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Estado de Minas GERAL

Com a Coronavac, 'o mundo come�ou a ver o Butantan'


23/02/2021 13:01

O Instituto Butantan completa 120 anos nesta ter�a-feira, 23, em momento de profunda transforma��o. O desenvolvimento da vacina Coronavac durante a pandemia colocou a entidade na linha de frente do combate ao coronav�rus, segundo a diretora de inova��o do Butantan, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi. A expectativa agora � de que o instituto deixe de ser apenas refer�ncia bibliogr�fica em estudos sobre veneno e se torne mais reconhecido pelas pesquisas sobre imunizantes. Al�m disso, as aten��es est�o todas voltadas ao desenvolvimento de um soro para o tratamento de pacientes de covid-19. O medicamento se mostrou seguro no teste em animais e deve ser apresentado nos pr�ximos dias para a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria. Se aprovado, ser�o iniciados os testes cl�nicos em infectados.

A senhora enxerga que houve uma mudan�a de patamar internacional com a Coronavac?

O Butantan sempre foi mais conhecido na literatura pelo que publica em rela��o a veneno, em biologia animal. Sobre a vacina, � real que pouco produziu com refer�ncia bibliogr�fica at� recentemente. Com a pandemia, claramente come�ou uma s�rie de projetos relacionados � vacina muito mais diversificado. O Butantan agora � um novo player no combate ao coronav�rus. O mundo come�ou a ver o Butantan. A �ltima coisa que se trabalhou relacionado � transfer�ncia de tecnologia foi no desenvolvimento da vacina da dengue, que tamb�m serviu para colocar o Butantan em um patamar diferente. Hoje usamos mais ou menos a mesma tecnologia para o coronav�rus, se olhar a cultura de c�lula, a infec��o de c�lula por v�rus. � a mesma base. O Butantan tem expertise, tem infraestrutura para produzir isso, sabe como conduzir.

O que pode ser dito para as pessoas que desconfiam da vacina do Butantan?

Foi feita em tempo recorde, mas usamos crit�rios de gest�o e organiza��o. O Butantan tem uma parceria com a Sinovac e est� fazendo o que faz rotineiramente... ensaios pr�-cl�nicos, cl�nicos. Ningu�m pulou etapas. As ag�ncias regulat�rias tamb�m trabalharam com brevidade. Aprendemos que d� para diminuir o tempo.

O que falta ao Butantan hoje?

Faltam algumas estruturas que nos deixam pouco competitivos. Por exemplo, para trabalhar com coronav�rus, preciso desse laborat�rio NB3. Se n�o tenho para poder fazer os testes, deixo de ser competitivo. Mesmo que tenhamos compet�ncia.

O Butantan ser� capaz de produzir a vacina do coronav�rus do in�cio ao fim, sem precisar importar insumo da China?

O insumo � o ant�geno, que vai ser transformado para virar vacina. Quem faz isso � o laborat�rio NB3. O Butantan tem um laborat�rio NB3, mas � dedicado � vacina da influenza. Voc� n�o pode descobrir um santo para cobrir outro. N�o tem como parar (o trabalho com) a vacina da influenza.

E a nova f�brica que est� sendo constru�da?

A f�brica que o Butantan est� fazendo, dentro dessa f�brica ter� condi��o de produzir o insumo. No m�ximo em um ano tudo deve estar pronto.

O Butantan vem desenvolvendo um soro que pode ajudar no tratamento de pacientes com coronav�rus. Como est� essa pesquisa?

Est� tudo pronto. Esse � um exemplo de como � bom ter estrutura e um grupo de experts que sabem do processo do come�o ao fim. S�o 120 anos do Butantan, h� 120 anos fazemos soro. D� para fazer tudo, salvo o biot�rio (local onde animais s�o isolados para pesquisas cient�ficas). Isso a gente teve de fazer em parceria. Diferentemente da Coronavac, que o ant�geno � da China, aqui o v�rus foi isolado no laborat�rio da USP (Universidade de S�o Paulo) e utilizamos a brecha no NB3 da influenza e produzimos o v�rus em grande quantidade. Os v�rus foram inativados por radia��o para poder circular em outros laborat�rios sem risco. Fizemos an�lise bioqu�mica, caracterizamos o v�rus, as prote�nas, se era capaz de produzir anticorpos, se eram capazes de neutralizar o v�rus ativo. Isso tudo feito.

Quando que come�ou esse estudo?

Fizemos o processo em seis meses. O �ltimo teste demorou mais por falta de estrutura. Imunizamos os cavalos da fazenda do Butantan, o plasma desses animais veio para a unidade do instituto onde foi feito o processamento. Esse produto foi envasado e analisado pelo setor de qualidade. Fizemos os testes pr�-cl�nicos, em duas esp�cies de animal, camundongo e coelho. Vimos que o produto era seguro. Apresentamos para a Anvisa em novembro. A Anvisa pediu um teste de desafio, que � produzir a doen�a em um animal, tratar e ver o benef�cio. Partimos para colabora��o novamente com a USP. Mas havia uma fila de gente para utilizar e desenvolver seus projetos. Conseguimos desenvolver o teste no in�cio de fevereiro. E est� feito. Os resultados s�o muito bons. Vamos marcar uma reuni�o (com a Anvisa) ainda nesta semana para uma pr�-submiss�o. Se entender que est� ok, faremos a submiss�o, eles analisam e decidem se estamos aptos a utilizar o ensaio cl�nico.

Ou seja, existe a possibilidade de resolver o problema da doen�a?

Quem vai dizer isso � o ensaio cl�nico. Por isso a necessidade de fazer o mais r�pido poss�vel. Os modelos que temos em animais ainda n�o d�o para dizer isso.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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