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Estado de Minas GERAL

Governo minimizou alertas de Manaus


17/01/2021 07:26

O presidente Jair Bolsonaro, em 28 de dezembro de 2020, esteve no Est�dio da Vila Belmiro, em Santos (SP), onde boicotou mais uma vez medidas sanit�rias contra a covid-19. Em declara��o � imprensa, ainda no gramado, o presidente elogiou protestos feitos em B�zios (RJ), Fortaleza (CE) e Manaus (AM) contra o fechamento do com�rcio. "Sei que a vida n�o tem pre�o. Mas n�o precisa ficar com esse pavor todo", disse o presidente. "Vi que o povo em Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas."

As manifesta��es na cidade levaram o governador a recuar e reabrir o com�rcio no Estado. Menos de um m�s depois, Manaus vive o pior momento da pandemia, com colapso no sistema de sa�de e falta de oxig�nio para pacientes da covid-19 e at� beb�s prematuros.

As aglomera��es de fim de ano, al�m da circula��o de uma nova variante da covid-19, s�o fatores tidos como determinantes para a explos�o de interna��es em Manaus, segundo o governo estadual e especialistas.

Bolsonaro n�o apenas apoiou as aglomera��es, como seu governo minimizou alertas de que Manaus poderia colapsar. O presidente negou responsabilidades pela crise e disse que cabe ao governo federal somente repassar recursos para o combate � pandemia. "Fizemos nossa parte, com recursos e meios", disse.

A postura do governo, por�m, levou a Procuradoria da Rep�blica no Amazonas a determinar a abertura de inqu�rito civil para apurar se houve falha no apoio ao Estado e op��o por indica��o de "tratamento precoce com efic�cia questionada".

O questionamento dos procuradores faz men��o � visita do ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, e sua equipe ao Estado. Mesmo sob alertas de colapso em Manaus, a comitiva da Sa�de apostou em uma arma ineficaz: o tratamento precoce, ou seja, o uso de medicamentos sem efic�cia para a covid-19, como a cloroquina. A falta da prescri��o destes medicamentos foi apontada por Bolsonaro como um dos maiores motivos da crise em Manaus.

Pazuello deixou a cidade em 13 de janeiro, na v�spera de alguns hospitais ficarem sem oxig�nio e pacientes morrerem asfixiados. Os procuradores apontam que o governo s� mobilizou o transporte dos cilindros de oxig�nio e a transfer�ncia de pacientes a outros Estados, por meio de avi�es da For�a A�rea Brasileira (FAB), no dia 14, quando a crise ganhou proje��o nacional. Antes disso, por�m, o governo local j� alertava sobre a falta do insumo, segundo of�cio que determina a apura��o.

A Procuradoria deve questionar os minist�rios da Sa�de, da Defesa e o governo local sobre a press�o pelo uso do "tratamento precoce", al�m da resposta aos alertas sobre a crise no Amazonas. A empresa White Martins, que fornece oxig�nio ao governo local, deve ainda explicar se alertou o minist�rio de Pazuello sobre a falta do insumo.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), evita cr�ticas a Bolsonaro e ao ministro Pazuello pela crise em Manaus. O Estado depende do apoio federal. Nos bastidores, no entanto, auxiliares do governador reclamam que Pazuello recebeu Lima em Bras�lia, no �ltimo dia 6, ouviu que o quadro era grave e que a nova cepa pode aprofundar a crise no Pa�s, mas n�o respondeu � altura. "O problema � muito grave por conta da pandemia. Estamos chegando ao nosso limite e vim fazer um apelo ao ministro para que aumente o socorro para o Amazonas", disse Lima ap�s reuni�o com Pazuello, na �ltima semana.

Alerta da cunhada. Na segunda-feira, 11, Pazuello mostrou que conhecia a crise por oxig�nio. O ministro, que viveu e tem fam�lia em Manaus, citou um caso pr�ximo, mas minimizou o colapso. "Quando cheguei na minha casa, ontem, estava a minha cunhada... o irm�o (dela) n�o tinha oxig�nio nem para passar o dia. Acho que chega amanh�. O que voc� vai fazer? Nada. Ent�o, vamos com calma. Calma com suas reivindica��es pessoais", disse ele.

No mesmo discurso, Pazuello refor�ou que o uso do tratamento que j� foi apontado pela ci�ncia como sem efic�cia amenizaria a crise. Ele disse que era preciso cobrar a prescri��o de profissionais de sa�de, diretores de hospitais e conselhos profissionais. "A medica��o pode e deve come�ar antes desses exames complementares (de diagn�stico). Caso o exame l� na frente der negativo, reduz a medica��o e t� �timo. N�o vai matar ningu�m", disse Pazuello.

Em Manaus, tamb�m lan�ou o TrateCOV, aplicativo para m�dicos que ajuda no diagn�stico e indica o uso do "tratamento precoce". Em of�cio � Secretaria de Sa�de de Manaus, o minist�rio chegou afirmar que � "inadmiss�vel" n�o prescrever antivirais contra a covid-19.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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