
O �ndice de 80%, ou mais, � considerado zona de alerta cr�tica pela Fiocruz. A situa��o foi constatada entre 21 de dezembro e 4 de janeiro em Manaus (89,4%); Boa Vista (83,3%); Macap� (94,4%); Bel�m (100%); Belo Horizonte (80,5%); Vit�ria (80,1%); Rio de Janeiro (99,8%); Curitiba (80%) e Campo Grande (100%). Recife, com77,5%, e Porto Alegre, com 73,8%, tamb�m apresentaram taxas superiores a 70%.
Quando analisada a ocupa��o das UTIs por estado, Amazonas (89,2%), Amap� (81%), Mato Grosso do Sul (85,6%), Pernambuco (83%) e Esp�rito Santo (80,7%), al�m do Distrito Federal (88,7%), enquadraram-se na zona de alerta cr�tica entre 21 de dezembro e 4 de janeiro.
N�meros de 2020
O Brasil identificou o primeiro caso de COVID-19 em 26 de fevereiro, em um cidad�o de S�o Paulo que chegou da It�lia. Em mar�o, o n�mero de casos chegou a 4.579, e o de mortes, a 159.
O pa�s atingiu 1 milh�o de casos em junho, m�s em que o n�mero de mortes chegou a 58.314. A partir da�, o n�mero de infec��es confirmadas saltou cerca de 1 milh�o por m�s at� dezembro, quando fechou o ano em 7,68 milh�es. J� o n�mero de �bitos pela doen�a no pa�s em 2020 chegou a 195.742.
No mundo inteiro, foram confirmados 83,43 milh�es de casos de COVID-19 ao longo do ano passado, com 1,82 milh�o de mortes.
Evolu��o da pandemia
O boletim destaca que a pandemia se espalhou no Brasil de forma inicialmente mais lenta que na Europa e �sia e formou um "extenso patamar de transmiss�o" desde junho, com ligeira queda em setembro e retorno a n�veis altos no fim do ano. Segundo os pesquisadores, Brasil, Reino Unido, It�lia e Espanha apresentam padr�o semelhante de alta incid�ncia e mortalidade, destacando-se dos outros pa�ses.
J� os Estados Unidos "representam um caso tr�gico e particular, com as maiores taxas de incid�ncia e mortalidade e a sobreposi��o de tr�s ondas epid�micas, que n�o mostram sinais de arrefecimento", diz o boletim.
No Brasil, os estados com maior incid�ncia de casos por 100 mil habitantes ao longo de 2020 foram Roraima, Amap�, Tocantins e Santa Catarina, al�m do Distrito Federal. Quanto �s mortes por 100 mil habitantes, as taxas foram mais altas no Amazonas, em Roraima, no Par�, Cear�, Rio de Janeiro, em Mato Grosso e no Distrito Federal.
"Outro grupo de estados apresenta uma evolu��o mais pr�xima ao que se conhece como segunda onda, com picos em meados do ano de 2020 e outro mais recente, em dezembro, como Bahia, Para�ba, Esp�rito Santo e Rio de Janeiro", acrescenta o estudo da Fiocruz.
Diferente da mortalidade, que � o n�mero de v�timas por 100 mil habitantes, a letalidade � o percentual de casos que geraram �bitos. Essa taxa caiu ao longo de 2020, "provavelmente devido a a��es de sa�de como o aumento da cobertura de testes, a melhoria e amplia��o das a��es da Aten��o Prim�ria em Sa�de, o aumento no n�mero de leitos e o aprendizado no tratamento hospitalar de casos graves", avaliam os pesquisadores.
A taxa de letalidade terminou o ano entre 2% e 3% na maioria dos estados, com apenas Rio de Janeiro e Pernambuco acima de 5%, o que "revela graves falhas no sistema de aten��o e vigil�ncia em sa�de nesses estados", j� que um n�vel alto de letalidade est� relacionado � subnotifica��o dos casos.
O estudo alerta que o Brasil encerrou o ano passado com patamar de casos compar�vel aos valores de junho a agosto, quando havia cerca de 40 mil casos e 1 mil mortes por dia. Em dezembro, foram registrados novamente 40 mil casos di�rios, com 600 v�timas por dia. "As perspectivas para o ver�o n�o s�o alentadoras, uma vez que o sistema hospitalar apresenta sinais de satura��o e grande parte das medidas de distanciamento f�sico e social e uso obrigat�rio de m�scaras v�m sendo apenas parcialmente adotadas nos estados e munic�pios."
SRAG
Um dos principais indicadores de tend�ncia da pandemia ao longo de 2020 foi a evolu��o dos casos de s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG). A incid�ncia de SRAG chegou a mais de 10 casos por 100 mil habitantes no Brasil no pico da transmiss�o, com Amazonas, Par�, Cear� e Distrito Federal alcan�ando 20 casos por 100 mil habitantes nos primeiros meses da pandemia.
� contabilizado como SRAG todo caso de doen�a respirat�ria com hospitaliza��o ou �bito, em que sejam registrados os seguintes sintomas: tosse ou dor de garganta, dispneia ou satura��o de oxig�nio abaixo de 95%, ou dificuldade respirat�ria.
Ao longo do ano, mais de 640 mil casos se enquadraram nesses crit�rios no pa�s. Entre eles, mais de 350 mil tiveram alguma confirma��o de v�rus respirat�rio, sendo o SARS-CoV-2 o causador da infec��o em 97%.
Al�m disso, o boletim informa que foram mais de 150 mil �bitos por SRAG no Brasil. Entre aqueles causados por v�rus respirat�rios, o coronav�rus foi o agente infeccioso em 99%.
Desigualdades
A Fiocruz destaca que a desigualdade social e regional do Brasil acentua os riscos trazidos pela pandemia para grupos mais vulner�veis, com impactos tanto imediatos, quanto de m�dio e longo prazos. "As desigualdades sociais fazem mal � sa�de, colocando alguns grupos em grande desvantagem para cumprir as medidas de higieniza��o, distanciamento f�sico e social, isolamento e quarentena, bem como no acesso aos servi�os de sa�de, incluindo exames diagn�sticos, tratamento e reabilita��o".
O problema afeta pessoas com condi��es de vida e trabalho mais prec�rias e dificuldade de acesso a bens e servi�os essenciais, como alimenta��o, moradia, saneamento b�sico, educa��o, transporte e outros. Os pesquisadores incluem ainda nesse grupo mais exposto pessoas que sofrem injusti�as por quest�es de g�nero, ra�a e etnia.
"Embora a pandemia afete a popula��o do pa�s como um todo, seus impactos n�o afetam do mesmo modo todas as pessoas", diz o boletim, que recomenda a ado��o de medidas de repara��o atrav�s de pol�ticas p�blicas pr�-equidade", afirma o boletim.