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Estado de Minas PANDEMIA

'Teremos o mar�o mais triste de nossas vidas', diz m�dica da Fiocruz

Pneumologista Margareth Dalcolmo analisa atual est�gio da pandemia de COVID-19 no Brasil e colapso dos sistemas de sa�de que acontece em muitas cidades do pa�s


02/03/2021 07:34 - atualizado 02/03/2021 12:26

Enterro de vítima de covid-19 em Manaus, em 17 de fevereiro; país supera 250 mil mortes(foto: Reuters)
Enterro de v�tima de covid-19 em Manaus, em 17 de fevereiro; pa�s supera 250 mil mortes (foto: Reuters)

Em v�rios munic�pios brasileiros, leitos de enfermaria e UTI est�o lotados de pacientes com covid-19. N�o h� mais vagas e os doentes n�o param de chegar.


De acordo com dados das secretarias estaduais de sa�de, 17 estados t�m ocupa��o em hospitais acima de 80%, um n�vel considerado cr�tico.

Outros oitos estados t�m taxas que superam os 90% — no Rio Grande do Sul, por exemplo, o n�mero chegou a 100%.

Onde ficar�o essas pessoas que precisam de atendimento? E como poderemos conter essa avalanche de novos casos que p�e em xeque o sistema de sa�de e poderia afetar at� mesmo a estabilidade social do pa�s? O que fazer para se proteger num momento t�o cr�tico?

Esses s�o alguns dos temas que preocupam a pneumologista Margareth Dalcolmo, professora e pesquisadora da Funda��o Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro.

Em entrevista � BBC News Brasil, a m�dica, que se tornou uma das vozes mais ativas e influentes da ci�ncia brasileira durante a pandemia, analisa como chegamos at� esse est�gio da pandemia e o que pode ser feito a partir de agora para aliviar a crise sanit�ria.

Leia os principais trechos a seguir.

BBC News Brasil - Nos �ltimos dias, acompanhamos not�cias de diversas cidades com lota��o em hospitais e colapso dos sistemas de sa�de. Como classifica o atual est�gio da pandemia de covid-19 no Brasil?

Margareth Dalcolmo - N�s estamos num momento muito grave da pandemia no Brasil, com um recrudescimento j� materializado daquilo que consideramos uma segunda onda. Isso n�o nos surpreende, uma vez que as medidas de controle sanit�rio n�o foram s� controversas, mas tamb�m ineficientes por um longo tempo. N�s sabemos tamb�m que a �nica solu��o poss�vel para controlar a pandemia ser� a vacina��o, e a campanha est� apenas no in�cio, numa velocidade muito aqu�m do desej�vel.

Para completar, n�o temos observado um comportamento de solidariedade, n�o s� de todos os cidad�os, mas tamb�m de nossas autoridades pol�ticas. N�o vemos aumentar uma consci�ncia c�vica do que � preciso fazer neste momento, apesar do cansa�o de um ano de pandemia. Seria necess�rio todos n�s mantermos comportamentos individuais e coletivos de muito cuidado, com uso de m�scara e distanciamento social. J� manifestei de que precisamos de medidas mais dr�sticas, com o fechamento de muitos servi�os, para diminuir a circula��o de pessoas e reduzir a transmiss�o viral.

A nossa grande preocupa��o hoje est� no fato de que a transmiss�o viral � o grande mecanismo propiciador do aparecimento de novas variantes. E, considerando que j� estamos enfrentando as primeiras muta��es, precisamos responder a isso com estudos, com vigil�ncia gen�mica. Precisamos entender se as vacinas utilizadas agora s�o capazes de nos proteger contra essas variantes. E, sobretudo, precisamos colaborar enquanto sociedade para n�o criar um cen�rio que propicie o aparecimento de novas vers�es do coronav�rus.


