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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: quando voc� deve tomar a vacina, com a nova previs�o do governo

Ap�s sequ�ncia de adiamentos, vacina��o de adultos n�o priorit�rios s� deve ocorrer no segundo semestre de 2021; Quem tem menos de 25 anos devem ficar para 2022


24/03/2021 17:00 - atualizado 24/03/2021 17:09

(foto: Getty Images)
(foto: Getty Images)

O governo federal brasileiro j� contabiliza no papel mais de 500 milh�es de doses de vacinas contra a COVID-19, quantidade suficiente para imunizar a popula��o inteira e contar com uma sobra do bem mais disputado no mundo hoje.

Mas a realidade atual do Brasil � marcada por falta de vacinas, lentid�o na aplica��o de doses dispon�veis, atrasos em entregas previstas dentro e fora do pa�s e consequ�ncias da demora do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em comprar imunizantes.


A previs�o divulgada pelo Minist�rio da Sa�de j� mudou cinco vezes em mar�o, sempre reduzindo o n�mero de doses a serem distribu�das nas pr�ximas semanas e adiando cada vez mais entregas.


A partir das informa��es atuais, a BBC News Brasil tra�a a seguir tr�s cen�rios para o per�odo de vacina��o previsto para diferentes grupos da popula��o brasileira — al�m do pode dar errado ou at� melhorar no meio do caminho.


� importante ter em mente que tudo pode mudar, como j� foi visto nas �ltimas semanas.


A tend�ncia, at� o momento, � que o in�cio da vacina��o dos adultos n�o priorit�rios deva acontecer pelo menos em meados do segundo semestre de 2021, enquanto a de jovens com menos de 25 anos deve acontecer s� em 2022.

A situa��o dos menores de idade � ainda mais incerta.

N�meros e obst�culos

Um estudo recente da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) apontou que que Brasil precisa vacinar 2 milh�es por dia para controlar pandemia em at� um ano. Especialistas apontam que o pa�s teria capacidade para imunizar mais de 1 milh�o de pessoas por dia, como fez na pandemia de H1N1 em 2009.


Em mar�o, no entanto, a taxa de vacina��o di�ria tem variado de 22 mil a 500 mil doses.


O governo federal at� agora distribuiu 30 milh�es de doses para estados e munic�pios. Do total, 14,1 milh�es j� foram aplicadas, sendo 10,6 milh�es como primeira dose.


At� atingir o patamar necess�rio para conter mortes e infec��es, h� quatro obst�culos importantes para as 563 milh�es de doses previstas para este ano pelo ent�o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello.

S�o eles:

  1. 68 milh�es de doses s�o de vacinas ainda n�o aprovadas pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa): a indiana Covaxin, a russa Sputnik e a belga Janssen.
  2. Sem a aprova��o desses imunizantes, a vacina��o brasileira continuar� at� junho dependente das duas op��es atuais: AstraZeneca-Oxford (Fiocruz) e Coronavac (Butantan).
  3. O governo Bolsonaro recusou sucessivas ofertas da Pfizer para comprar milh�es de doses. Quando decidiu adquiri-las, entrou no fim de uma fila de dezenas de pa�ses e s� deve receber um volume significativo no segundo semestre.
  4. O ritmo lento da vacina��o aponta, segundo pesquisadores da UFJF, que o Brasil s� deve ter 70% da popula��o vacinada no fim de 2022, patamar que pode conter consideravelmente o espalhamento da doen�a.
Cronograma previsto de entregas mensais de vacina contra covid-19. Em março, governo Bolsonaro mudou cinco vezes previsão de doses abaixo, em milhões.  .


"Espero ter sido claro e bem transparente sobre um cronograma previsto. Porque � impressionante quando voc� apresenta um cronograma previsto e as pessoas perguntam: o cronograma est� alterando. O cronograma � para ser alterado, quando a farmac�utica n�o entrega, a linha de produ��o para, quando acontece qualquer dificuldade na legaliza��o das doses", disse Pazuello a jornalistas.

"N�o podemos contar com 100% das entregas."


O Instituto Butantan, por exemplo, informou que s� consegue assegurar ao cronograma at� abril.

