Indicado por Fl�vio Bolsonaro, Queiroga apoia o presidente, mas ouve o Centr�o

M�dico respeitado na cardiologia, Marcelo Queiroga conseguiu equilibrar em sua carreira uma atua��o t�cnica � frente de entidades de classe com um bom tr�nsito entre pol�ticos de diferentes ideologias. Anos antes de sua indica��o para assumir o Minist�rio da Sa�de, o cardiologista paraibano de 55 anos j� dialogava com parlamentares e participava de audi�ncias p�blicas sobre temas de sua �rea.

Formado h� 32 anos pela Universidade Federal da Para�ba (UFPB) e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia desde 2019, ele declarou apoio p�blico a Jair Bolsonaro na disputa ao Planalto, em 2018, e colaborou com a campanha na �rea de sa�de. O m�dico � pr�ximo do senador Fl�vio Bolsonaro, que participou da reuni�o de anteontem, que definiu a escolha ao Minist�rio da Sa�de.

Em fotos publicadas em sua p�gina do Instagram na �poca das elei��es, Queiroga posa ao lado dos dois e defende suas candidaturas. Em uma das publica��es, o novo ministro diz que a promessa de Bolsonaro para a classe m�dica passaria por "frear a abertura indiscriminada de escolas m�dicas e a importa��o ileg�tima de m�dicos cubanos". J� com Bolsonaro na presid�ncia, Queiroga manifestou apoio a v�rias medidas de sua gest�o, como a indica��o do general Joaquim Silva e Luna para a presid�ncia da Petrobr�s.

Apesar da estreita liga��o com a fam�lia do presidente, Queiroga tem bom di�logo com pol�ticos do centr�o. Em suas redes sociais, j� publicou fotos ao lado do ex-presidente Jos� Sarney (MDB) e do deputado Ricardo Barros (PP) quando este era ministro da Sa�de da gest�o Michel Temer. Tamb�m transita com facilidade entre secret�rios de Estados e munic�pios.

Para autoridades que acompanharam a escolha de Queiroga, o m�dico n�o deve fazer mudan�as bruscas na Sa�de. O novo ministro teve uma conversa com deputados na noite de anteontem. Segundo uma parlamentar, o m�dico afirmou que ter� liberdade para montar a sua equipe. A declara��o foi recebida com ceticismo por alguns presentes. Mas ao chegar ao Minist�rio da Sa�de, ontem, Queiroga usou m�scara e cobrou que a imprensa n�o fizesse aglomera��es, cena rara no governo Bolsonaro.

Em sua carreira m�dica, se especializou e teve destaque na chamada cardiologia intervencionista, caracterizada por procedimentos invasivos, como o cateterismo. Sua resid�ncia m�dica nessa �rea foi feita no Hospital Benefic�ncia Portuguesa, em S�o Paulo. Antes de liderar a Sociedade Brasileira de Cardiologia, foi presidente da Sociedade Brasileira de Hemodin�mica e Cardiologia Intervencionista entre 2012 e 2013.

"Desde a resid�ncia, ele teve destaque. Apoiei o nome dela para a presid�ncia da Sociedade Brasileira de Cardiologia e acho que ele tem feito uma boa gest�o. Nesse �ltimo ano, manteve uma postura de respeito a medidas como isolamento social, utiliza��o de m�scara e vacina��o em massa", diz o cardiologista Ari Timerman, diretor cl�nico do Instituto Dante Pazzanese.

No campo cient�fico, tem artigos publicados em revistas m�dicas nacionais e internacionais. No �ltimo ano, foi coautor de ao menos quatro trabalhos sobre intersec��es entre a covid-19 e problemas card�acos "Sei que ele teve muitas contribui��es para o desenvolvimento do cateterismo card�aco no Brasil. Sempre me pareceu muito criterioso nos seus julgamentos e comprometido a ajudar o Brasil em sair desta situa��o. Tenho esperan�a de que ele far� o necess�rio para colocar a Sa�de do Brasil no bom caminho", disse o m�dico Jorge Kalil, diretor do laborat�rio de imunologia do Instituto do Cora��o (Incor) e professor da Faculdade de Medicina da USP. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.