Margareth Dalcomo recebeu em janeiro a dose da vacina Oxford/AstraZeneca na Fiocruz(foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Margareth Dalcomo recebeu em janeiro a dose da vacina Oxford/AstraZeneca na Fiocruz (foto: Tomaz Silva/Ag�ncia Brasil)

BBC News Brasil - Desde novembro de 2020, acompanhamos uma s�rie de eventos que provocaram grandes aglomera��es. Foi o caso das elei��es municipais, das festas do final de ano, do Enem e agora do Carnaval. Algum desses epis�dios foi decisivo para chegarmos a crise de agora? Ou foi uma conjun��o de fatores?

Dalcolmo - Foi realmente essa conjun��o de fatores provocada por uma falta de entendimento do discurso dos cientistas, dos m�dicos e dos pesquisadores, que sempre estimularam uma consci�ncia c�vica coletiva, de solidariedade. A covid-19 mudou de lugar no Brasil e come�ou a entrar em nossas casas. N�s vemos agora pessoas que ficaram um ano em isolamento pegando a doen�a. Como isso � poss�vel? Os jovens daquela fam�lia est�o indo para as ruas e trazendo o v�rus de volta.

As festas de final de ano foram tr�gicas. Eu mesma me manifestei diversas vezes dizendo que o Brasil teria o mais triste janeiro de sua hist�ria. E realmente tivemos, inclusive com o aparecimento da variante brasileira, identificada na fam�lia que viajou ao Jap�o vinda do Amazonas.

E agora eu n�o tenho d�vida de que teremos o mais triste mar�o de nossas vidas. Isso � resultado do Carnaval e do descompasso entre o que n�s, cientistas, dizemos, e o que as autoridades afirmam. Nos �ltimos dias, ouvimos que n�o � pra usar m�scaras. N�o h� d�vidas, est� demonstrado que a m�scara � uma barreira mec�nica que protege quem usa e todo mundo ao redor.

Todos esses fatores, somados ao cansa�o de uma pandemia t�o longa, geram um comportamento que tem se mostrado desastroso. O que vemos agora ent�o � uma press�o enorme sobre o sistema de sa�de, que sofre com uma taxa de ocupa��o de leitos acima de qualquer n�vel desejado em hospitais p�blicos e privados.


'O que vemos agora então é uma pressão enorme sobre o sistema de saúde, que sofre com uma taxa de ocupação de leitos acima de qualquer nível desejado em hospitais públicos e privados'(foto: AFP)
'O que vemos agora ent�o � uma press�o enorme sobre o sistema de sa�de, que sofre com uma taxa de ocupa��o de leitos acima de qualquer n�vel desejado em hospitais p�blicos e privados' (foto: AFP)

Junto a isso, h� outro fator muito grave: a covid-19 se rejuvenesce no Brasil. Hoje vemos muitos jovens internados, que desenvolvem casos graves. Esses indiv�duos t�m uma for�a de transmiss�o enorme, porque eles se aglomeram, cantam, falam alto e repetem todos aqueles comportamentos que sabemos serem decisivos para transmitir uma doen�a viral respirat�ria.

BBC News Brasil - Na primeira onda, Manaus foi a primeira cidade brasileira a sofrer com a pandemia, em meados de abril de 2020. O mesmo se repetiu agora: a capital amazonense "antecipou" algo que ver�amos ocorrer dali a algumas semanas em v�rios outros lugares. O que faz Manaus ser essa esp�cie de "medidor" da pandemia do pa�s?

Dalcolmo - Eu n�o diria que Manaus � um medidor. A situa��o do Amazonas e de toda regi�o Norte � muito particular. Manaus � uma cidade afastada, de dif�cil acesso, e teve um pico epid�mico precoce, muito antes do Sul e do Sudeste. Aqui, n�s vimos o auge da primeira onda no final de junho, come�o de julho. Manaus sofreu isso em abril. � preciso pensar que ali � Zona Franca, com um fluxo enorme de pessoas.

O que aconteceu foi que a covid-19 chegou, atingiu uma grande propor��o da popula��o de baixa renda e causou aquela trag�dia de t�mulos em cemit�rios sendo abertos a toque de caixa. Mas era natural que essa imunidade conferida pela doen�a n�o fosse muito duradoura. O Amazonas nunca tomou medidas dr�sticas de fechar escolas, com�rcio ou fazer lockdowns.

