
Por causa do aumento dos casos de COVID-19, o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emerg�ncia em Manaus pelo per�odo de 180 dias para conter o avan�o da pandemia na capital amazonense.
Nessa quarta-feira (06/01), foram 110 mortes por COVID-19 entre as causas de �bitos no total de sepultamentos nos cemit�rios de Manaus, superando a marca das cem mortes por coronav�rus registrada em maio de 2020.
Para o presidente do Sindicato das Empresas Funer�rias do Amazonas (Sefeam), Manuel Viana, o setor est� mais preparado para lidar com aumento de sepultamentos. No entanto, ele alerta que a cidade ainda pode reviver as cenas dram�ticas de abril do ano passado quando foi necess�rio abertura de valas comuns para enterros.
"N�o corremos risco de 'apag�o' funer�rio, mas pode haver 'apag�o de cemit�rios'. Estamos preocupados porque caso seja ultrapassada a m�dia de 100 sepultamentos durante tr�s ou quatro dias consecutivos n�o vamos ter sepulturas abertas. E corremos o risco, novamente, de usar as valas", afirmou. A m�dia di�ria de mortes em Manaus ficou acima de 60 nos primeiros dias do ano.
Na manh� dessa quarta-feira, 6/01, o prefeito de Manaus esteve no maior cemit�rio da capital, o Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarum�, zona oeste. Sem se referir ao aumento de mortes por COVID, David Almeida disse que ir� construir novas sepulturas verticais para impedir que Manaus volte a sofrer com a quest�o funer�ria.
"A cidade cresceu e temos a necessidade de construir novas sepulturas verticais. Estamos fazendo a recupera��o das 16 ruas do cemit�rio e faremos um trabalho de paisagismo, a fim de que possamos dar dignidade �s pessoas que v�o sepultar os seus entes queridos. Tamb�m j� demos in�cio ao processo no intuito de construir 22 mil sepulturas verticais", disse.
A situa��o cr�tica nas unidades de Sa�de no Amazonas j� fez a Defensoria P�blica do Estado do Amazonas (DPE-AM) ingressar com uma a��o civil p�blica contra o Estado do Amazonas para garantir a interna��o de pacientes com COVID-19 no Estado.
No �ltimo domingo, 4, a DPE-AM ingressou com a a��o pedindo que o governo do Estado seja obrigado a requisitar, de forma compuls�ria, 150 leitos cl�nicos e 26 leitos de UTI mantidos pelo Hospital Nilton Lins, incluindo "todos os produtos e servi�os necess�rios para o funcionamento e manuten��o disponibilizados pelo ente privado, a exemplo, medicamentos, insumos, equipamentos de prote��o individual, equipamentos em geral, recursos humanos, �rteses, pr�teses e materiais especiais, devendo o ressarcimento por sua utiliza��o ocorrer de acordo com os par�metros fixados pelo SUS".
Segundo alerta epidemiol�gico, publicado na segunda-feira, 4, da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amaz�nia - assinado pelo epidemiologista Jesem Orellana - a decis�o judicial de fechamento do com�rcio, tomada no �ltimo s�bado, 2, veio em momento tardio.
"Na realidade, nos pr�ximos dias, as interna��es de pacientes graves e de mortes devem continuar acontecendo em n�veis muito altos. Assim, os efeitos da referida determina��o judicial s� devem ter impacto mais evidente sobre interna��es de pacientes graves e mortes por COVID-19 daqui a algumas semanas. Mais do que isso, a referida determina��o n�o resolve o problema, apenas serve para achatar a curva de cont�gio transitoriamente.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-AM) afirma que vem trabalhando, desde outubro de 2020, o Plano de Conting�ncia para o Recrudescimento da COVID-19 no per�odo sazonal da S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) no Amazonas.
"O plano foi dividido em cinco fases, com a��es para ampliar o n�mero de leitos cl�nicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conforme crescimento da taxa de ocupa��o dos hospitais. A SES-AM reorganizou a rede estadual de sa�de e alterou o perfil das unidades para atender pacientes acometidos pela covid-19."
Ainda segundo a SES, em dois meses, o governo do Amazonas aumentou em 141% a oferta de leitos exclusivos para covid-19 na rede estadual de sa�de, saindo de 457 para os atuais 1.094 leitos. Na UTI, o aumento de leitos foi de 139,2%, saindo de 120 no in�cio do plano, para os atuais 287.