Depois dessa data, "a entrega de doses est� condicionada � chegada de IFA (mat�ria-prima da vacina importada) para que o Butantan possa realizar o envase, rotulagem e embalagem das doses".


A Fiocruz apresentou um cronograma bem parecido com o do Minist�rio da Sa�de para entrega mensal da AstraZeneca-Oxford, e se prepara produzir e entregar ao governo 1 milh�o de doses por dia.


As duas institui��es brasileiras, que somam 350 milh�es de doses previstas pelo governo federal, t�m enfrentado sucessivos atrasos nas entregas previstas por diversos motivos, principalmente a demora do envio de doses e mat�ria-prima importados da China e da �ndia.

Ambas se preparam para produzir integralmente as vacinas e garantir autonomia nacional, mas isso s� deve acontecer entre o segundo semestre de 2021 (Fiocruz) e o primeiro semestre de 2022 (Butantan).


Governos estaduais passaram tamb�m a agir para ampliar as doses dispon�veis no pa�s.

Um exemplo envolve as 37 milh�es de doses da Sputnik V contratadas pelo cons�rcio de governadores do Nordeste. Essas vacinas seriam repassadas ao governo federal, que ficar� respons�vel pelo pagamento e pela distribui��o proporcional para todos os munic�pios brasileiros, e n�o apenas da regi�o Nordeste.

Mas essas vacinas, ainda n�o aprovadas, nem entraram na previs�o do Minist�rio da Sa�de.


H� ainda prefeitos que t�m anunciado a compra de vacinas, em cons�rcio ou em separado, mas essas aquisi��es ainda n�o foram confirmadas oficialmente pelos fabricantes.

Tampouco � poss�vel afirmar se essas doses seriam repassadas ao governo federal ou aplicadas apenas nos lugares que as compraram.

Grupos priorit�rios: vacina��o estimada at� setembro de 2021

O plano de imuniza��o brasileiro contra a COVID-19 dividiu a popula��o adulta em priorit�rios e n�o priorit�rios.

O grupo priorit�rio � subdividido em 29 categorias, entre elas idosos, adultos com comorbidades, profissionais de sa�de, pessoas em situa��o de rua, presos, trabalhadores do setor de educa��o, agentes de seguran�a, motoristas de �nibus e caminhoneiros.


Essas pessoas somam 77,3 milh�es.


Adultos prioritários na vacinação contra covid-19 no Brasil. Grupo soma 77 milhões de pessoas.  .


Para vacinar esse grupo inteiro, portanto, seriam necess�rias 154 milh�es de doses.

Considerando as vacinas j� aprovadas pela Anvisa, esse montante estaria dispon�vel at� junho deste ano, se n�o houver atrasos na entrega, fabrica��o ou distribui��o.


Por outro lado, o Brasil tem mantido um ritmo de vacina��o que corresponde � metade das doses distribu�das. Ou seja, aplicou at� agora 14 milh�es das 30 milh�es enviadas para estados e munic�pios.

A cada 10 doses aplicadas atualmente, 8 s�o da Coronavac, criticada e boicotada por meses pelo presidente Jair Bolsonaro, que chegou a cancelar a compra desse imunizante.


A diferen�a entre o n�mero de doses distribu�das e aplicadas no Brasil se explica em parte � necessidade de reservar uma quantidade como segunda dose, e uma eventual escassez poderia afetar a imunidade dos vacinados.

Para tentar acelerar a vacina��o, o governo federal recomendou utilizar essas reservas como primeira dose porque fornecedores garantiram as entregas.


Mas essa mudan�a de orienta��o federal ainda n�o surtiu efeito no ritmo de vacina��o, e, diante da escassez e de atrasos, � prov�vel que muitos gestores mantenham a pol�tica de reservar doses para a segunda aplica��o semanas depois da primeira.

A efic�cia contra a COVID s� � garantida semanas depois da aplica��o da segunda dose.

Se essa propor��o de vacinas distribu�das/aplicadas se mantiver ao longo do ano, a imuniza��o dos grupos priorit�rios pode se estender at� setembro de 2021 no Brasil.


Em linhas gerais, a ordem segue tr�s momentos.
1. idosos e profissionais de sa�de;
2. adultos com comorbidades;
3. profissionais de categorias profissionais essenciais. A cidade de S�o Paulo, levou o m�s de mar�o inteiro para vacinar apenas idosos de 70 a 79 anos.

