O ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, reuniu nesta quinta-feira, 25, representantes de secretarias de sa�de de Estados e munic�pios para alertar sobre uma fase mais grave da pandemia, com aumento de casos e interna��es por todo o Pa�s. "Na nossa vis�o estamos enfrentando a nova etapa dessa pandemia. Tem hoje o v�rus mutado. Ele nos d� 3 vezes mais a contamina��o", disse Pazuello, sem citar a fonte que detalha o c�lculo do poder de cont�gio da nova cepa do Sars-CoV-2.
O general j� afirmou em mais de uma ocasi�o que a variante identificada em Manaus � tr�s vezes mais contagiosa, mas este dado n�o � confirmado em notas t�cnicas do minist�rio. "No momento, n�o h� evid�ncias cient�ficas para determinar a mudan�a na infecvidade ou patogenicidade da variante de aten��o P.1 no Brasil, seu impacto no diagn�stico laboratorial ou efic�cia da vacina, sendo necess�rias investiga��es mais detalhadas", diz nota t�cnica assinada no dia 23 pelo diretor do Departamento de Imuniza��o e Doen�as Transmiss�veis, Laur�cio Monteiro Cruz.
Pazuello afirmou que o avan�o da doen�a pode "surpreender" gestores de sa�de. "N�o est� centrado apenas no Norte e Nordeste", disse Pazuello. "Precisamos estar alerta e preparados", declarou. O ministro, por�m, n�o citou a import�ncia de medidas b�sicas contra a pandemia, como evitar aglomera��es.
Apesar da alta de interna��es, o presidente Jair Bolsonaro, Pazuello e lideran�as pol�ticas de Bras�lia t�m ignorado as recomenda��es m�dicas e lotado reuni�es no Planalto e Congresso, onde o uso de m�scaras � raro. O ministro tamb�m sugeriu que foi pego de surpresa pelo aumento de casos, ainda que especialistas alertassem sobre o risco de a pandemia ficar ainda mais descontrolada por causa de aglomera��es e festas de Natal e r�veillon. "At� o final do ano passado est�vamos observando situa��o de estabilidade em n�mero de casos e �bitos no pa�s como um todo", declarou o ministro.
O militar fez uma declara��o � imprensa no Minist�rio da Sa�de ao lado dos presidentes do Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass), Carlos Lula, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sa�de (Conasems), Wilames Bezerra. Pazuello disse que a ideia da fala era mostrar o "SUS unido".
Os presidentes dos conselhos fizeram declara��es em tom de alarme e preocupa��o. Lula disse que o Pa�s vive o momento mais duro da pandemia. J� Bezerra afirmou que � preciso voltar a orientar a popula��o a seguir medidas contra o v�rus.
"Todos os Estados t�m criado mais leitos, mas apenas criar mais leitos n�o adianta. Precisa de ajuda da sociedade. Tem de entender que n�o � hora de fazer festa. O que a doen�a precisa � de pouco ar, ambiente fechado", disse Lula, titular da Sa�de do Maranh�o, que afirmou que 15 Estados est�o com mais de 90% dos leitos ocupados.
Pazuello se recusou a responder � imprensa ap�s o pronunciamento. Sem transmiss�o, a fala de Pazuello foi feita em um audit�rio fechado, em plena pandemia. O ministro anunciou que o governo federal voltar� a realizar o financiamento de leitos de UTI de forma antecipada, com dep�sitos a cada m�s para viabilizar o uso destes espa�os. O repasse para leitos tem sido uma reclama��o de secret�rios e a gest�o Jo�o Doria (PSDB) chegou a levar o pleito por mais verbas � Justi�a. Sem dar detalhes, o general tamb�m citou a possibilidade de mais remo��es de pacientes de locais em colapso, mas o presidente do Conass afirmou que os Estados est�o "no limite".
'N�o deixamos ningu�m para tr�s', diz ministro
Pazuello disse ainda que a vacina��o no Pa�s est� "tendendo � estabilidade em termos de produ��o e quantidade de doses". Ele voltou a afirmar que metade da popula��o "vacin�vel" deve receber o imunizante at� metade do ano -- menores de 18 anos, por exemplo, ainda n�o recebem as doses. Ele estimou que a popula��o total que pode ser imunizada � de 160 a 170 milh�es de pessoas. O general tamb�m disse que a compra das vacinas da Pfizer e Janssen pode ser viabilizada com mudan�as na legisla��o para que a Uni�o assuma riscos de efeitos colaterais dos produtos.
Pazuello disse ainda que h� tr�s a��es "priorit�rias" do governo para enfrentar a fase mais aguda da pandemia. A primeira seria o "atendimento imediato" de pacientes em unidades b�sicas de sa�de. Desde o come�o da pandemia, o governo falava em "tratamento precoce" e estimulava o uso de medicamentos sem efic�cia, como a cloroquina. Mas Pazuello deixou de usar estes termos no momento em que o governo passou a ser investigado pelo est�mulo � prescri��o de f�rmacos de efic�cia contestada.
Pazuello tamb�m citou a nova forma de financiamento de leitos de UTI como uma medida contra esta nova etapa da pandemia. Al�m destes dois pontos, o general afirmou que � prioridade fortalecer a campanha de vacina��o. "Temos quase 1 ano de pandemia. Acredito que o governo federal, o SUS como um todo, n�o deixamos nada para tr�s. N�o deixamos nada nem ningu�m para tr�s", disse. O Brasil ultrapassou esta semana a marca de 250 mil mortos pela doen�a e � o segundo pa�s com mais �bitos pela covid.
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GERAL
Pazuello alerta sobre nova cepa, mas ignora risco de aglomera��es
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