Sorocaba inicia tratamento precoce com kit covid; m�dicos contestam efic�cia

A prefeitura de Sorocaba anunciou ter iniciado nesta sexta-feira, 19, um protocolo de tratamento precoce contra a covid-19, com medicamentos como ivermectina e azitromicina. O chamado kit covid, que inclui ainda paracetamol e dipirona, pode ser retirado em qualquer uma das 31 Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) que contam com dispens�rio farmac�utico. Estudos cient�ficos indicam que essas drogas n�o t�m efic�cia comprovada contra a doen�a. O Sindicato dos M�dicos de Sorocaba e Regi�o (Simesul) contestou a medida.

A prefeitura alegou o atual cen�rio epidemiol�gico - a cidade tem hospitais lotados e registrou 17 mortes pela doen�a nesta quinta-feira - para iniciar o "tratamento de maneira preventiva", segundo a divulga��o. "O objetivo � diminuir a letalidade e a complexidade dos casos de covid-19, evitando interna��o para n�o sobrecarregar os leitos de sa�de", disse o secret�rio Vin�cius Rodrigues. A prefeitura gastou R$ 57 mil na compra dos medicamentos.

O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), que se diz admirador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse que a nova medida vem contribuir com a vacina��o. "Al�m da vacina, esta � mais uma op��o que buscamos cuidar da nossa popula��o. O tratamento dura cinco dias e ter� um investimento de R$ 18 por paciente", destacou. Ele disse que o munic�pio tamb�m pretende adquirir 300 mil vacinas Janssen, do grupo Johnson & Johnson, com recursos pr�prios e em parceria com a iniciativa privada.

Sem efeito

O presidente do Sindicato dos M�dicos, Eduardo Vieira, disse que vai pedir mais detalhes sobre o tratamento precoce adotado pela prefeitura. "Vamos pedir que os m�dicos que atendem nas unidades b�sicas de sa�de n�o sejam obrigados a prescrever os medicamentos, j� chamados de kit contra o coronav�rus." Segundo ele, resolu��es da Sociedade Brasileira de Infectologia e trabalhos cient�ficos atestam que os rem�dios que ser�o disponibilizados � popula��o n�o t�m efeito frente � doen�a.

O m�dico destaca que a cada cem pessoas infectadas pelo v�rus, 85 v�o ter sintomas leves e melhorar sem necessidade de medica��o. "Pode parecer que a melhora do paciente resulta do tratamento chamado precoce, o que abre espa�o para que outros tratamentos sem efic�cia sejam vistos como bons. Isso cria a falsa sensa��o de seguran�a, levando ao desrespeito das demais medidas protetivas."

O secret�rio da sa�de informou que os m�dicos ter�o autonomia para prescrever ou n�o o tratamento. Se o paciente aceitar a medica��o precoce, ele ter� de assinar um termo concordando com o tratamento.