
A efic�cia global da vacina produzida pelo Butant� e pelo laborat�rio chin�s Sinovac � de 50,4%, como anunciado na ter�a-feira. Por isso, para alcan�ar a imunidade de rebanho, ser� necess�rio imunizar 160 milh�es de brasileiros (dos 162 milh�es que podem receber a vacina). Segundo o IBGE, o Pa�s tem 211 milh�es de habitantes. No entanto, os menores de 18 anos, inicialmente, n�o receber�o a vacina.
Especialistas consideram que a imunidade coletiva � obtida quando entre 60% e 70% da popula��o est� imunizada. O porcentual da popula��o vacinada e o tempo para atingir a meta seriam menores com vacinas de efic�cia mais alta.
Almeida calcula ainda que, no caso da vacina da Pfizer/BioNtech, cuja efic�cia � de 95%, seria necess�rio imunizar metade do p�blico, 81 milh�es de pessoas, em aproximadamente cinco meses. No caso da vacina de Oxford (produzida no Pa�s pela Fiocruz e que tamb�m deve estar dispon�vel no Brasil), com uma efic�cia de 62,1%, o porcentual teria que chegar a 80%. Seriam 129 milh�es vacinados em aproximadamente oito meses.
"Uma campanha de vacina��o tem dois objetivos muito claros: gerar a imunidade de rebanho e a prote��o individual", disse Fl�vio Guimar�es, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia. "A CoronaVac n�o consegue cumprir muito bem o primeiro objetivo, mas o segundo objetivo se cumpre muito bem. Diante da emerg�ncia e das circunst�ncias, � uma ferramenta muito importante."
C�lculo errado
C�lculos com os dados brutos dos testes da Coronavac apontam uma efic�cia de 49,69%, e n�o de 50,38%, como anunciado esta semana pelo Butant�. Mas o m�todo usado na conta est� errado para o caso da Coronavac e n�o corresponde ao modelo definido pelo Butant� no protocolo de pesquisa para calcular a efic�cia da vacina, disse ao Estad�o o diretor m�dico de pesquisa cl�nica do Butant�, Ricardo Palacios.

Em estat�stica, o m�todo que conta tamb�m a vari�vel tempo de exposi��o ao risco � chamado de an�lise de sobreviv�ncia e tem como principal medida o hazard ratio (HR). Existe tamb�m a an�lise cl�ssica, que leva em conta s� o n�mero de infec��es em cada grupo, sem considerar o tempo de exposi��o. Ela tem como medidas o odds ratio (OR) ou risco relativo (RR). A metodologia deve ficar clara, para n�o haver desvios dos objetivos iniciais do estudo.
Palacios diz que o Butant� preferiu usar esse m�todo por ser um estudo de curta dura��o, no qual o tempo de exposi��o ao risco de infec��o de cada volunt�rio poderia variar muito.
No slide de apresenta��o dos resultados da Coronavac, al�m dos n�meros absolutos, consta essa incid�ncia, que seria de 11,74 no grupo vacinado ante 23,64 no grupo placebo.
"Se fosse um estudo em que a an�lise de efic�cia fosse feita ap�s dois anos, por exemplo, n�o teria tanta diferen�a porque todos os volunt�rios ficariam expostos por um tempo similar. Mas nesse caso, consideramos que seria mais adequado atribuir riscos diferentes conforme o tempo porque o risco de um volunt�rio com duas semanas de exposi��o ap�s a vacina��o � diferente de um que ficou quatro meses exposto", afirma Palacios.
Ele ressaltou que a escolha do m�todo est� no protocolo de pesquisa, de agosto, apresentado � Anvisa para ter aval para a pesquisa e publicado em revista cient�fica revisada por pares. "No protocolo descrevemos com anteced�ncia a forma como a an�lise ser� feita justamente para n�o sermos acusados de mudar a regra do jogo durante a partida", disse. O documento traz na p�gina 47 a informa��o de que o m�todo usado seria o do c�lculo do hazard ratio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.