O grupo mais numeroso entre os priorit�rios � o de adultos de 18 a 59 anos com comorbidades (ou doen�as pr�-existentes), entre elas diabetes, s�ndrome de Down, fibrose c�stica, hipertens�o, cirrose hep�tica, cardiopatias e pessoas com obesidade m�rbida (IMC acima de 40).

Essa fatia representa quase 18 milh�es de pessoas e corre mais riscos de morrer de COVID-19 ou desenvolver a forma grave da doen�a.

Adultos n�o priorit�rios: in�cio de vacina��o estimado para outubro de 2021

"O ritmo de vacina��o no pa�s � insuficiente para vacinar os grupos priorit�rios do Plano Nacional de Imuniza��o (PNI) no 1º semestre de 2021, o que amplia o horizonte de vacina��o para toda a popula��o para meados de 2022. As consequ�ncias s�o inomin�veis", afirmam banqueiros, empres�rios e economistas em carta aberta com cr�ticas ao governo Bolsonaro e propostas para a pandemia (leia a �ntegra dela aqui).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o n�mero de habitantes com idades de 18 a 59 anos no pa�s totaliza 125 milh�es de pessoas. Cerca de 40 milh�es delas est�o no grupo priorit�rio.


Ainda n�o est� claro como transcorreria a vacina��o para esse grupo, mas ela deve seguir os mesmos moldes atuais (adotados inclusive em outros pa�ses, como o Reino Unido).

As pessoas seriam divididas tamb�m em faixas et�rias e imunizadas em ordem decrescente, com os jovens em torno de 18 anos por �ltimo.


Tampouco � poss�vel estimar o ritmo de vacina��o no segundo semestre, mas o governo federal afirma que os obst�culos enfrentados pelo pa�s atualmente correspondem apenas ao in�cio do processo de fabrica��o e distribui��o, concentrado em dois fabricantes.


No segundo semestre de 2021, com mais op��es e doses dispon�veis, al�m da fabrica��o 100% nacional da AstraZeneca-Oxford pela Fiocruz, a tend�ncia seria superar com folga a marca de 1 milh�o de vacinados por dia.

Vale lembrar que na pandemia de H1N1, em 2009, o Brasil levou quase tr�s meses para vacinar 80 milh�es de pessoas.


Enfermeira Monica Calazans foi primeira pessoa a ser vacinada no Brasil fora dos testes clínicos(foto: Reuters)
Enfermeira Monica Calazans foi primeira pessoa a ser vacinada no Brasil fora dos testes cl�nicos (foto: Reuters)

Menores de idade: sem previs�o de in�cio da vacina��o

Al�m dos quase 85 milh�es de adultos n�o priorit�rios, devem ser vacinados tamb�m os menores de idade, que somam cerca de 48 milh�es, segundo o IBGE.


Atualmente, eles n�o est�o listados entre aqueles que receber�o a vacina, dada a falta de estudos de seguran�a e efic�cia dos imunizantes com essa faixa et�ria e a incid�ncia menor de COVID-19 grave entre essas pessoas dessa faixa et�ria.


Mas h� estudos em andamento no pa�s com vacinas para menores de idade, e os resultados t�m sido promissores.

A farmac�utica chinesa Sinovac, parceira do Instituto Butantan na fabrica��o da vacina Coronavac, por exemplo, anunciou que os estudos de fase 1 e fase 2 envolvendo 500 jovens com idade de 3 a 17 anos sinalizaram que o imunizante � seguro e foi capaz de induzir o corpo humano a produzir anticorpos contra o coronav�rus.

N�o houve registro de rea��es graves. Esses dados preliminares ainda n�o foram revisados por outros cientistas.

A fase 3 dos estudos ser� respons�vel por confirmar (ou n�o) a seguran�a da vacina e a taxa de efic�cia contra a doen�a.


Dado o ritmo de vacina��o do pa�s, � prov�vel que os imunizantes sejam aprovados para essas faixas et�rias at� chegar a vez deles na fila da vacina��o, a princ�pio no primeiro semestre de 2022.


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