Portanto, esperava-se que toda essa situa��o eclodisse, ainda mais com o surgimento de uma nova variante, que logo se expandiu para todo o Brasil. Manaus tem um fluxo de voos que diminuiu, mas continua acontecendo at� hoje. Logo, n�o � de se estranhar que a variante brasileira esteja no Reino Unido e a variante brit�ncia se encontre no Brasil.

Diante de tudo isso, Manaus se tornou um paradigma de tudo aquilo que n�s desejar�amos que n�o acontecesse.

A situa��o por l� foi agravada pela des�dia administrativa. N�o � poss�vel que uma cidade como Manaus tenha um �nico fornecedor de oxig�nio, sabendo que a log�stica de entrega � muito complexa. Se a mesma crise se abatesse sobre o Rio de Janeiro, onde a letalidade e a taxa de transmiss�o da covid-19 est� alta, dificilmente ter�amos problema igual, porque aqui n�s n�o dependemos de um fornecedor de oxig�nio s�, temos quatro ou cinco.

Por fim, a pandemia em Manaus revela a absoluta e intoler�vel desigualdade social do Brasil. Porque quem morre no Amazonas � pobre e ind�gena. A classe m�dia alta foi embora se tratar nos hospitais do Sudeste. A quantidade de jatos privados que foram alugados por 150 mil reais em Manaus para trazer pacientes para o Rio de Janeiro e S�o Paulo � enorme e isso est� registrado.

A covid-19 � um marco em lugares como o Brasil e os Estados Unidos. Em Nova York, 40% dos �bitos pela doen�a aconteceram com pretos e pobres. A mesma coisa se repete aqui. N�s podemos dar in�meros exemplos das medidas sanit�rias necess�rias para conter a crise, mas todas elas precisam ser coerentes e ter liga��o com a quest�o social do pa�s e das nossas desigualdades.

BBC News Brasil - Esse colapso poderia ser evitado com medidas que restringissem a circula��o de pessoas e as aglomera��es. Mas agora que essa oportunidade j� passou, tem alguma coisa que podemos fazer para aliviar a situa��o?

Dalcolmo - Eu acredito que sim. A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, da qual sou presidente eleita, publicou um documento assinado por outras 70 sociedades m�dicas que contesta esse discurso contra as m�scaras que ouvimos recentemente. Nosso manifesto mostra como esses equipamentos s�o ferramentas de prote��o individual e coletiva.

Esse discurso contradit�rio entre a ci�ncia e a pol�tica tem causado muitos males � sociedade brasileira. S� pra dar um exemplo, hoje de manh� eu estava num voo para voltar ao Rio de Janeiro, ap�s resolver quest�es familiares, e sentei ao lado de dois jovens, que eram irm�os. Eles entraram no avi�o e tiraram as m�scaras. Eu imediatamente chamei a comiss�ria e disse, ainda antes do pouso: se eles n�o colocarem a m�scara adequadamente, n�s chamaremos o comandante, n�o haver� decolagem e os dois ser�o retirados imediatamente. Eu fui aplaudida pelo resto dos passageiros.


(foto: BBC)
(foto: BBC)

N�o estou falando aqui de dois jovens pobres. Eles estavam viajando de avi�o, ora. E, quando j� est�vamos decolando, de novo os dois resolveram abaixar a m�scara. Ah, a� eu fiquei zangada. Conversei de novo com a comiss�ria e disse que, se ela n�o tomasse provid�ncias, eu mesma iria conversar com o comandante. No meio disso tudo, algumas pessoas me reconheceram, tinham me visto na televis�o, gritaram para eles colocarem as m�scaras.

Eu percebo ent�o que existe um sentimento, ao menos naqueles indiv�duos que t�m um pouquinho mais de consci�ncia, de que um comportamento como o desses dois irm�os � execr�vel e faz mal para o coletivo.

Quantas vezes n�s falamos que aglomera��es n�o poderiam acontecer? Eu entendo que as pessoas estejam cansadas. Mas n�s tamb�m estamos. Estamos cansados sobretudo de ter que contar mortos todos os dias. Chega disso. Eu quero que a sociedade, o governo, as autoridades e todos n�s passemos a nos comportar de maneira mais civilizada.

