Ap�s mortes em Manaus, come�am transfer�ncias

A m�e da jornalista Marcela Valente Elias, Maria Auxiliadora Valente, de 64 anos, morreu na tarde de quinta-feira, 14, por falta de oxig�nio na UTI do Hospital 28 de Agosto, em Manaus, sem qualquer aviso � fam�lia sobre a falta de cilindros. At� aquele dia ainda era poss�vel comprar o material na rede particular. Nesta sexta-feira, 15, os estoques estavam esgotados.

"Quem foi esse assassino? Que autoridade tem sob esse ato? Canalhas", escreveu a jornalista em texto forte no Facebook. Sua m�e estava internada h� tr�s dias, com covid-19, esperando um leito na UTI. Nesta sexta-feira, pacientes com covid come�aram a ser transferidos para outros unidades da federa��o. O governo do Amazonas pediu ajuda aos Estados de S�o Paulo e Maranh�o para abrigar beb�s prematuros que est�o internados.

Assim com Maria Auxiliadora, a tia do produtor cultural Fabricio Nunes, Maria Gorete Abreu, de 60 anos, morreu em uma maca comum, sem ter conseguido vaga na UTI do Servi�o de Ponto Atendimento (SPA) do bairro Alvorada, zona centro-oeste da capital amazonense, onde estava internada havia dois dias com sintomas de covid. "Estamos transtornados na fam�lia, queremos saber o porqu� de n�o termos sido avisados da possibilidade de faltar oxig�nio", disse Fabricio.

Um m�dico que preferiu n�o ter o nome divulgado disse que 41 pacientes morreram nas 12 unidades de sa�de que atendem casos de covid na capital do Amazonas por falta de oxig�nio. O n�mero nem a causa n�o s�o confirmados pela Secretaria da Sa�de do Estado do Amazonas (Susam).

De acordo com a assessoria da Susam, ontem pela manh� a For�a A�rea Brasileira (FAB) desembarcou 6 mil litros de oxig�nio l�quido da empresa White Martins. O material foi distribu�do pelos hospitais da rede estadual. Questionada, a pasta n�o informou por quanto tempo esse suprimento durar�. A Susam afirmou ainda que mais 22 mil metros c�bicos chegar�o de Guarulhos at� quarta-feira.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou ontem que Manaus tem oxig�nio suficiente para atender a central do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu), a Maternidade Moura Tapaj�z e a Funda��o Dr. Thomas, e que estava esperava para ontem uma remessa de 6 mil metros c�bicos de oxig�nio.

Transfer�ncias de pacientes

O Minist�rio da Sa�de afirmou ontem que pacientes com a covid-19 internados em Manaus come�aram a ser transferidos para hospitais de oito capitais.

Conforme o minist�rio, as transfer�ncias ocorrer�o por avi�o e est�o garantidos 149 leitos: 40, em S�o Lu�s; 30, em Teresina; 15, em Jo�o Pessoa, 10, em Natal; 20, em Goi�nia; 4, em Fortaleza; 10, no Recife, e 20; no Distrito Federal. A estimativa do governo do Amazonas � de que at� 700 pacientes podem ser transferidos nos pr�ximos dias.

Al�m da FAB, pacientes com covid-19 t�m usado avi�es particulares para buscar atendimento em outras cidades. A reportagem registrou a chegada de um jatinho com um doente no aeroporto de Bras�lia, na manh� de ontem. O paciente, n�o identificado, foi transportado deitado de bru�os na maca, t�cnica usada para facilitar a ventila��o nos pulm�es, e recebido por uma ambul�ncia de uma rede particular de sa�de.

O minist�rio afirma que a Empresa Brasileira de Servi�os Hospitalares (Ebserh), respons�vel pela gest�o de hospitais universit�rios federais espalhados pelo Pa�s, tamb�m est� oferecendo leitos aos pacientes.

Rede particular

Um m�dico de um hospital particular de Manaus disse que a situa��o � "grav�ssima" tamb�m nos hospitais particulares, cinco na capital, todos com seus prontos-socorros fechados desde o in�cio de janeiro, com capacidade esgotada. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.