O laborat�rio Uni�o Qu�mica e o Fundo Soberano da R�ssia (RDIF) informaram ter apresentado nesta sexta-feira (26) novo pedido � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) de uso emergencial no Pa�s da Sputnik V, imunizante desenvolvido na R�ssia.
Em janeiro, a ag�ncia devolveu a solicita��o de mesmo teor, sob alega��o de que n�o recebeu dados m�nimos para a an�lise. O laborat�rio brasileiro afirma, agora, que entregou todas as informa��es para abrir a avalia��o na ag�ncia.
"Composto de informa��es, dados, resultados de testes cl�nicos, dentre outras informa��es, este novo pedido de uso emergencial segue rigorosamente as orienta��es e regras regulat�rias da Anvisa, bem como o disposto na LEI Nº 14.124, de 10 de mar�o de 2021", afirma nota da Uni�o Qu�mica.
O Minist�rio da Sa�de comprou 10 milh�es de doses deste imunizante, que come�am a chegar ao Pa�s no pr�ximo m�s. O Cons�rcio do Nordeste, formado por governadores da regi�o, comprou outras 37 milh�es de unidades, que tamb�m ser�o repassadas ao Programa Nacional de Imuniza��o (PNI) e distribu�das a todo o Pa�s. A efic�cia do imunizante, que exige a aplica��o de duas doses, � de 91,6%, segundo dados publicados na revista cient�fica The Lancet.
O pedido de uso emergencial foi feito com base em dispositivos de lei aprovada neste m�s, que prev� facilitar a entrada de vacinas j� autorizadas em outros pa�ses, como a R�ssia. Pela regra, a Anvisa ter� sete dias para apresentar um parecer sobre o uso da vacina. A Anvisa usar� dados das ag�ncias estrangeiras, mas ainda pode negar o pedido neste prazo. Caso considere as informa��es insuficientes, a ag�ncia pode utilizar a "regra geral", que prev� at� 30 dias para a an�lise de uso emergencial para vacinas que n�o tiveram estudos cl�nicos no Brasil.
O pedido de uso emergencial de uso da Sputnik V ter� de ser avaliado pela Diretoria Colegiada da Anvisa. Na quarta-feira, 24, a Janssen tamb�m pediu o uso emergencial de sua vacina.
Lobby pol�tico
Como mostrou o Estad�o, o presidente Jair Bolsonaro recebeu um �udio furioso do dono da Uni�o Qu�mica, Fernando Marques, na semana passada. Na fala originalmente enviada a Luciano Hang, dono das lojas Havan, o empres�rio acusava a Anvisa de barrar a vacina por um compl� pol�tico que favoreceria o governador paulista, Jo�o Doria (PSDB), o PT e o PCdoB. "Eles querem manter a coisa com a Fiocruz e com o Instituto Butantan. Butantan na m�o do Doria e Fiocruz na m�o do PT, PCdoB. E, porra, n�o tem vacina, o povo t� morrendo", afirma Marques no �udio obtido pelo Estad�o.
A apoiadores, na manh� de quinta-feira passada, 18, Bolsonaro disse que recebeu reclama��es de um laborat�rio "conhecido" sobre a Anvisa, mas n�o citou o nome da Uni�o Qu�mica. "Outra empresa, grande, conhecida, tem 20 milh�es de doses para vender e n�o consegue. Da�, um cara falou comigo. Falei: n�o posso interferir. N�o posso, n�o. N�o vou interferir na Anvisa", disse Bolsonaro.
Em nota, a ag�ncia negou o compl�. A Uni�o Qu�mica confirmou a autenticidade do �udio. Disse que a fala foi feita em momento de "desespero" do empres�rio.