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Estado de Minas AGRAVAMENTO

COVID-19 rec�m-diagnosticada agrava cirurgia de c�ncer

Risco de mortalidade foi agravado em pacientes que fizeram cirurgias para a retirada de tumores em menos de sete semanas ap�s o diagn�stico de COVID-19


18/03/2021 08:02 - atualizado 18/03/2021 09:30

(foto: AFP / Miguel SCHINCARIOL)
(foto: AFP / Miguel SCHINCARIOL)
Cirurgias para a retirada de tumores realizadas em menos de sete semanas ap�s o diagn�stico de COVID-19 tiveram um risco de mortalidade aumentado em ao menos 140%, passados 30 dias ap�s a opera��o. � o que revela um estudo multic�ntrico, realizado em 116 pa�ses, entre eles o Brasil, que mensurou mais uma das consequ�ncias da pandemia do coronav�rus.

O trabalho, publicado na revista cient�fica Anaesthesia na semana passada, tinha como objetivo determinar por quanto tempo idealmente � poss�vel atrasar uma cirurgia em pacientes com c�ncer que foram infectados pela COVID-19.

Os pesquisadores, ligados ao CovidSurg Collaborative, com financiamento do Instituto Nacional de Pesquisa em Sa�de, do Reino Unido, avaliaram o que ocorreu com pouco mais de 140 mil pacientes de c�ncer que passaram por cirurgia em outubro do ano passado em v�rias partes do mundo. Do total, 3.127 pacientes (2,2%) tinham recebido o diagn�stico de COVID-19 algumas semanas antes do procedimento.

Nas pessoas que n�o tiveram covid-19, a mortalidade m�dia foi de 1,5% no per�odo de 30 dias ap�s a cirurgia - dentro do considerado normal para esse tipo de procedimento. Entre os que tinham se infectado, por�m, a mortalidade foi tanto maior quanto mais perto do diagn�stico de covid-19 foi feita a cirurgia, assim como tamb�m foram maiores os riscos de complica��es pulmonares.

Em at� duas semanas ap�s o diagn�stico da infec��o com o coronav�rus, a taxa de mortalidade subiu para 4,1%; entre tr�s e quatro semanas foi de 3,9%; e entre cinco e seis semanas, de 3,6%. Em compara��o com a linha de base, o tempo da cirurgia representou, respectivamente, um aumento do risco de morte de 173%, 160% e 140%. Somente nas cirurgias realizadas ap�s sete semanas ou mais do diagn�stico � que o risco de mortalidade voltou a se assemelhar ao de n�o infeccionados.

Decis�o de esperar

"Com esse trabalho produzimos novos conhecimentos sobre o tempo de seguran�a do tratamento que v�o mudar a forma de cuidar desses pacientes a partir de agora", disse ao Estad�o o oncologista Felipe Coimbra. Diretor do Instituto Integra Sa�de e m�dico da �rea de Tumores Gastrointestinais do A.C. Camargo Cancer Center, ele foi um dos 50 pesquisadores brasileiros a participar do levantamento.

O estudo traz uma base cient�fica para orientar uma decis�o que Coimbra e outros m�dicos j� vinham tomando nos �ltimos meses. Foi o caso de Claudio Mira Galv�o, de 64 anos, que tinha cirurgia marcada em novembro passado para a retirada de tumores no f�gado e na pleura, mas foi diagnosticado com covid cerca de dez dias antes. Por raz�es m�dicas, a cirurgia foi adiada para dezembro, e ele contraiu a s�ndrome neurol�gica de Guillain-Barr�. A cirurgia, por fim, s� foi realizada em janeiro.

Tempo de seguran�a

Os autores do estudo recomendam que o ideal � adiar cirurgias programadas por pelo menos sete semanas ap�s a infec��o com COVID-19. O prazo precisa ser ainda maior para quem permanecer com sintomas por mais tempo.

Uma das regras de ouro na luta contra c�nceres � operar o mais r�pido poss�vel para ter maior sucesso - mas a covid trouxe um risco a mais. "Agora temos de calcular esse balan�o entre quanto tempo � poss�vel esperar para fazer a cirurgia sem prejudicar a chance de cura do paciente", comenta Coimbra.


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