
A informa��o foi divulgada nesta ter�a-feira (12/01) pelo secret�rio de Sa�de do Esp�rito Santo, N�sio Fernandes, e pelo diretor-geral do Laborat�rio Central de Sa�de P�blica do estado (Lacen-ES), Rodrigo Rodrigues, um dos sete autores de um artigo publicado na revista cient�fica Plos One sobre os resultados da rean�lise de algumas amostras de sangue colhidas a partir de 1º de dezembro de 2019, de pacientes capixabas que estavam com suspeitas de estarem com dengue ou chikungunya.
Segundo Fernandes, a decis�o de submeter amostras de sangue armazenadas pelo Centro de Hemoterapia e Hematologia do Esp�rito Santo (Hemoes) foi adotada em agosto de 2020, ap�s a constata��o de que a semelhan�a entre alguns dos sintomas da dengue e da chikungunya com os da COVID-19 podem ter confundido os m�dicos antes que se soubesse mais a respeito da a��o do novo coronav�rus.
“Isto nos levou a levantar algumas quest�es a respeito da possibilidade de que muitos casos suspeitos destas arboviroses [dengue ou chikungunya] poderiam, na verdade, ser casos da COVID-19”, explicou o secret�rio de sa�de, lembrando que, no Brasil, o primeiro caso da doen�a foi diagnosticado no final de fevereiro.
“A partir da�, a doen�a foi se espalhando ao longo do primeiro semestre do ano passado. Concomitantemente, tivemos tamb�m [o aumento do n�mero de casos] de dengue e de chikungunya, em especial na Grande Vit�ria”, acrescentou o secret�rio estadual.
Rean�lises de amostras de sangue
Em agosto, a Secretaria estadual de Sa�de autorizou a rean�lise de mais de 7.300 amostras de sangue que tinham sido colhidas nos oito meses anteriores para que fossem verificadas as hip�teses de dengue ou chikungunya. O objetivo era verificar, por meio do teste de ant�geno, se havia vest�gios de infec��o pelo novo coronav�rus.
Dentre 7.370 amostras pesquisadas, 210 reagiram positivamente para o anticorpo. Dentre essas, 89 reagiram positivamente tamb�m para dengue, ou para chikungunya. “Isto demonstra que essas 210 pessoas eram inicialmente suspeitas de possuir uma arbovirose, mas possu�am tamb�m uma infec��o por SARS-CoV-2, que correu de forma oculta ou obscurecida por uma doen�a mais evidente”, explicou Rodrigo Rodrigues.
De acordo com o diretor-geral do Lacen, mesmo a confirma��o do primeiro caso da covid-19 no Brasil, no fim de fevereiro, e o fato da OMS reconhecer a situa��o pand�mica, em mar�o, “muitos casos da doen�a continuaram se perdendo devido � suspeita de arboviroses” durante mais algum tempo.
“Isso levanta uma conclus�o: a ocorr�ncia de surtos concomitantes de dengue e chikungunya podem ter dificultado o diagn�stico dos primeiros casos de SARS-CoV-1, contribuindo para a r�pida expans�o da doen�a no pa�s”, disse Rodrigues, repetindo uma das conclus�es do estudo. “A primeira mostra positiva � oriunda de uma coleta realizada no dia 18 de dezembro de 2019. Se levarmos em considera��o que o anticorpo [IGG] s� atinge n�veis detect�veis ap�s 15 ou 20 dias, podemos sugerir que a exposi��o [do paciente] pode ter ocorrido ou no fim de novembro ou no in�cio de dezembro [de 2019]”, acrescentou Rodrigues.