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Estado de Minas GERAL

M�dia de mortes mais que duplica em 14 Estados e no DF


22/03/2021 13:00

A m�dia di�ria de mortes por covid-19 mais do que duplicou em 14 Estados e no Distrito Federal ao longo dos �ltimos 30 dias; em sete deles, essa m�dia triplicou. Neste domingo, 21, o Pa�s registrou recorde na m�dia m�vel de casos (2.255) pelo 23.� dia consecutivo. Especialistas veem cen�rio cr�tico, influenciado pela variante brasileira, e pedem a ado��o de medidas mais r�gidas.

O drama � traduzido nos n�meros do cons�rcio de ve�culos de imprensa. A m�dia m�vel di�ria de �bitos no Pa�s estava em 1.056 no dia 16 de fevereiro e pulou para 2.095 um m�s depois, alta de 98,4%. No geral, s� Amazonas, Roraima (Estados com picos em janeiro e fevereiro) e o Rio n�o assistiram a uma alta nos registros ao longo do m�s.

A curva mais vertiginosa est� sendo vista no Rio Grande do Sul. H� 30 dias, o Estado relatava m�dia de 41 mortes por dia. Hoje, s�o mais de 250 v�timas di�rias, alta de 500%. No Sul, a alta � acentuada: no Paran�, o aumento � de 322% e em Santa Catarina, de 391%. E h� locais com fila de espera por respirador, como no Hospital de Cl�nicas de Porto Alegre.

Epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Pedro Hallal diz que a situa��o no Estado se deve a um "monte de erros" da pol�tica de conten��o da pandemia, que representou uma guinada nas medidas que de mar�o a setembro se mostraram efetivas para barrar a doen�a. "Depois de setembro, a coisa come�a a degringolar e o v�rus vai infectando muito porque havia mais gente suscet�vel."

Al�m do Sul, a situa��o chama a aten��o no Nordeste, onde sete dos nove Estados duplicaram o registro de �bitos em 30 dias. No Rio Grande do Norte, as mortes passaram de 7 por dia para 27, aumento de 282%. No Cear�, os �bitos foram de 28 para 84 por dia no per�odo, alta de 196%. Alagoas (103%), Maranh�o (160%), Para�ba (188%), Piau� (167%) e Sergipe (213%) tamb�m viram a situa��o piorar de forma acentuada. Na Bahia, a alta ficou em 89% e em Pernambuco, 78%, completando a alta em toda a regi�o.

No Centro-Oeste e no Sudeste a situa��o n�o traz nenhum al�vio. O aumento na m�dia de mortes no �ltimo m�s em S�o Paulo foi de 96%, saltando de 230 �bitos di�rios para 452, a maior marca da pandemia.

O Estado adotou medidas mais restritivas e algumas regi�es optaram pelo lockdown. Prefeitos do ABC pedem que o Estado implemente lockdown na regi�o metropolitana, o que at� agora n�o ocorreu. Goi�s (155%) e Mato Grosso (181%) tamb�m assistiram ao mesmo movimento na curva recente.

Recordes

Mar�o tem se mostrado o m�s de recordes da pandemia, com os maiores registros di�rios e semanais at� aqui. Em 13 Estados, o m�s trouxe a maior m�dia de mortes na compara��o com todo o per�odo da pandemia. Em outros dois Estados, a maior marca foi em fevereiro e nas outras 12 unidades da federa��o, apesar da piora recente, as maiores m�dias ainda pertencem ao pico do ano passado, mas que tem tudo para ser batido nas pr�ximas semanas. A atual m�dia nacional vem tendo o recorde quebrado dia ap�s dia nas �ltimas tr�s semanas.

O epidemiologista da Fiocruz Amaz�nia Jesem Orellana explica que as marcas atuais observadas no Brasil n�o se devem a um recrudescimento da pandemia na �ltima semana, mas sim a uma alta de casos e interna��es que se observa desde fevereiro. "A m�dia de agora n�o � resultado de um agravamento dos �ltimos 14 dias da pandemia. O n�mero de mortes � um indicador tardio da circula��o viral. Na pr�tica, h� 30 dias a situa��o j� estava agravada", explica. A Fiocruz mostrou que UTIs de 25 Estados e Distrito Federal operam atualmente acima da ocupa��o de 80%.

Orellana v� um efeito preponderante da propaga��o da variante brasileira, a P.1, para o cen�rio tr�gico atual, al�m da transgress�o a medidas j� conhecidas, como o isolamento social. "Infelizmente houve uma falha estrutural da vigil�ncia laboratorial em n�o identificarmos as variantes de preocupa��o sanit�ria, como a da �frica do Sul, do Reino Unido e especificamente a P1., a pior de todas. Descobrimos tarde e isso deveria ter levado o governo federal a fazer um bloqueio sanit�rio rigoroso, fechar aeroportos e n�o deixar o v�rus se espalhar. Mas n�o foi o que aconteceu."

Agora, nas palavras dele, "o Brasil se transformou em uma grande Manaus", em refer�ncia � crise enfrentada em janeiro pela capital amazonense. Problemas como abastecimento de oxig�nio e medicamentos necess�rios para intuba��o come�am a despontar, aos moldes do que enfrentou a cidade no in�cio do ano, mobilizando o Pa�s para reequilibrar a oferta de insumos essenciais para a vida dos pacientes com a doen�a. Para ele, o chamado "evento sentinela", acontecimento de maior gravidade a partir do qual outros Estados poderiam tirar li��es, n�o foi aproveitado. J� Pedro Hallal refor�a que o momento continua a pedir uma medida r�gida, como um lockdown.

Em rea��o � situa��o de agravamento da pandemia, o Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de destacou no in�cio de mar�o em carta aberta que a "aus�ncia de uma condu��o nacional unificada e coerente dificultou a ado��o e implementa��o de medidas qualificadas para reduzir as intera��es sociais que se intensificaram no per�odo eleitoral, nos encontros e festividades de fim de ano, do veraneio e do carnaval". O conselho defendeu "restri��es em n�vel m�ximo" nas regi�es com ocupa��o de leitos acima de 85%.

Na semana passada, o governo federal anunciou uma troca no comando do Minist�rio da Sa�de, com a entrada do m�dico Marcelo Queiroga no lugar do general Eduardo Pazuello. O tom dos primeiros dias ap�s a mudan�a foi de "continuidade das a��es". O presidente Jair Bolsonaro j� se posicionou publicamente de forma contr�ria ao lockdown e acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar o toque de recolher na Bahia, no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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