
O trabalho envolveu an�lise aprofundada em seis capitais: Rio de Janeiro (RJ), S�o Paulo (SP), Manaus (AM), Bel�m (PA), Recife (PE) e Fortaleza (CE). De acordo com os pesquisadores, parte desse aumento reflete a baixa ades�o ao tratamento de doen�as pr�vias durante a pandemia.
“Tive conhecimento desse estudo brasileiro e falo por experi�ncia m�dica: estima-se que o impacto tenha sido em todo o pa�s, j� que a procura por atendimento e continuidade de tratamentos de doen�as cardiovasculares diminu�ram em decorr�ncia do medo de buscar cl�nicas, hospitais e m�dicos”, opina Fabio Brito Jr., cardiologista intervencionista dos hospitais S�rio-Liban�s e Instituto do Cora��o.
O mesmo aconteceu em outros pa�ses, a exemplo dos Estados Unidos. De acordo com estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology, aproximadamente um ter�o das 225.530 mortes ocorridas nos primeiros meses da pandemia e que poderiam ter sido evitadas n�o tiveram a covid-19 entre as causas. Somente em Nova York, as mortes por doen�a card�aca isqu�mica (obstru��o de art�rias do cora��o) aumentaram 139%. J� as causadas por doen�as hipertensivas, subiram 164%.
Ainda de acordo com o trabalho, entre as causas dessas mortes est�o adiamento de procedimentos cir�rgicos, maior press�o sobre os servi�os hospitalares para cuidar de pessoas infectadas pelo coronav�rus e o medo dos pacientes de ir ao hospital pelo risco de contamina��o.
Doen�as cardiovasculares j� s�o as principais causas de morte em todo o mundo. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que tais doen�as causam o dobro de mortes que �quelas relacionadas a todos os tipos de c�ncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (a exemplo de acidentes), tr�s vezes mais que doen�as respirat�rias, e seis vezes mais que todas as infec��es, incluindo AIDS.
“O tratamento de doen�as cr�nicas cardiovasculares deve ser feito ainda com mais rigor durante a pandemia, para evitar que uma descompensa��o aguda acabe exigindo mais cuidados e at� interna��es hospitalares dos pacientes”, explica Fabio Brito Jr.
