�o aberto no fim do ano passado, que teve oferta para apenas 7,9 milh�es de seringas com agulhas, cerca de 2,4% do total de unidades que a pasta desejava adquirir. Na busca para garantir o produto, o governo federal tamb�m restringiu a exporta��o do produto, que agora exige “licen�a especial de exporta��o de produtos para o combate � COVID-19”. O governo tamb�m estuda zerar o imposto de importa��o dos insumos.
A vacina��o no Brasil depende de algum imunizante obter o aval da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). A estimativa do Minist�rio da Sa�de � de que 108 milh�es de doses sejam aplicadas ainda no primeiro semestre. Al�m da vacina��o contra a COVID-19, as seringas e agulhas adquiridas pela pasta serviriam para a campanha de imuniza��o contra o sarampo.
DEMANDA
Em rela��o ao sobrepre�o alegado por Bolsonaro, o economista do Ibmec-MG M�rcio Ant�nio Salvato afirma que � natural que o valor suba diante do excesso de demanda de um produto. Ele aponta erro de log�stica do governo, que, sabendo que a vacina estava pra sair e planejando um programa de vacina��o deveria ter comprado os insumos em lotes menores desde o meio do ano passado. A Abimo afirma que desde julho alerta o minist�rio sobre a necessidade de planejar a compra das seringas.
Salvato defende que, diante dos pre�os elevados e da imprescindibilidade dos insumos, a melhor estrat�gia econ�mica seria fazer compras peri�dicas e menores. Ele ressalta que n�o faz sentido a compra de todo o material necess�rio de uma s� vez, tendo em vista que ainda n�o h� vacinas aprovadas no Brasil e que dificilmente os fabricantes, tanto dos imunizantes quanto dos insumos, v�o conseguir entregar um volume grande dos seus produtos.
“A melhor pol�tica seria fazer compras peri�dicas e menores e n�o um pacote de uma vez. � sabido que n�o teremos vacina pra todo mundo agora, ent�o, � poss�vel o governo ir fazendo estoque peri�dicos de seringas e agulhas. Compra em janeiro, em fevereiro, compra em mar�o e abril e assim sucessivamente � medida em que forem chegando as vacinas. � importante termos os insumos comprados, mas n�o precisa ser o lote completo, tendo em vista que a vacina��o vai durar o ano inteiro”, conclui.