"Se n�o tivermos pressa, o futuro n�o nos julgar� com benevol�ncia. Por isso, pedimos ao governo federal, especialmente por meio dos Minist�rios da Sa�de e das Rela��es Exteriores, esfor�o ainda maior para obter, em curto prazo, n�mero consideravelmente superior de doses. Caso seja poss�vel, sugerimos tamb�m o requerimento de apoio e intermedia��o da Organiza��o Mundial da Sa�de", diz a carta.
"Esses imunizantes s�o hoje para o Brasil e para os brasileiros muito mais do que uma alternativa ou medicamento: representam a pr�pria esperan�a da popula��o e, nesse sentido, nenhum governante pode correr o risco de n�o esgotar todas as possibilidades ou de procrastinar a��es e procedimentos. Cada minuto, cada hora e cada dia s�o preciosos e decisivos, e constituem a triste diferen�a entre viver ou morrer."
Os Estados mencionam ter instalado nos �ltimos meses milhares de novas vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), contratado profissionais de sa�de em diversas �reas e comprado equipamentos. Al�m disso, destacam ter investido em orienta��o da popula��o sobre medidas de distanciamento social por meio de "estrat�gias claras de comunica��o".
"Esse conjunto de a��es, ainda que indispens�vel, demonstra estar pr�ximo do exaurimento. Ningu�m discorda de que, nas pr�ximas semanas, talvez meses, a pandemia seguir� ceifando vidas, amea�ando, desafiando e entristecendo todos n�s", diz a carta.
"Nesse contexto, a vacina��o em massa, com a maior brevidade poss�vel, � a alternativa que se afigura como a mais recomend�vel, e, provavelmente, a �nica capaz de deter a pandemia, permitindo que o Brasil, seus Estados e Munic�pios, aos poucos, possa retornar � normalidade, com as devidas medidas sanit�rias e econ�micas."
A carta � assinada pelos governadores de Alagoas, Renan Filho; do Amap�, Waldez G�es; da Bahia, Rui Costa; do Cear�, Camilo Santana; do Esp�rito Santo, Renato Casagrande; do Maranh�o, Fl�vio Dino; do Mato Grosso, Mauro Mendes; do Par�, Helder Barbalho; da Para�ba, Jo�o Azevedo; de Pernambuco, Paulo C�mara; do Piau�, Wellington Dias; do Rio Grande do Norte, F�tima Bezerra; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e do Sergipe, Belivaldo Chagas.
Na segunda-feira, 1º, 18 governadores reagiram ao movimento de Bolsonaro de tentar repassar a eles a responsabilidade pelo aumento de casos e mortes relacionadas � pandemia. No fim de semana, Bolsonaro divulgou em suas redes sociais informa��es sobre repasses bilion�rios da Uni�o aos Estados, sem deixar claro, no entanto, que a maioria das transfer�ncias era obrigat�ria - para custeio e pessoal, o que ocorre todos os anos - e que n�o havia recursos adicionais para o combate � covid-19.
Ao contr�rio do movimento do in�cio desta semana, a carta de hoje n�o conta com a assinatura do governador de Goi�s, Ronaldo Caiado, do Paran�, Ratinho Jr, do Rio de Janeiro, Cl�udio Castro, e de S�o Paulo, Jo�o Doria.
Ontem, 3, o Minist�rio da Sa�de informou aos prefeitos que iria comprar as vacinas da Pfizer e da Janssen, ap�s meses rejeitando as propostas dessas empresas. Na ter�a-feira, 2, a C�mara aprovou projeto que j� tinha recebido aval do Senado e permite � Uni�o assumir responsabilidades por eventuais efeitos adversos das vacinas das duas empresas.
A maioria dos Estados enfrenta esgotamento de leitos de UTI, com ocupa��o superior a 80%, e diversos munic�pios n�o t�m mais vacinas para aplicar. Nesta semana, o Brasil bateu recorde de mortes por covid por dois dias, com quase 2 mil mortes.
Na carta, os governadores reconhecem haver "extraordin�ria procura" por vacinas no mundo junto a diversos fornecedores, "mas tamb�m percebemos que � preciso agilizar mecanismos de compra, explorar e concretizar todos os meios de aquisi��o dispon�veis, para vacinar, no menor espa�o de tempo poss�vel, a maior quantidade de brasileiros".
Eles mencionam ainda a chegada da nova variante P1, j� em transmiss�o comunit�ria, "que tem se revelado ainda mais letal, prejudicando os esfor�os para proteger a vida de nossas cidad�s e cidad�os, bem como de suas fam�lias".
"O porcentual de vacinas aplicado no Brasil, a despeito do empenho de governadores, prefeitos e profissionais da sa�de em todo o Pa�s, ainda � muito baixo e, no ritmo atual, infelizmente, atravessaremos o ano lamentando a irrepar�vel perda de vidas, al�m da baixa expectativa de imunizar efetivamente todos os grupos priorit�rios", diz a carta.
"Os exemplos cada vez mais bem-sucedidos de pa�ses que est�o contendo a pandemia por meio da vacina��o, combinada com outras pr�ticas de preven��o e higiene, n�o remete a outro caminho que n�o seja o esfor�o pol�tico e diplom�tico de todos - liderado no plano das rela��es internacionais pelo governo brasileiro - a fim de garantir, desde logo, novos carregamentos de vacinas."