Em pior dia de pandemia, Brasil registra pela 1� vez mais de 3 mil mortes

O Brasil registrou 3.158 novas mortes pela covid-19 nesta ter�a-feira, 23. A m�dia semanal de v�timas, que elimina distor��es entre dias �teis e fim de semana, bateu recorde pelo 25� dia consecutivo e ficou em 2.349. Pela primeira vez o Pa�s superou a marca de 3 mil mortes por coronav�rus registradas em um �nico dia.

O n�mero de mortes vem batendo recorde no Brasil e o n�mero de casos tamb�m vem aumentando. Nesta ter�a-feira, o n�mero de novas infec��es notificadas foi de 84.996. No total, o Brasil tem 298.843 mortos e 12.136.615 casos da doen�a, a segunda na��o com mais registros, atr�s apenas dos Estados Unidos. S� que nos �ltimos dias os n�meros brasileiros s�o os piores do mundo, seja em �bitos ou em casos, o que evidencia o agravamento da pandemia.

"Temos uma piora progressiva, gradual, com aumento da intensifica��o da transmiss�o sem medidas de conten��o da transmiss�o comunit�ria. Ent�o n�o � nenhuma surpresa que chegamos a essa marca de 3 mil mortes, isso est� no nosso horizonte chegando cada vez mais perto h� semanas", afirma o m�dico e pesquisador da USP M�rcio Bittencourt.

Ele refor�a a necessidade de implementa��o de medidas para tentar frear o avan�o da pandemia no Brasil. "As pessoas t�m uma expectativa excessivamente positiva de que as coisas ir�o se controlar de forma autom�tica ou espont�nea, e esta n�o � uma expectativa razo�vel. Se a gente n�o faz essas interven��es a expectativa de controle � com muito mais sofrimento, muito mais mortes e complica��es", comenta.

Segundo Bittencourt, neste momento � preciso ampliar as medidas de combate a covid-19 com "testagem ampliada, isolamento de casos, quarentena de contatos, de distanciamento, de controle de fronteiras e de aumento da capacidade hospitalar".

Com transmiss�o descontrolada do v�rus, o Pa�s tem visto o colapso de v�rias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de rem�dios para intuba��o. Governadores e prefeitos t�m recorrido a restri��es ao com�rcio e at� ao lockdown para frear o v�rus. J� o presidente Jair Bolsonaro continua como forte cr�tico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas, e afirma temer efeitos negativos na economia.

Os dados di�rios do Brasil s�o do cons�rcio de ve�culos de imprensa formado por Estad�o, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Sa�de, em balan�o divulgado �s 20h. Segundo os n�meros do governo, 10.601.658 pessoas est�o recuperadas.

S�o Paulo foi respons�vel por quase um ter�o dos registros de mortes nesta ter�a, com 1.021 �bitos por covid-19 registrados nas �ltimas 24h, um recorde desde o in�cio da pandemia. O governo alegou que isso reflete um represamento de dados de domingo e segunda, quando foram registradas 144 e 44 mortes, respectivamente. Ao todo, 68.623 pessoas morreram de covid-19 no Estado. Com isso, a m�dia m�vel de mortes dos �ltimos sete dias chega a 532, um aumento de 33% em rela��o � �ltima ter�a-feira.

Mas os n�meros nacionais muito altos tiveram contribui��o de outros Estados. A regi�o Sul do Pa�s contou com 835 mortes no total, sendo 342 no Rio Grande do Sul, 311 no Paran� e 182 em Santa Catarina. Outros tr�s Estados tamb�m superaram a barreira de 100 �bitos no dia: Cear� (178), Rio de Janeiro (151) e Bahia (133).

O balan�o de �bitos e casos � resultado da parceria entre os seis meios de comunica��o que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informa��es necess�rias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa in�dita � uma resposta � decis�o do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida ap�s os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

Nesta ter�a-feira, o Minist�rio da Sa�de informou que foram registrados 82.493 novos casos e mais 3.251 mortes pela covid-19 nas �ltimas 24 horas. No total, segundo a pasta, s�o 12.130.019 pessoas infectadas e 298.676 �bitos. Os n�meros s�o diferentes do compilado pelo cons�rcio de ve�culos de imprensa principalmente por causa do hor�rio de coleta dos dados.