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Estado de Minas GERAL

Namorado de enfermeira que morreu na fila da UTI diz que faltou respirador


04/03/2021 18:11

Pelo menos 141 internados em Santa Catarina morreram sem passar por leito de UTI, desde o dia 21 de fevereiro, quando os hospitais atingiram capacidade m�xima de atendimento. A Secretaria de Sa�de do Estado n�o confirmou quantas dessas pessoas estavam com pedidos de transfer�ncia no sistema de regula��o de leitos. Na ter�a, 2, a reportagem do Estad�o confirmou que 16 pessoas infectadas com covid-19 e com indica��o de tratamento intensivo morreram na fila de espera, maioria na regi�o oeste do Estado.

O sistema de sa�de colapsado de Santa Catarina se tornou um drama di�rio. A fila de pessoas � espera de uma UTI tem aumentado gradativamente na �ltima semana. Na tarde desta quarta-feira, 3, pelo menos 251 pacientes em estado grave aguardavam tratamento intensivo. No dia anterior, eram 228 pessoas.

Uma semana ap�s receber a 2� dose da vacina contra a covid-19, a enfermeira Zeni Pereira Bueno, de 53 anos, que trabalhava no Pronto Atendimento de Itaja� foi levada para o Hospital Santo Ant�nio, em Itapema, com falta de ar. Ap�s interna��o o quadro agravou e os m�dicos informaram a necessidade de UTI. Zeni ficou cinco dias internada em estado grave. No dia 26 de fevereiro, ap�s procedimento de pr�-entuba��o, sofreu uma parada cardiorrespirat�ria e n�o resistiu.

"Ela foi incans�vel e acabou v�tima dessa bravura, desse amor pela enfermagem. Nesse per�odo ela se doou tanto para salvar vidas, fez muita hora extra, porque sempre faltava gente no plant�o, e quando precisou de respirador n�o tinha", contou Alexandre Emilio Kozoroski Neves, de 56 anos, namorado de Zeni.

As mortes fora de UTIs em Santa Catarina aumentaram nos �ltimos dias, principalmente na regi�o oeste, que concentra um ter�o das 141 mortes de internados que n�o passaram por UTI. Foram 47 �bitos desde 21 de fevereiro nessa situa��o, mais da metade tinha algum tipo de comorbidade.

Segundo especialistas, se a pessoa tiver a doen�a logo ap�s receber a 2� aplica��o, n�o significa que o imunizante falhou. O Instituto Butantan, respons�vel pela Coronavac, estima ao menos duas semanas para que o organismo crie anticorpos neutralizantes. Al�m disso, o grau de prote��o da vacina � de 50,38%. Por isso, especialistas refor�am que � preciso manter cuidados - como uso de m�scaras, �lcool em gel e distanciamento social ap�s a imuniza��o.

Internados sem condi��o de atendimento s�o transferidos

Com mais de 200 pessoas na fila por uma vaga de UTI, hospitais do Estado t�m improvisado espa�o para n�o deixar de fazer atendimento. Tanto no Oeste como na Grande Florian�polis, dezenas de pacientes est�o internados e aguardando transfer�ncia em poltronas.

Na manh� desta quarta, os primeiros pacientes do Estado na fila de espera por um leito de UTI come�aram a ser transferidos para o Esp�rito Santo. O primeiro a ser levado foi um homem que estava entubado em um Pronto Atendimento no oeste catarinense, com os m�nimos recursos poss�veis. A Secretaria de Sa�de capixaba confirmou a oferta de at� 16 leitos de UTI covid-19 na rede hospitalar da Grande Vit�ria.

Os dados de �bitos divulgados diariamente pela Secretaria de Sa�de, que indica internados, n�o internados e internados em UTIs, n�o mostram quais pacientes tinham pedidos de transfer�ncia para a terapia intensiva. Ap�s a imprensa divulgar a ocorr�ncia de mortes por falta de leitos de UTI, a Secretaria de Sa�de do Estado decidiu centralizar as informa��es na assessoria de imprensa do �rg�o.

O Estad�o questionou a Secretaria de Sa�de sobre a quantidade de �bitos registrados de doentes com pedidos de interna��o em UTI na regula��o de leitos, mas n�o obteve respostas. O �rg�o informou que, a partir desta quarta, os dados de mortes na fila de UTI ser�o publicados no boletim di�rio, que � divulgado �s 18h30.

Consumo de oxig�nio aumentou 66%

O consumo de oxig�nio nas unidades de Sa�de de Santa Catarina registrou aumento de 66% do in�cio de fevereiro ao in�cio de mar�o. A White Martins, fornecedora do insumo, informou � Secretaria de Sa�de do Estado de Santa Catarina, no dia 23 de fevereiro, sobre o aumento do consumo.

Na oportunidade, a empresa solicitou que sejam comunicadas formalmente as necessidades de acr�scimo no fornecimento do produto bem como a previs�o da demanda. Ap�s a reuni�o, o Estado fez aditivo para amplia��o de 25% do oxig�nio enviado para Santa Catarina, informando que esse percentual pode ser ampliado, caso necess�rio.

Minist�rio P�blico promete 'interven��o'

Os mesmos dados do governo do Estado mostram que o n�mero de infec��es di�rias vem aumentando nas �ltimas duas semanas. Atualmente, s�o 40 mil infectados com potencial de transmiss�o do v�rus em uma crescente di�ria de novos casos. No in�cio de fevereiro eram menos da metade com v�rus ativo.

O governador Carlos Mois�s (PSL) tem resistido em adotar medidas mais r�gidas de isolamento, como pedem o Minist�rio P�blico e demais �rg�os de controle. Segundo o governo, primeiro � necess�rio avaliar os efeitos do lockdown nos fins de semana - durante a semana os servi�os funcionam apenas com restri��o de hor�rios a noite.

"O governo catarinense, respons�vel pela pol�tica p�blica estadual de enfrentamento � covid-19, garante que o modelo adotado neste momento, o de lockdown nos finais de semana, que nunca foi visto em lugar algum, � eficiente. Ningu�m � favor�vel ao lockdown, mas, se as medidas do governo n�o forem suficientes para a defesa da vida daqueles que est�o na fila de espera por um leito em UTI e para a seguran�a da sociedade catarinense, n�o vamos nos omitir, pois s� a vacina��o n�o vai dar tempo de salvar vidas", declarou ao Estad�o Fernando Comin, chefe do Minist�rio P�blico de Santa Catarina.

O Minist�rio P�blico e os �rg�os de controle est�o monitorando o n�mero de casos e a demanda por leitos de UTI para verificar se esse modelo � efetivamente suficiente. Segundo o �rg�o, se o modelo n�o apresentar resultados, haver� interven��o, "inclusive judicial, antes mesmo do fim do decreto estadual".

A recomenda��o do Minist�rio P�blico e dos �rg�os de controle para que o estado suspendesse todas as atividades n�o essenciais por pelo menos 14 dias foi embasada em entendimento de m�dicos e epidemiologistas da pr�pria Secretaria da Sa�de, afirmou Comin.


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