
O F�rum dos Governadores re�ne-se com Pazuello na quarta-feira, 17. Os chefes dos Estados e do Distrito Federal v�o cobrar, novamente, um cronograma para a entrega das doses. "Nos aproximamos de 30 dias do in�cio da vacina��o com perspectiva de alcan�ar apenas 3% da popula��o brasileira vacinada. Neste ritmo, n�o vai se concretizar o plano do governo de vacinar, at� junho, metade da popula��o", disse o governador do Piau�, Wellington Dias (PT), que coordena trabalhos do F�rum sobre vacina.
O Minist�rio da Sa�de afirma que 11,1 milh�es de doses j� foram entregues. Este volume serve para vacinar cerca de 6,5 milh�es de pessoas. Segundo dados reunidos pelo cons�rcio de ve�culos de imprensa junto �s secretarias estaduais de sa�de, o n�mero de pessoas vacinadas no Pa�s chegou a cerca de 5 milh�es no domingo, 14. Os dados do Minist�rio da Sa�de, que est�o desatualizados, apontam cerca de 3 milh�es de pessoas que receberam ao menos a primeira dose.
Pressionado pela amea�a de uma CPI, Pazuello disse, no �ltimo dia 11, a senadores, que metade da popula��o ser� vacinada at� junho. O restante, at� dezembro, disse o general. Segundo o ministro da Sa�de, o Brasil trabalha para ter "reservas" de vacina e at� mesmo exportar para outros pa�ses da Am�rica Latina.
A falta de doses, por�m, tem travado as campanhas de imuniza��o. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM) anunciou nesta segunda-feira, 15, que ir� interromper a aplica��o da vacina pela falta de doses. A Secretaria de Sa�de de Ananindeua (PR) informou o mesmo no domingo, 14, pois chegou ao fim "o quantitativo para a aplica��o da primeira dose em idosos", segundo nota do �rg�o.
H� ainda reclama��es sobre o crit�rio para distribui��o das doses. O governo do Par� reclama de ser o �ltimo colocado, na conta ajustada pela popula��o de cada Estado. O prefeito de Florian�polis, Gean Loureiro (DEM), escreveu no Twitter que o ritmo lento da campanha na cidade deve-se ao n�mero de doses recebidas. "Santa Catarina � o pen�ltimo estado que menos recebeu doses proporcionalmente a sua popula��o", afirmou.
Press�o parlamentar
O Congresso tamb�m cobra mais agilidade do Minist�rio da Sa�de para a entrega dos imunizantes. O deputado federal e l�der do Cidadania, Alex Manente (SP), apresentou requerimento de informa��es para que Pazuello detalhe o plano de vacina��o contra a covid-19. O deputado pede o volume de recursos que o governo federal pretende destinar, a quantidade de imunizante, prazos de recebimento, a log�stica, c�pia de contratos assinados com os laborat�rios, motivos do andamento lento da vacina��o e o planejamento para dar visibilidade para as campanhas. O pedido ainda precisa ser aprovado pela Mesa da C�mara.
A deputada S�mia Bomfim (Psol-SP) apresentou questionamentos, j� aprovados pela C�mara, sobre a campanha de vacina��o. Ela pede, por exemplo, para a Sa�de mostrar como pretende "alcan�ar a quantidade de doses suficientes para que o plano de vacina��o da popula��o brasileira ocorra de maneira satisfat�ria". Al�m disso, cobra informa��es sobre o plano para a aquisi��o de insumos farmac�uticos para a produ��o das vacinas no Instituto Butantan e na Fiocruz. Deputados do Novo tamb�m encaminharam a Pazuello d�vidas sobre as negocia��es por vacinas. Eles citam a proposta de 70 milh�es de doses da Pfizer, que tem sido tratada com desd�m pelo ministro da Sa�de e o presidente Jair Bolsonaro.
A C�mara dos Deputados ainda deve votar na quinta-feira, 18, a medida provis�ria 1026/2021, que libera a compra de vacinas mesmo antes do registro do produto na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Auxiliares de Pazuello tem dito que a aprova��o desta medida, que ainda ter� de ser apreciada pelo Senado e sancionada por Bolsonaro, deve destravar a compra de vacinas como a Sputnik V e a Covaxin, desenvolvidas, respectivamente, na R�ssia e na �ndia.
Mais de 30 senadores assinam um pedido de abertura de CPI sobre a atua��o do governo Bolsonaro na pandemia. O governo tenta usar a promessa de Pazuello de imunizar toda a popula��o neste ano como defesa para esfriar esta investiga��o.
Minist�rio patina
O Minist�rio da Sa�de afirma, em nota, que tem 354 milh�es de doses garantidas para este ano. "Por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milh�es de doses), Butantan (100 milh�es de doses) e Covax Facility (42,5 milh�es de doses)", diz a pasta.
No entanto, h� ainda incertezas sobre o cronograma destas entregas. O envase das doses no Pa�s depende da importa��o do insumo farmac�utico aos laborat�rios p�blicos e j� houve atraso nas primeiras compras. A Fiocruz tamb�m n�o tem um calend�rio claro sobre a produ��o completa da droga no Pa�s. Al�m disso, o governo esperava receber 14 milh�es de doses via Covax Facility a partir de mar�o, mas essa previs�o caiu para 10 milh�es. O minist�rio tamb�m queria importar 10 milh�es de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na �ndia, mas conseguiu, por enquanto, apenas um novo lote de 2 milh�es de unidades.
O governo tamb�m negocia a entrega de 20 milh�es de doses da Covaxin e 10 milh�es da Sputnik, mas estas negocia��es t�m derrapado. "A expectativa do Minist�rio da Sa�de em oficializar nesta semana compromissos com as farmac�uticas russa e indiana n�o se concretizou em fun��o de atrasos nos repasses de informa��es por parte das empresas. Ainda h� esclarecimentos pontuais, por�m importantes, a serem feitos", disse a Sa�de, em nota, na sexta-feira, 12.
Em audi�ncia no �ltimo dia 11, no Senado, Pazuello disse que 4,8 milh�es de doses seriam entregues nas pr�ximas 2 semanas. Ele tamb�m disse que alguns Estados receberam mais doses por causa do acordo de imunizar 34% dos profissionais de sa�de e toda a popula��o ind�gena nesta primeira fase. "Naquele grupo s�o 'tantas pessoas' naquele Estado. �s vezes, h� um Estado com a popula��o com percentual menor, mas h� mais profissionais de sa�de, por exemplo, que atendem pessoas de outros Estados tamb�m", explicou o ministro.