Pesquisadores do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um teste r�pido e de baixo custo capaz de monitorar as variantes mais perigosas do novo coronav�rus em circula��o atualmente no Brasil. A aplica��o do teste em todo o Pa�s foi discutida na manh� desta quarta-feira, 17, com representantes do Minist�rio da Sa�de. J� h� acordo da institui��o com a secretaria estadual de sa�de para testagem em MG.
O material utilizado na identifica��o das variantes � o mesmo retirado do nariz para um teste comum de covid-19, conforme explica o professor de Gen�tica Humana da UFMG, Renan Pedra, integrante do grupo de pesquisadores da universidade.
O teste consegue identificar as variantes do Rio de Janeiro, de Manaus e a do Reino Unido, al�m da sul-africana, ainda n�o registrada no Brasil. "Conseguimos dar um zoom nas linhagens mais problem�ticas que temos no pa�s", afirma o professor. Essas s�o as linhagens chamadas de variantes preocupantes pelo Minist�rio da Sa�de.
A de Manaus pode ter sido a respons�vel pelo colapso no sistema de sa�de do Amazonas no final do ano passado e in�cio de 2021, e, tamb�m, pelo aumento dos casos de covid-19 depois de se alastrar por todo o Pa�s. A variante � apontada como mais agressiva, com maior capacidade de transmiss�o e atingiria tamb�m de forma mais intensa a popula��o jovem.
O exemplo de Manaus � utilizado pelo professor para explicar a import�ncia do teste no atual cen�rio do sistema de sa�de brasileiro. Conforme o professor, se a variante tivesse sido identificada quando ainda estava circulando somente na capital amazonense, isso poderia ser �til �s autoridades na ado��o de medidas para tentar evitar a chegada da cepa a outras partes do Brasil.
Segundo o professor, o teste que j� havia no Brasil antes conseguia apontar as variantes preocupantes, mas n�o indicava exatamente qual. A identifica��o com detalhes sobre o tipo da cepa foi poss�vel gra�as a um aprofundamento no c�digo gen�tico das variantes feito pelos pesquisadores da UFMG.
Esse aprofundamento ocorreu a partir de estudos sobre o novo coronav�rus, composto, para efeito de compreens�o, por quatro ret�ngulos de "cores" diferentes que aparecem cerca de 30 mil vezes em seu c�digo gen�tico. Cada vez que um desses ret�ngulos muda de "cor", h� muta��o.
"A maioria das muta��es encontradas nas linhagens n�o altera como o v�rus funciona no corpo humano. Entretanto, algumas muta��es s�o importantes e as linhagens que as carregam s�o chamadas de linhagens (ou variantes) de aten��o. J� se sabe que estas variantes s�o mais transmiss�veis que as outras, ou seja, a contamina��o de uma pessoa para outra � mais f�cil", diz trecho do estudo da UFMG.
O custo bruto do teste para identifica��o das linhagens preocupantes � de R$ 60, 10% do valor cobrado para o sequenciamento total do novo coronav�rus, com suas 30 mil posi��es em seu c�digo gen�tico. O resultado fica pronto em seis horas.
Monitoramento em Minas Gerais
A partir do teste capaz de apontar cada uma das variantes preocupantes em circula��o no Pa�s, o pr�ximo passo ser� a aplica��o dos exames para saber qual cepa est� presente em que intensidade e em qual regi�o. Ainda n�o h� uma estrat�gia montada no plano nacional.
Em Minas, no entanto, j� h� acerto entre a UFMG e a Secretaria de Estado de Sa�de para que os testes sejam aplicados no Estado. "Estamos apenas esperando a chegada de um insumo dos Estados Unidos", relata o professor Renan.
Em sua primeira fase, o teste ser� aplicado em amostras de mil pessoas das 28 regionais de sa�de do Estado. Para fidelidade do resultado, segundo o professor, parte das regi�es ter� que ter n�mero maior de amostras por serem mais povoadas.
"� mais um elemento para o processo de tomada de decis�es por parte dos gestores p�blicos", avaliou o professor. Em rela��o � aplica��o do teste no plano federal, uma nova reuni�o com o Minist�rio da Sa�de dever� ser marcada para a pr�xima semana.
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