Com a negativa da �ndia em entregar dois milh�es de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford ao Brasil, o governo decidiu dar um novo destino para a aeronave que iria a Mumbai.
Em nota oficial, o Minist�rio da Sa�de informou que o avi�o da Azul, que est� em Recife (PE), seria enviado ainda nesta sexta-feira, 15, �s 23h, at� Campinas (SP), para carregamento de cilindros de oxig�nio que ser�o transportados a Manaus (AM) no s�bado, 16.
"A aeronave levar� a capacidade m�xima para esse tipo de carga. O pedido foi feito pelo Minist�rio da Sa�de a fim de abastecer as unidades de sa�de da regi�o", informou a pasta.
"O voo ser� realizado pela mesma aeronave que partiria hoje para Mumbai, na �ndia, uma vez que a miss�o foi reprogramada devido quest�es diplom�ticas entre Brasil e �ndia e dever� ocorrer nos pr�ximos dias."
A decis�o da �ndia frustrou a expectativa do governo federal, que havia preparado um plano para que o imunizante chegasse ao Pa�s at� domingo, 17, a tempo de ser usado no in�cio da vacina��o em todo o Pa�s, prevista para quarta-feira, 20.
Ap�s a resposta dos indianos, o Minist�rio da Sa�de solicitou nesta sexta-feira, 15, a entrega "imediata" de seis milh�es de doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butant�, em parceria com a chinesa Sinovac.
O Instituto Butant�, por sua vez, respondeu que vai liberar o imunizante assim que houve autoriza��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), e questionou o quantitativo de vacinas que ser� destinado ao Estado de S�o Paulo, al�m da data e hor�rio em que ser� iniciada a campanha de vacina��o "simultaneamente" em todo o Pa�s.
Em novo of�cio ao Butant�, o Minist�rio da Sa�de n�o respondeu �s perguntas e afirmou que � sua a responsabilidade pela elabora��o, atualiza��o e coordena��o do Plano Nacional de Operacionaliza��o da vacina��o contra a covid-19.
Mesmo com a recusa da �ndia em enviar as doses, n�o est� descartada a possibilidade de a vacina��o come�ar apenas com a Coronavac, o que representaria um rev�s pol�tico a Bolsonaro.
A negocia��o pela vacina gerou crise entre os governos federal e de S�o Paulo. Bolsonaro chegou a for�ar o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, a recuar da promessa de compra, em outubro. Bolsonaro disse tamb�m que n�o compraria a vacina "pela sua origem".
Por fim, o presidente recuou e acabou adquirindo a vacina, principal aposta do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), seu advers�rio pol�tico, para a vacina��o no Estado. Ainda assim, Bolsonaro ironizou a efic�cia de 50,4% da vacina, pr�ximo do patamar m�nimo exigido pela Anvisa.
Em entrevista ao programa Brasil Urgente, apresentado por Jos� Luiz Datena, o presidente havia dito que o envio de doses pela �ndia poderia atrasar "um ou dois dias", at� o in�cio da vacina��o fosse iniciada no pa�s asi�tico, prevista para s�bado, 16. Na nota oficial, o governo n�o informou a nova data do voo para a �ndia.
O ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, chegou a telefonar na noite de quinta-feira, 14, ao chanceler da �ndia, Subrahmanyam Jaishankar, e reiterou o pedido para importa��o das vacinas. A �ndia, no entanto, alegou "problemas log�sticos" para liberar as doses ao Brasil.
O governo federal comprou 46 milh�es de doses da Coronavac neste m�s. H� ainda a op��o de adquirir mais 54 milh�es de unidades.
A Anvisa deve decidir no domingo, 17, se libera o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford. Antes deste aval, estes imunizantes deveriam ficar sob guarda do Butant� e da Fiocruz.
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