BBC News Brasil - Ainda no campo das medidas restritivas, governadores e prefeitos t�m anunciado toques de restri��o e fechamento de com�rcios � noite e durante a madrugada. Estrat�gias como essa fazem algum sentido?

Dalcolmo - Na forma como elas est�o sendo propostas, n�o v�o resolver nada. Por que fazer o fechamento e impedir a circula��o entre meia noite e cinco da manh�? Nesse hor�rio j� n�o h� gente na rua. E quem foi festejar, se aglomerar, beber e fazer tudo de errado, j� fez. Essa � uma medida pouco eficaz.

Estou totalmente de acordo com o professor Miguel Nicolelis, que em entrevistas recentes disse que o Brasil precisaria de um lockdown de duas semanas bastante r�gido para interceptar as cadeias de transmiss�o do coronav�rus.

O Brasil nunca fez um lockdown adequado. Nunca conseguimos alcan�ar a taxa de 60% da popula��o em casa, que seria um n�mero desej�vel. Quem mais chegou perto disso foi S�o Paulo, com 58% de distanciamento social por momentos muito breves. Aqui no Rio de Janeiro n�o conseguimos.

E agora h� esse descompasso entre o que a ci�ncia diz e o cansa�o generalizado de uma pandemia longa, com a economia t�o machucada. Mas as pessoas precisam entender que n�o tem jeito. Se n�o tomarmos cuidado por algum tempo e n�o come�armos uma vacina��o em massa, a situa��o s� vai piorar.


Dalcomo diz que o Brasil 'nunca fez um lockdown adequado'(foto: EPA)
Dalcomo diz que o Brasil 'nunca fez um lockdown adequado' (foto: EPA)

Precisamos vacinar 70% de nossa popula��o at� o meio do ano. N�o � pra setembro. � para junho. Caso contr�rio, vamos propiciar as condi��es para o aparecimento de outras variantes. Tamb�m precisamos de um investimento pesado em vigil�ncia gen�mica, para que possamos ter certeza que as vacinas produzidas pelos dois institutos p�blicos brasileiros, o Butantan e a FioCruz, s�o realmente efetivas contra as novas variantes.

BBC News Brasil - Falando em vacina��o, o Brasil tem um sistema p�blico muito bem estabelecido e uma capacidade hist�rica de imunizar 80 milh�es de pessoas em poucos meses. Mas quando analisamos a campanha contra a covid-19, o ritmo est� muito lento. Quais s�o os gargalos que n�o permitem a gente acelerar esse processo?

Dalcolmo - O primeiro deles � �bvio: n�o tem vacina. Se n�s tiv�ssemos as milh�es de doses que precisamos, bastava ter agilidade. E o nosso velho, tradicional e competente Programa Nacional de Imuniza��es tem uma enorme experi�ncia em vacinar, quando � somado com essa capilaridade espetacular do Sistema �nico de Sa�de, o SUS. Ser�amos capazes sim.

Mas a pandemia de covid-19 nos colocou numa situa��o nova, e isso pode indicar um novo tipo de voluntariado de qualidade ao nosso pa�s. O que estamos vivendo agora � uma poss�vel parceria com setores privados. Eu estive em S�o Paulo para conversar com a empres�ria Luiza Trajano para discutir esse assunto.

Que fique claro: eu sou completamente contr�ria � compra de vacinas pela iniciativa privada e j� me manifestei sobre isso in�meras vezes. Permitir isso no Brasil � indecente e imoral.

O que precisamos � ter uma vacina comprada pelo Governo Federal, que pode contar com a ajuda de empresas e empres�rios em quest�es como log�stica e transporte. Imagina uma prefeitura pequena, que n�o tem uma capacidade de organiza��o grande. A iniciativa privada pode prover avi�o, barco, caminh�o refrigerado, geladeira, freezer…

O que n�s precisamos agora � ter muita vacina e uma capacidade log�stica enorme para imunizar muita gente em pouco tempo. S� a partir da� vamos fazer a economia voltar a funcionar com um pouco mais de liberdade. Isso tamb�m permitir� que as escolas reabram em sua capacidade total. E, inclusive, eu defendo que os trabalhadores da �rea de educa��o sejam vacinados com prioridade ap�s protegermos os idosos e os profissionais da sa�de.

