SP: variante preocupa, mas n�o � principal causa do pico nas UTIs, dizem m�dicos

Especialistas afirmam que a falta de testagem e de sequenciamento gen�tico de amostras dos infectados no Brasil s�o barreiras para entender o peso das novas muta��es do Sars-CoV-2 na alta de interna��es de pacientes com a covid-19, mas acreditam que a influ�ncia dessas variantes ainda est� no in�cio. Em S�o Paulo, o total de pacientes na UTI � recorde na pandemia. Tamb�m preocupam as aglomera��es vistas nas �ltimas semanas, como nas festas de ano-novo e no feriado do carnaval.

O infectologista Max Igor Lopes, do Centro de Infectologia do Hospital S�rio Liban�s, acredita que os efeitos das variantes podem estar no come�o. "Ainda n�o t�nhamos essas variantes quando a segunda onda come�ou (fim de 2020). Come�amos a ter a contribui��o das variantes agora e em localidades espec�ficas", diz. "O que acontece � que temos um grande n�mero de casos e, agora, essas variantes come�am a ocupar porcentual maior deles." Pelo menos dez Estados j� registraram a cepa amaz�nica do v�rus, cujos estudos iniciais j� apontaram maior potencial de transmiss�o.

O coordenador do Centro de Conting�ncia da covid-19 de S�o Paulo, Paulo Menezes, disse que a variante de Manaus � um "fator de muita preocupa��o". "Entendemos que a circula��o da variante ainda tem uma propor��o pequena, mas se ela for de fato mais transmiss�vel � algo que pode contribuir para o recrudescimento de casos, interna��es e mortes", afirma. Ele aponta que as medidas restritivas s�o a �nica forma de reduzir a transmiss�o, mas que o balan�o � dif�cil diante do impacto na vida das pessoas.

De acordo com especialistas, o aumento de interna��es est� relacionado com o afrouxamento das medidas de isolamento social, como aglomera��es e reabertura de setores econ�micos, al�m de viagens e festas durante o fim de ano e o carnaval.

Para Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imuniza��es, n�o d� para "prever" a situa��o de outras cidades com base em Manaus e Araraquara, pois a letalidade � dependente n�o s� da alta circula��o, mas da capacidade de atendimento hospitalar em cada regi�o.

"Mas os ingredientes para termos o aumento est�o todos a�: permeabilidade muito grande nas fronteiras no Pa�s, a gente n�o faz 'lockdown', os voos saem direto de Manaus para l� e para c�, as medidas de isolamento n�o t�m grande ades�o da popula��o. A quantidade de pessoas n�o vacinadas ainda � enorme. Ent�o, a produ��o de variantes Brasil afora � fato", afirma Kfouri.