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Estado de Minas GERAL

Rompimento de barragem em Brumadinho foi causado por perfura��o da Vale, diz PF


26/02/2021 14:35

Laudo apresentado nesta sexta-feira, 26, pela Pol�cia Federal aponta que o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, ocorreu por perfura��o feita a partir da parte superior at� a base da represa, onde os rejeitos ficam armazenados. A opera��o foi iniciada cinco dias antes da trag�dia e estava em andamento na data da ruptura.

A perfura��o estava sendo feita para diagn�stico das condi��es dos rejeitos depositados na estrutura e posterior instala��o de equipamentos para medir a press�o interna da barragem.

O laudo refuta as argumenta��es da Vale de que uma combina��o de deforma��o da barragem, provocada pelo seu pr�prio peso, e fortes chuvas teriam contribu�do para o colapso. O documento mostrou, em rela��o �s chuvas, que em 2019 o regime pluviom�trico foi inferior a anos anteriores.

A perfura��o, juntamente com o baixo n�vel do fator de seguran�a da estrutura, conforme j� ficou comprovado nas investiga��es, levaram � ruptura por liquefa��o, que � o aumento do volume de �gua nos rejeitos s�lidos, pressionando a barragem e levando � sua ruptura.

Conforme o perito da Pol�cia Federal, Leonardo Mesquita, a liquefa��o ocorreu quando a perfura��o atingiu, a 68 metros de profundidade, uma camada da estrutura com maior volume de rejeitos finos, que re�nem mais chances de entrarem em liquefa��o. "A perfura��o estava ocorrendo no ponto mais cr�tico da barragem", disse o perito. Um fluido usado para lubrificar a ponta da perfuratriz aumentou a press�o nesse ponto mais fr�gil da represa.

Antes de iniciar a perfura��o que acabou provocando a liquefa��o, a Vale contratou empresa terceirizada, cujo nome n�o foi revelado pela PF, para fazer uma etapa inicial desse processo de an�lise dos rejeitos. A PF informou, por�m, que os dados dessa primeira etapa, que durou de outubro a dezembro de 2018, n�o foram processados pela Vale, que mesmo assim passou � segunda etapa no processo em janeiro.

"Houve um atropelo", concluiu o delegado respons�vel pelas investiga��es, Luiz Augusto Pessoa Nogueira. "A Vale deveria ter verificado primeiro o que foi diagnosticado pela empresa contratada".

O laudo divulgado hoje � o mais importante para a poss�vel responsabiliza��o criminal de funcion�rios e diretores da Vale pelo colapso da estrutura. O rompimento da barragem matou 272 pessoas. Onze permanecem desaparecidas. O delegado respons�vel pelas investiga��es, no entanto, afirma que o inqu�rito segue e que ainda n�o h� defini��o sobre poss�veis indiciamentos. "N�o descarto nenhum tipo de hip�tese", declarou.

Outras hip�teses levantadas desde o rompimento da barragem foram descartadas pela PF, al�m da apresentada pela Vale. Entre as quais detona��es em mina pr�xima � represa que poderia ter afetado a estrutura f�sica da barragem.

A reportagem perguntou � Vale o motivo pelo qual a mineradora n�o processou as informa��es da empresa contratada para estudo sobre os rejeitos da barragem antes de iniciar a perfura��o que acabou ajudando no gatilho da liquefa��o. Obteve a seguinte resposta, em nota. "A Vale informa que tomou conhecimento nesta sexta-feira, 26, da expedi��o do laudo da per�cia t�cnica da Pol�cia Federal sobre as poss�veis causas do rompimento da Barragem I, da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho (MG). A empresa avaliar� o inteiro teor do laudo e oportunamente se manifestar� nos autos por interm�dio de seu advogado David Rechulski."


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