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Estado de Minas GERAL

AstraZeneca e Blackrock negam, mas empresas reafirmam negociar vacina


27/01/2021 13:05

Apesar de o laborat�rio AstraZeneca e o fundo de investimento Blackrock terem declarado nesta ter�a-feira, 26, que n�o t�m vacinas contra a covid-19 para fornecer � iniciativa privada, um grupo de empres�rios brasileiros reafirmou que continua a negociar 33 milh�es de doses do laborat�rio, que distribui o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford. O movimento foi iniciado pelo grupo Coaliz�o Ind�stria na semana passada. Cerca de 60 empresas teriam aderido � aquisi��o conjunta, embora grandes empresas, como Vale, Ita� e Vivo, tenham preferido n�o participar.

O movimento de compra das vacinas tem como um dos coordenadores o advogado F�bio Spina, diretor jur�dico da Gerdau, que tem trabalhado nas negocia��es dos imunizantes como volunt�rio. Spina confirmou que as conversas continuam. "A inten��o (da coaliz�o) � gerar volumes adicionais de vacinas que, de outra forma, n�o estariam dispon�veis para o Brasil", disse. "As empresas est�o preocupadas com a quest�o humanit�ria e com o pleno retorno da atividade econ�mica."

Outro l�der do movimento Coaliz�o Ind�stria, o presidente do Instituto A�o Brasil, Marco Polo Lopes, reafirmou que as negocia��es est�o em curso. Ele destacou que a opera��o ocorre com o aval do governo federal. "Desde o in�cio da pandemia, a ind�stria est� ajudando a salvar vidas. E estamos num esfor�o para trazer essas 33 milh�es de doses", diz. Lopes ressaltou ainda que o investimento para comprar o lote seria de cerca de R$ 4,4 bilh�es.

Para o presidente do Secovi-SP, Bas�lio Jafet, a iniciativa, caso obtenha sucesso, � v�lida e poder� ajudar a "preencher lacunas" deixadas pelo governo federal tanto na compra quanto na distribui��o das vacinas. Ele acredita que, caso a coaliz�o tenha acesso aos imunizantes, as empresas do setor da constru��o civil dever�o adquirir doses para seus colaboradores.

Em nota, por�m, a AstraZeneca afirmou: "Todas as doses da vacina est�o dispon�veis por meio de acordos firmados com governos e organiza��es multilaterais ao redor do mundo, (...) n�o sendo poss�vel disponibilizar vacinas para o mercado privado". No mesmo comunicado, a companhia disse: "Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milh�es de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estar�o dispon�veis no Brasil, em parceria com o governo federal."

Ap�s a negativa da AstraZeneca, o grupo de empres�rios esclareceu negocia��o de vacinas seria, na realidade, com fundos de investimento, como o Blackrock, que deteriam uma cota de imunizantes por serem acionistas do laborat�rio. Procurado, o Blackrock negou a informa��o.

Entraves

Uma fonte do setor jur�dico especializada em ci�ncias da sa�de diz que h� v�rios entraves � importa��o de imunizantes pelo setor privado. Al�m de quest�es regulat�rias - como o fato de o pre�o de produtos farmac�uticos ser monitorado pela C�mara de Regula��o do Mercado de Medicamentos (CMED) -, h� a quest�o do volume dispon�vel de imunizantes. "Outros governos se comprometeram a comprar as vacinas antes ainda dos testes, dividindo o risco com as farmac�uticas. N�o foi o que aconteceu no Brasil, que, de concreto, tem a Coronavac, do Butantan", disse.

O movimento das empresas, iniciado na semana passada, visa a agilizar a vacina��o contra a covid-19 no Pa�s. A proposta que circulou em grupos de WhatsApp de empres�rios desde sexta-feira previa a compra de um m�nimo de 11 milh�es de doses (de um total de at� 33 milh�es), por US$ 23,79 a unidade. O valor est� muito acima do pago pelo governo, no primeiro lote recebido da �ndia, de pouco mais de US$ 5 a unidade. Uma fonte pr�xima � negocia��o diz que o valor da vacina pode baixar um pouco, para cerca de US$ 20 por dose.

Nem todo o setor produtivo embarcou na ideia da Coaliz�o Ind�stria, que prev� o uso de 50% dos imunizantes para vacinar funcion�rios das empresas, com a doa��o da outra metade ao Sistema �nico de Sa�de (SUS). Grandes empresas acreditavam, por�m, que todo o lote deveria ser destinado ao sistema p�blico.

Apoio do Planalto

Nesta ter�a, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a possibilidade de empresas comprarem vacinas contra covid-19 para vacinarem seus funcion�rios e repassarem parte das doses ao sistema p�blico. "O governo � favor�vel a esse grupo de empres�rios trazer vacina a custo zero pro governo", afirmou Bolsonaro, durante evento virtual organizado pelo banco Credit Suisse. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tamb�m elogiou a movimenta��o dos empres�rios.

A posi��o do presidente significa uma mudan�a de postura do governo em rela��o ao tema. Em reuni�o realizada h� menos de duas semanas com os minist�rios da Sa�de, da Casa Civil e das Comunica��es, empresas foram informadas de que o governo realizaria toda a imuniza��o e de que n�o haveria necessidade de ajuda de empres�rios. � �poca, o governo disse que teria doses suficientes para vacinar a popula��o e que a compra por empresas seria proibida.

A compra das vacinas pela iniciativa privada, e n�o pelo governo, levantou questionamentos entre parte do empresariado se a medida n�o representaria "furar a fila" de vacina��o no Pa�s. Por enquanto, apenas grupos priorit�rios, como idosos e profissionais da sa�de receberam doses do imunizante. Foi justamente esse ponto da proposta de compra de vacina por empresas que fez grandes empresas "saltarem do barco" no que se refere ao assunto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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