Enquanto o processo de vacina��o segue a passos lentos, a pandemia do coronav�rus caminha para uma etapa cada vez mais preocupante no Brasil. Estados e munic�pios vivem situa��o ca�tica com o aumento de casos e �bitos e explos�o da ocupa��o de leitos de UTI. Ainda sob reflexo de nova onda da doen�a, que se mostrou desde as festas de Natal e r�veillon, o pa�s tem 18 estados com mais de 80% dos leitos de terapia intensiva em uso por pacientes graves, o que sinaliza com o risco de colapso disseminado do sistema de sa�de. Segundo a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), todo o pa�s teve piora dos indicadores da COVID-19 pela primeira vez desde o in�cio da pandemia.

Os casos mais delicados atualmente est�o nas regi�es Sul, Nordeste e Norte do pa�s, com estados que n�o comportam mais interna��es, como Rio Grande do Sul, Roraima e Rond�nia, ou mesmo Pernambuco, que atingiu 92% de leitos ocupados. As regi�es Sudeste e Centro-Oeste, por sua vez, ganham f�lego com a redu��o dos �ndices de interna��es, ainda que o percentual de casos esteja longe de recuar.

Diante do quadro, secret�rios de estado de Sa�de de todo o pa�s pediram que o poder p�blico adote de forma geral medidas ainda mais restritivas para controlar a COVID-19, como o fechamento das praias, a ado��o do toque de recolher das 20h �s 5h e a suspens�o das atividades presenciais em todos os n�veis da educa��o. “Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poder� ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que re�na todos os poderes, a sociedade civil, representantes da ind�stria e do com�rcio, das grandes institui��es religiosas e acad�micas do pa�s”, diz documento assinado pelo Conselho Nacional dos Secret�rios de Sa�de (Conass). Confira ao lado a situa��o por regi�o e as ocupa��es de leitos de UTI mais cr�ticas entre estados e capitais, situa��o que sustenta o apelo dos secret�rios.

O Rio Grande do Sul atingiu seu momento mais ca�tico da pandemia. Segundo dados do estado, 100,2% dos 2.824 leitos adultos de UTI est�o com pacientes. Na rede privada, o quadro � ainda mais severo: houve necessidade de reativa��o de leitos, com 927 pessoas internadas. Ontem, o governo avaliou que alugar� cont�ineres refrigeradores para armazenar corpos de v�timas da doen�a. O estado passa de 12,6 mil mortes e 649.678 casos. J� em Santa Catarina, 95,4% dos 1.575 leitos est�o ocupados e o governo vai transferir 16 pacientes para o Esp�rito Santo. Cidades como Chapec�, Xanxer� e Itapema tiveram, juntas, 16 mortes no �ltimo levantamento de 24 horas, totalizando 7.438 no estado. No Paran�, a ocupa��o � de 92% na terapia intensiva. Na capital, Curitiba, mais de 200 pacientes aguardam por interna��o, mesmo que o poder p�blico tenha reativado mais de 50 leitos.

A Bahia passou a ser o centro das aten��es, com o r�pido avan�o da doen�a em 2021, e hospitais que j� estouraram o limite de interna��es. O estado prorrogou medidas de restri��o enquanto espera o sistema de sa�de respirar. Em Pernambuco, o �ndice de ocupa��o das UTIs � de 92%, no momento em que o estado vive sua pior fase na pandemia. Cear� e Rio Grande do Norte j� passaram de 90% de lota��o, enquanto Maranh�o e Piau� registraram 85% e 80% de ocupa��o na terapia intensiva, respectivamente.

Estado do pa�s com menor incid�ncia de casos, o Mato Grosso do Sul conta com 268 das 298 UTIs ocupadas. O estado registrou 3.350 mortes e 183.105 infectados. Goi�s conta com 587 dos 655 leitos com pacientes graves, o que representa 95,3% do total. J� Mato Grosso conta com 88% das 483 vagas de terapia intensiva ocupadas. No Distrito Federal, a situa��o tamb�m � de risco, com 85% de ocupa��o das UTIs para adultos e 100% para infantis.

A situa��o mais cr�tica � a de Rond�nia, que atingiu 100% de ocupa��o em seus leitos de UTI e j� n�o conta com vaga para atender a popula��o. No total, 60 pacientes aguardam por leitos no estado, inclusive seis pessoas que j� foram entubadas. Todos os munic�pios est�o na fase vermelha do plano de enfrentamento � pandemia. Outro estado em momento ca�tico � Roraima, que n�o tem mais capacidade de receber internados, e decretou lockdown para tentar frear os casos e mortes. J� o Amazonas, que recentemente enfrentou falta de oxig�nio, tem ocupa��o de 72,1% nas vagas para pacientes graves. No Amap�, tr�s hospitais est�o com 100% de lota��o nas UTIs, enquanto Tocantins registrou ontem 100% de ocupa��o em quatro dos seis hospitais p�blicos. O Acre tamb�m se aproxima de esgotamento total dos leitos para quadros graves, com 96,2% de ocupa��o. J� o Par� conta com 82,23%, o equivalente a 993 interna��es.

A Bahia passou a ser o centro das aten��es, com o r�pido avan�o da doen�a em 2021, e hospitais que j� estouraram o limite de interna��es. O estado prorrogou medidas de restri��o enquanto espera o sistema de sa�de respirar. Em Pernambuco, o �ndice de ocupa��o das UTIs � de 92%, no momento em que o estado vive sua pior fase na pandemia. Cear� e Rio Grande do Norte j� passaram de 90% de lota��o, enquanto Maranh�o e Piau� registraram 85% e 80% de ocupa��o na terapia intensiva, respectivamente.

A tend�ncia de colapso nos sistemas de sa�de se repete em v�rias capitais. Em 16 delas, a taxa de ocupa��o de leitos ultrapassa os 80%, sendo que em 10 est� acima de 90% e em uma chegou a 100%. O quadro leva autoridades a repensar pol�ticas de isolamento social. Os dados s�o de recente estudo feito pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base nos boletins epidemiol�gicos.

Entre as capitais, o momento mais cr�tico � em Porto Velho, que j� n�o comporta mais pacientes nos hospitais. Florian�polis vem a seguir, com 96,2% de ocupa��o, seguida por Manaus (94,6%), Fortaleza (94,4%) e Goi�nia (94,3%). Situa��o curiosa � o Rio de Janeiro, que conta com 85% das UTIs ocupadas e contrasta com o momento vivido pelo estado – que registra taxa de lota��o na terapia intensiva inferior a 70%. Pesquisadores da Fiocruz temem que mar�o seja o pior m�s da pandemia no Brasil.

Apesar de percentual mais baixo, cidades como Belo Horizonte (76%) e S�o Paulo (70%) est�o em alerta em rela��o � demanda nos hospitais. “Nos estados da regi�o, tamb�m � preciso aten��o, j� que deve haver uma tend�ncia de aumento de interna��es. N�o h� medidas muito restritivas de distanciamento social e muitas pessoas n�o usam m�scara nem seguem outras recomenda��es para evitar o cont�gio”, destaca Margareth Portela, pesquisadora da Fiocruz.