Desmatamento em dois anos de Bolsonaro tem alta de 82% sobre per�odo Temer/Dilma

Os alertas de desmatamento na Amaz�nia no acumulado dos dois primeiros anos do governo Bolsonaro foram, em m�dia, 82% superiores � m�dia dos alertas registrados nos tr�s anos anteriores. � o que indicam os dados compilados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam quase em tempo real onde est�o ocorrendo derrubadas da mata a fim de orientar as a��es de fiscaliza��o. O Deter n�o � a fonte oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema est� acontecendo.

Nesta sexta-feira, 8, entraram no site TerraBrasilis, do Inpe, os n�meros de alertas referentes a dezembro. Com isso � poss�vel somar o acumulado de todo o ano passado. Em 2020, a �rea com avisos de desmatamento na Amaz�nia Legal foi de 8.426 km�. Em todo o ano de 2019, havia sido de 9.178 km�, maior valor observado desde 2016. Apesar da queda de 8%, o volume m�dio de desmatamento observado nos dois anos - de 8.802 km� - � bem superior � m�dia do que tinha sido detectado nos anos de 2016, 2017 e 2018, de 4.844 km�.

A alta na devasta��o vinha sendo indicada m�s a m�s pelo Deter e j� tinha sido comprovada por outro sistema do Inpe, o Prodes, que traz os dados anuais oficiais de desmatamento. O Prodes mede o corte raso da floresta entre agosto de um ano e julho do ano seguinte. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a devasta��o da floresta alcan�ou 11.088 km�, alta de 9,5% ante os 10.129 km� registrados nos 12 meses anteriores.

O Deter, por ser mais �gil, tamb�m � mais sujeito a intemp�ries como nuvens e �s vezes enxerga menos (por isso traz n�meros menores do que os que v�o ser auferidos pelo Prodes), mas tem a vantagem de permitir recortes mensais e uma an�lise sobre o chamado ano civil (de janeiro a dezembro), o que facilita identificar os efeitos de medidas de combate ao desmatamento.

Desde maio do ano passado, est� em vigor na regi�o a opera��o Verde Brasil 2, coordenada pelo Conselho da Amaz�nia, que � comandado pelo vice-presidente, Hamilton Mour�o. A opera��o enviou militares para a floresta, ao custo previsto de R$ 60 milh�es por m�s. Neste per�odo, metade (maio, junho, outubro e dezembro) teve alta dos alertas na compara��o com os mesmos meses de 2019. Em julho, agosto, setembro e novembro houve queda. Mas no acumulado, o per�odo ainda foi o segundo mais desmatado dos �ltimos cinco anos.

Em dezembro, mesmo sendo um per�odo chuvoso, os alertas do Deter indicaram que o desmatamento voltou a subir, ap�s uma queda em novembro. Houve perda de 216,33 km�, alta de 14% em rela��o ao observado em dezembro de 2019: 189,94 km�.

"Bolsonaro tem dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorreram na gest�o dele. As queimadas, tanto na Amaz�nia quanto no Pantanal, tamb�m cresceram por dois anos consecutivos. N�o � coincid�ncia, mas sim o resultado das pol�ticas de destrui��o ambiental implementadas pelo atual governo", comentou Marcio Astrini, secret�rio executivo do Observat�rio do Clima, em nota � imprensa.