BBC News Brasil - N�s j� temos duas vacinas em uso no pa�s, a CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) e a CoviShield (AstraZeneca/Universidade de Oxford/FioCruz). Al�m delas, vemos conversas sobre os imunizantes de Pfizer/BioNTech, Johnson & Johnson, a Sputnik V… � hora de diversificar nosso portf�lio?

Dalcolmo - N�s estamos atrasados nisso. Poder�amos ter negociado com Pfizer e Johnson & Johnson desde que eles iniciaram os estudos de fase 3 aqui no Brasil, no segundo semestre de 2020. A Sputnik V parece ser boa, mas ainda carece de registro na Anvisa, que � nossa ag�ncia reguladora.

Mas quando algu�m me pergunta qual vacina eu tomaria, eu sempre respondo: qualquer uma, desde que tenha registro na Anvisa. O que eu nunca tomaria � uma vacina que n�o passou por esse crivo de grande qualidade t�cnica que temos em nosso pa�s.


Dalcomo: 'quando alguém me pergunta qual vacina eu tomaria, eu sempre respondo: qualquer uma, desde que tenha registro na Anvisa'(foto: Getty Images)
Dalcomo: 'quando algu�m me pergunta qual vacina eu tomaria, eu sempre respondo: qualquer uma, desde que tenha registro na Anvisa' (foto: Getty Images)

A verdade � que n�s perdemos um tempo precioso e j� pod�amos ter a vacina da Pfizer por aqui. Hoje estamos implorando para negociar alguns poucos milh�es que est�o dispon�veis.

Vale lembrar que n�o tem vacina para todo mundo. Se pensarmos que dez pa�ses j� compraram 75% da produ��o mundial de vacina deste ano, isso de novo nos revela a enorme desigualdade em que vivemos. S� o Canad� garantiu cinco doses para cada habitante. E isso n�o � bom nem ruim, n�o estou julgando. Pelo menos eles far�o uma coisa correta, que � doar o excedente para os pa�ses que n�o tem condi��es por meio do mecanismo da Covax Facility.

BBC News Brasil - Diante de todo o cen�rio que a senhora descreveu e analisou, quais s�o as mais importantes recomenda��es que todos n�s devemos seguir pelas pr�ximas semanas?

Dalcolmo - As pessoas t�m que entender que tudo isso j� era esperado, por mais que n�o desej�ssemos que acontecesse. Quantas vezes eu disse coisas nessa pandemia e gostaria de estar errada… Parece que estamos numa cr�nica de morte anunciada, como aquelas escritas por Gabriel Garc�a M�rquez em seus livros.

Mais uma vez, fa�o um apelo para que todo mundo entenda que estamos num momento muito grave, muito mais s�rio do que o primeiro pico. Esse n�mero de mortes � absolutamente intoler�vel.

O que temos de fazer � proteger a n�s mesmos, nossas fam�lias, nossos colegas de trabalho. Sei que estamos cansados da pandemia. Mas elas s�o assim mesmo e levam tempo.

Essa � a primeira pandemia de uma gera��o mais jovem, mas n�s j� vivemos outras no passado. Quando enfrentamos a H1N1 em 2009, por exemplo, est�vamos mais preparados. O Brasil tinha 70 milh�es de doses de vacina compradas, estocadas, com seringa, agulha, tudo. N�o � o que est� acontecendo agora…

� hora de todos colaborarem, fazerem sua parte e terem consci�ncia c�vica. N�o adianta ser an�rquico e desafiar uma ordem biol�gica que n�o � favor�vel a n�s. Ou nos comportamos agora ou colaboraremos com a piora dessas estat�sticas terr�veis, que mais parecem filmes de terror.


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