
Segundo o Minist�rio P�blico, Mauro Ribeiro era m�dico da Santa Casa de Campo Grande. Entre junho de 2013 a outubro de 2015, ele teria faltado, sem justa causa, a 873 plant�es, tendo recebido cerca de R$ 72 mil em sal�rios de forma indevida. De acordo com a assessoria do MP, o presidente do CFM foi condenado juntamente com outros nove profissionais que cometeram a mesma irregularidade: faltar aos plant�es sem preju�zo no recebimento de seus vencimentos.
Ribeiro, no entanto, nega essa vers�o, ressaltando que seu desligamento do hospital filantr�pico ocorreu de forma regular e que o caso j� foi julgado em a��o popular, que foi considerada improcedente. Em nota encaminhada ao Estad�o, o m�dico disse ainda que n�o vai comentar sobre as acusa��es e que vai se reservar ao direito de responder aos fatos somente perante as autoridades competentes.
MP quer investiga��o
O MP calcula que os acusados geraram, juntos, preju�zo de R$1,9 milh�o �s Secretarias Municipais de Sa�de e de Educa��o. Dos 10 funcion�rios, nove teriam sido demitidos por abandono de cargo, com exce��o de Mauro Ribeiro. Os promotores dizem que 'por meio de uma manobra administrativa', o presidente do CFM pediu exonera��o do cargo que ocupava e fez acordo para devolu��o do montante recebido indevidamente ao longo de seis anos, em parcelas sem corre��es de juros. Na maioria do per�odo em que teria cometido as irregularidades, ele j� exercia a fun��o de vice-presidente do conselho de representa��o profissional e teria recebido cerca de meio milh�o de reais entre di�rias e jetons por participa��o em reuni�es do Conselho Federal de Medicina.
Considerando tais acontecimentos, o MP pede que Ribeiro seja investigado pela obten��o de outros recursos de forma il�cita no exerc�cio dos cargos de 1º vice-presidente e presidente do CFM, tais como di�rias e passagens a�reas. Estima-se que, entre 2015 e 2019, ele teria recebido R$ 1.614.730,67 em di�rias e R$ 878.404,95 em passagens a�reas. Somente em 2018, o total teria sido de R$ 552.047,10, somando-se os dois benef�cios.
O promotor Lapa Ferri, autor do despacho emitido pelo MP de Mato Grosso do Sul no �ltimo dia 5, afirma que 'resta evidente, portanto, � luz dos fatos, documentos e declara��es colhidos no bojo destes autos, que houve ineg�vel benef�cio ilegal ao ent�o servidor Mauro Luiz de Britto Ribeiro, por raz�es que a pr�pria autoridade, o ent�o corregedor do Munic�pio, desconhece'. Ferri diz ainda que se Mauro Ribeiro tivesse sido demitido da forma correta, a situa��o poderia configurar irregularidade e impedir a sua candidatura ao cargo de presidente do CFM.
A delibera��o do MP de Mato Grande do Sul ser� encaminhada ao Minist�rio P�blico Federal em Bras�lia para cumprimento das determina��es, uma vez que o Conselho Federal de Medicina � uma autarquia da Uni�o. E, caso n�o haja a devida provid�ncia por parte da administra��o municipal de Campo Grande, "o MP dever� adotar medidas judiciais coercitivas para obrigar o seu cumprimento", conforme determina a promotoria.
COM A PALAVRA, MAURO RIBEIRO
Em aten��o aos questionamentos enviados, o Dr. Mauro Ribeiro comenta:
1) Inexiste qualquer irregularidade/ilegalidade no pedido de exonera��o do Dr Mauro Ribeiro.
2) No tocante �s quest�es relativas ao trabalho do Dr. Mauro Ribeiro junto a Santa Casa, a mat�ria j� foi objeto de a��o popular julgada totalmente improcedente, ou seja, sem qualquer ilegalidade constatada (documento anexo).
3) Dr. Mauro Ribeiro se reserva o direito de responder aos fatos somente perante as autoridades competentes, a exemplo da senten�a judicial que lhe foi totalmente favor�vel e j� citada.
COM A PALAVRA, O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
O CFM n�o � parte em nenhum dos procedimentos e somente se manifestar� quando e se regularmente intimado, o que n�o ocorreu at� a presente data.
COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE CAMPO GRANDE
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura e com a Secretaria Municipal de Sa�de P�blica de Campo Grande e, at� a publica��o desta mat�ria, ainda aguardava resposta. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.