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Estado de Minas GERAL

No ritmo atual, Brasil levaria mais de quatro anos para vacinar toda a popula��o


06/02/2021 17:57

No ritmo em que a vacina��o contra a covid-19 � conduzida no Brasil, o Pa�s levaria mais de quatro anos para ter toda a sua popula��o imunizada. O c�lculo � do microbiologista da Universidade de S�o Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacina��o contra a gripe em mar�o do ano passado, j� em plena pandemia do novo coronav�rus, os brasileiros vacinavam at� um milh�o de pessoas por dia. Atualmente, a m�dia de imuniza��es di�rias � de um quinto disso, 200 mil pessoas.

Para fazer os c�lculos, Almeida baseou-se no n�mero total de brasileiros a serem vacinados (160 milh�es, segundo o IBGE, j� que os menores de 18 anos n�o ser�o imunizados agora). Para cobrir esse p�blico-alvo no atual ritmo, seriam necess�rios de quatro anos e meio a cinco anos, considerando que os imunizantes usados no Brasil devem ser aplicados em duas doses.

"Este ritmo � lament�vel", afirmou o especialista. "J� em plena pandemia de covid, conseguimos vacinar 54 milh�es de pessoas contra a gripe em cem dias, sem grandes esfor�os. No caso da covid, dever�amos conseguir no m�nimo o mesmo n�mero; idealmente mais, se abr�ssemos postos de vacina��o em est�dios e escolas."

A escassez de vacinas � apontada por especialistas como a maior causa da lentid�o do processo, que j� come�ou depois de cerca de 50 outros pa�ses. Por causa do n�mero muito reduzido de doses, foi preciso estabelecer prioridades. Foi limitada a quantidade de pessoas que poderiam ser vacinadas por dia. Al�m disso, na aus�ncia de uma coordena��o nacional por parte do governo federal, cada Estado definiu estrat�gias e cronogramas diferentes. Em Manaus, por exemplo, a vacina��o teve de ser interrompida ap�s den�ncias de fraudes no acesso � fila.

"Um dos grandes gargalos � a quest�o das prioridades", explicou o epidemiologista Fernando Barros, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). "Se tivesse vacina para todo mundo, era muito mais simples vacinar um milh�o por dia. Se tivesse muita vacina, ningu�m ia furar a fila, como aconteceu em Manaus. Outra coisa, cada um estabeleceu seus crit�rios; no Rio, por exemplo, teve um dia inteiro para quem tem mais de 99 anos, isso n�o existe. O que eles querem? Entrar para o livro dos recordes?"

O Brasil j� contabiliza mais de 9,3 milh�es de casos de covid-19 e quase 230 mil mortes desde o in�cio da epidemia, segundo o cons�rcio dos ve�culos de imprensa. Nos �ltimos sete dias, a m�dia m�vel de mortes foi de 1.051. J� s�o 15 dias com essa m�dia acima da marca de mil. Nesta quinta-feira, 4, o total de vacinados ultrapassou 3 milh�es.

"Se n�o houver um clamor popular, uma grande press�o para a compra de vacinas, v�o continuar morrendo mais de mil pessoas por dia", afirmou Barros. "Com a quest�o das variantes do v�rus, a situa��o pode se agravar e ser� ainda mais dif�cil abafar a infec��o. Estou vendo muito pouco movimento para a gravidade da situa��o. O �nico jeito de sairmos dessa situa��o dram�tica � comprar mais vacina. Precisamos de uma quantidade suficiente para deslanchar o programa de imuniza��o."

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es, Juarez Cunha, � poss�vel at� mesmo que a campanha brasileira tenha de ser interrompida em breve. "Na situa��o em que estamos, provavelmente vamos ficar um tempo sem vacinar ningu�m, uns vinte dias, se n�o recebermos outras vacinas, at� a Fiocruz e o Butantan come�arem a produzir em larga escala", afirmou.

Nesta semana, o Instituto Butantan recebeu outra remessa de insumos da Coronavac e prev� entregar novas doses prontas at� a �ltima semana de fevereiro. J� a Fiocruz prev� a entrega no s�bado, 5, do primeiro lote de mat�ria-prima do imunizante Oxford/AstraZeneca, que ser� fabricado no Brasil pela funda��o. A previs�o para repassar as doses prontas para o Minist�rio da Sa�de, entretanto, � somente em mar�o. O Minist�rio da Sa�de tem sido pressionado a ampliar a oferta de doses e articula a compra da Sputinik V, vacina russa cujos dados de efic�cia, superiores a 90%, foram publicados nesta semana.

"Outra quest�o � a capacita��o de pessoal", afirmou Cunha. "No caso da vacina��o contra a covid, diferentemente do que ocorre na gripe, � preciso fazer um registro completo de todo mundo para alimentar a farmacovigil�ncia. Isso vai provocar um ritmo mais lento."


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