Ap�s 'mimimi', Bolsonaro diz que 'v�rus do pavor' foi inoculado na popula��o

Horas ap�s dizer que "chega de frescura e de mimimi" com a pandemia de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em transmiss�o ao vivo nas redes sociais na noite desta quinta-feira, que lamenta "qualquer morte". Logo em seguida, por�m, emendou: "agora, parece que s� morre gente de covid no Brasil. O v�rus do pavor foi inoculado nessas pessoas".

As men��es negativas a Bolsonaro no Twitter, depois que ele tratou com desd�m a forma como a crise sanit�ria vem sendo encarada pela popula��o, chegaram a 71%, segundo levantamento feito pela empresa AP Exata, que monitora a imagem do presidente nas redes sociais. Al�m disso, o �ndice de confian�a no chefe do Executivo despencou, atingindo 11,1%.

"Agora v�m essas narrativas de que somos negacionistas, n�o acreditamos em vacinas, aquela hist�ria toda para boi dormir, como fizeram na minha campanha em 2018, dizendo que eu era racista, que eu era mis�gino", afirmou Bolsonaro. "E nada daquilo o povo acreditou e n�s vencemos as elei��es. Agora fica com hist�ria de negacionistas, terraplanista. S� um idiota hoje para acusar algu�m no Brasil de terraplanista. Mas idiota � o que n�o falta, em especial na esquerda no Brasil."

Antes, ao se dirigir a produtores rurais na cidade goiana de S�o Sim�o, Bolsonaro havia elogiado os homens do campo que, na sua avalia��o, "n�o se acovardaram". O encontro provocou aglomera��o. A maioria dos presentes n�o usava m�scara. "N�s temos de enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura e de mimimi. V�o ficar chorando at� quando?", perguntou o presidente. "Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que t�m doen�as, comorbidades. Mas onde vai parar o Brasil se n�s pararmos?"

As declara��es de Bolsonaro foram feitas no dia em que o Brasil registrou 1.786 mortes em 24 horas por covid-19, ap�s outros dias de n�meros recordes. Trata-se do pior momento da pandemia no Pa�s, que j� ultrapassa a marca de 260 mil vidas perdidas desde o in�cio da dissemina��o da doen�a, h� um ano.

Ao lado de Bolsonaro na "live", o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, disse que sua pasta optou por manter obras ativas durante a crise. O presidente, ent�o, retomou a narrativa j� repisada em transmiss�es anteriores, pedindo que o Pa�s "tocasse a vida".

Quando voltou para o Pal�cio da Alvorada, no fim do dia, Bolsonaro se aproximou dos apoiadores que o aguardavam com um sorriso. "Aprenderam a defini��o de trabalho essencial? J� chegou aqui ou n�o?", indagou. O chefe do Executivo se referia a um post publicado por ele mais cedo, nas redes sociais, no qual dizia que "atividade essencial � toda aquela necess�ria para um chefe de fam�lia levar o p�o para dentro de casa".